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Diretor da Brasilis aposta em PT e PSDB no 2º turno

O cientista político Alberto Almeida sustenta que o PT irá enfrentar o PSDB no segundo turno das eleições deste ano pela sétima vez consecutiva, independente de Lula ser candidato ou não e de Bolsonaro aparecer bem colocado nas pesquisas neste momento; o que embasa sua opinião é o tamanho da “máquina política” que as duas siglas conseguem movimentar no país

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Luís Eduardo Gomes, em Sul 21 - Na semana em que o ex-presidente Lula apareceu com percentuais entre 38% e 39% em três pesquisas nacionais realizadas após a largada da campanha à presidência, o Sul21 conversou com o com o cientista político e diretor da Brasilis, empresa especializada em análises e dados sobre a sociedade brasileira, informações sociais, políticas, econômicas e culturais.

Alberto Almeida é também o autor dos livros “A Cabeça do Brasileiro” e o “Voto do Brasileiro”, lançado em maio deste ano e que busca explicar, a partir de dados numéricos, porque o brasileiro vota como vota. É esse conhecimento acumulado em pesquisas e sobre como pensa o brasileiro que o leva, pelo menos desde o ano passado, a sustentar a prognóstico de que o PT irá enfrentar o PSDB no segundo turno das eleições deste ano pela sétima vez consecutiva, independente de Lula ser candidato ou não e de Bolsonaro aparecer bem colocado nas pesquisas neste momento. “Mas minha previsão é probabilística, não estou dizendo que vai acontecer 100%, nem é isso, ressalva.

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Para Alberto, o que embasa sua decisão é o tamanho da “máquina política” que estes partidos conseguem arregimentar em torno de si a nível nacional, o que não ocorre com seus adversários. Ele acredita que, quando a campanha começar na televisão, mesmo que nem todos as intenções de voto migrem naturalmente, o nome de Fernando Haddad (PT) vai começar a subir nas pesquisas. “‘Olha, vocês estão insatisfeitos com o governo Temer, nós do PT, em particular no meu governo, melhoramos a sua vida, quem vai melhorar a sua vida é só alguém do PT e esse alguém do PT é o Haddad’. É basicamente isso que acontece. Nem todos vão concordar com isso, mas a maioria vai. E aí as pessoas votam no Haddad”, prevê.

Por outro lado, avalia que, com a grande vantagem de tempo de TV, o PSDB deve conseguir recuperar ao menos uma parte dos eleitores que as pesquisas apontam que, nesse momento, o partido perdeu para Jair Bolsonaro (PSL). “A campanha do Alckmin está estudando os pontos fracos do eleitor do Bolsonaro para persuadi-lo a mudar de lado. A propaganda vai ser em torno disso. Uma coisa é a diferença PSDB e PT, um grande para um tamanho normal. Outra coisa é a diferença do PSDB pro Bolsonaro. Um grande contra praticamente nada. O Bolsonaro não vai aparecer na televisão”, diz o cientista política, que ainda avalia que Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) precisariam de um verdadeiro milagre para chegar ao segundo turno.

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Confira a entrevista a seguir.

Sul21 – Tu prevê desde o ano passado o segundo turno entre PT e PSDB. O que te levou a essa previsão?

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Alberto Almeida: É o fato de serem máquinas políticas respeitáveis. Você não vê uma empresa pequena, com menor faturamento, com menor margem de lucro, comprando a empresa grande. Você vê a grande comprando a empresa pequena. A mesma coisa vale para a astronomia, os corpos celestes menores circulam em torno dos grandes. E você está vendo isso para partido político, quem é menor circula em torno de PT e PSDB. O PSDB foi capaz de fazer essa aliança ampla com o Centrão, porque teve o apoio do governo Temer, isso foi costurado junto com o governo Temer. E o PT foi capaz de neutralizar quem poderia apoiar o candidato Ciro Gomes.

Cada partido tem seu conjunto de ativos. O PT tem a preferência partidária e a votação decorrente do Nordeste. O PSDB tem o controle já há muitas eleições do governo de São Paulo, são seis eleições, e a votação frequente em São Paulo, que sempre é responsável por colocar o candidato dele no segundo turno. Basicamente é isso. Mas minha previsão é probabilística, não estou dizendo que vai acontecer 100%, nem é isso. Inclusive, eu mantenho ela. Estavam esperando que entrevistas e esses debates fossem derrubar o Bolsonaro. Isso não acontece assim. Não é uma mágica.

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Sul21 – Tem muita gente que diz que os 38%, 39% que as pesquisas dão para o Lula são votos dele e não do PT, ainda duvidando da capacidade de transferência para o Haddad. Os votos são só do Lula mesmo ou também são do PT?

Alberto Almeida: Eu tenho uma posição meio fora da pracinha com relação a essa ideia de transferência. Eu não acho que exista uma transferência no sentido de a pessoa esperar o que o Lula vai dizer, que o eleitor vai esperar o pronunciamento do Lula da prisão, uma carta e dizendo ‘vote nele’ e o cara vai lá e vota. Isso não acontece desse jeito. Isso aí é menosprezar o eleitor. É uma espécie do julgamento do eleitor como sendo um ser totalmente passivo.

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Vamos pegar o exemplo de 2010. O Lula pegava e dizia: ‘Olha o meu governo, vocês não estão satisfeitos?’, ‘Já que vocês estão satisfeitos, votem na Dilma, que ela vai manter as linhas gerais do meu governo’. Não é todo mundo que vai votar. Mesmo quando você mede a satisfação com relação a um governo, pelo indicador ótimo/bom, que do Lula era muito alto naquele ano, com crescimento de 7,5% (do PIB), nunca acontece de todo ótimo e bom virar voto. Depois da eleição acho que chegou a bater 80%, mas antes era na casa dos 70%. A Dilma teve a votação de 56% de válidos, uma votação alta. Então, agora é mais ou menos a mesma coisa. Ele vai dizer: ‘Olha, vocês estão insatisfeitos com o governo Temer, nós do PT, em particular no meu governo, melhoramos a sua vida, quem vai melhorar a sua vida é só alguém do PT e esse alguém do PT é o Haddad’. É basicamente isso que acontece. Nem todos vão concordar com isso, mas a maioria vai. E aí as pessoas votam no Haddad. Eu não gosto da palavra transferência, mas utilizo, só que é um pouco mais complexo.

Sul21 – Em caso de confirmação da impugnação da candidatura do Lula, quais são os principais desafios ou facilidades que o Haddad vai ter para chegar nos percentuais que o Lula tem hoje?

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Alberto Almeida: Pode ser que ele não chegue nesses percentuais. Não só porque o Lula é um líder carismático, mas porque a pessoa vota no Lula lembrando do governo dele. ‘O Lula mudou muito minha vida, portanto ele voltando vai melhorar o tanto que melhorou antes’. Como não é ele, é o Haddad, pode ser que não chegue, mas pode ser que chegue. Essa é a pergunta que vale milhões. Mas eu acho que a transferência vai ser grande. Se o Lula pede para votar no Haddad, porque o cara não vai relacionar o Haddad, o PT, a oposição ao Temer, a melhoria de vida, tudo que o Haddad vai falar ou que vão falar para assemelhá-lo às promessas do PT? Por que ele vai dizer: ‘Não, apesar de ser o candidato do PT, do Lula, eu vou votar no Bolsonaro?’ Não faz sentido. Vou votar no Alckmin, que sempre foi o oposto do PT. São coisas que não fazem sentido. Eu penso que o Haddad vai subir a partir do que ele é hoje, sozinho, sem o apoio do Lula, de 4%, até um ponto que ficará entre esse número pequeno e o número do Lula. A gente não sabe onde será esse ponto.

Sul21 – Prejudica ou ajuda a demora na decisão final do TSE?

Alberto Almeida: A estratégia tem dado certo. O Lula está puxando os votos para ele. Subiu até agora. Tá puxando os votos para ele e é a melhor coisa. Ninguém falou até agora da possibilidade do Lula subir mais quando começar o horário eleitoral gratuito, com o PT botando imagens do Lula, etc. Vai ser impugnado, depois o PT recorre, então talvez ele ainda vá para o horário gratuito. Vai que sobe mais 5%, na base da oposição. Ninguém considera essa possibilidade. A melhor coisa que tem é o Lula passar o bastão tendo crescido. O que seria melhor, passar hoje ou passar há um mês quando ele estava um pouco menor? Passar hoje. Então, por enquanto, vem dando certo. Esse dar certo é condicional ao Lula não cair. E, além de não ter caído, subiu.

Sul21 – Como tu viu as pesquisas que apontam que ele estaria se aproximando de chances reais de ganhar no primeiro turno.

Alberto Almeida: Ele cresceu em torno de 5 pontos quando você comparar com as pesquisas anteriores. É algo importante, não tenho a menor dúvida disso. Mostra que os eventos que o PT realizou tiveram um impacto midiático relevante.

Sul21 – A impressão é que todos os candidatos que participam do debate, inclusive o Ciro Gomes, tentam se afastar da figura do Lula, talvez com exceção do Meirelles. Por outro lado, numa lógica de quem duvida que o Haddad vai ter os votos do Lula, as pessoas deveriam estar fazendo campanha para tirar esses votos, que já são quase 40%. Qual seria possibilidade de outros candidatos conseguirem uma parte dos votos do Lula se eles não estão tentando dialogar ou fazer acenos para esse eleitor?

Alberto Almeida: Não consegue. Se você fica batendo no Lula, o eleitor do Lula não vai gostar. Então, obviamente, dificulta chegar. O Alckmin já está falando muito a favor do Bolsa Família, de uma maneira que não se falava antes. Então, ele está se afastando do PT, mas puxando para si algumas políticas públicas que são identificadas com o PT. É um aceno, digamos assim, para os eleitores que veem com bons olhos o Bolsa Famílias. Mas eu concordo contigo. Acho até que esses debates depõe contra a política. São tão ruins, os candidatos são fracos, são muito candidatos, então dilui o debate, as regras são muito engessadas e você tem uma quantidade grandes de coisas faladas sem o menor sentido. Tem gente que critica isso dizendo até que parece um programa humorístico. De fato, os debates não agregam. Quem é que acompanha? São tarde, tem um episódio por debate. Nesse último foi a Marina falando com o Bolsonaro, o Bolsonaro fazendo a colinha na mão, mas não tem muito mais do que isso. Essas entrevistas, até essas da Globo News, longas, de duas horas, ninguém aguenta assistir aquilo.

Sul21 – O que vai pesar na campanha? Quando for para o horário eleitoral?

Alberto Almeida: Eu vejo as coisas como um somatório, não como um episódio ou outro. Eu não estou dizendo que o que aconteceu nos debates até agora não seja relevante. Sabe aquela brincadeira de ‘ligue os pontos?’ O Bolsonaro fez a colinha na mão, é um pontinho. Depois tem outro. Quando chegar mais na frente, se aproximando do primeiro turno, aí o eleitor liga os pontos. Aí esse teve mais tempo de TV, esse teve menos, esse falou besteira nos debates, esse não apareceu, e aí ele decide. Talvez até você tenha uma decisão mais postergada esse ano em função de todas as críticas à política, à falta de credibilidade.

Sul21 – Tu costuma dizer que o voto está decidido até que o eleitor muda.

Alberto Almeida: Eu faço pesquisa, eu nunca fiz essa pergunta e não gosto dela: ‘Você já decidiu’. ‘Já’. Mas aí um dia acontece um episódio, aí ele muda. Já tinha decidido e mudou. Qual é a utilidade? Eu obviamente confio demais em pesquisa, mas tudo tem seus limites. Você faz um grupo focal e pergunta porque o eleitor vai votar. ‘Saúde e educação’. Não é verdade, ele não vota em saúde e educação, mas a pessoa racionaliza dessa maneira no grupo focal. Ele vota por causa da economia, do consumo, mas o eleitor não é capaz de dizer isso num grupo focal.

Sul21 – Quando o eleitor vai decidir?

Alberto Almeida: O horário gratuito tem audiência maior no início e no final, tradicionalmente. O que faz sentido. Quando é novidade, o cara vai lá, vê, comenta. Depois, ele naturaliza aquilo. No final da eleição, diz ‘deixa eu voltar a ver de novo’. É um comportamento que tem o seu sentido. Então, pode ser que tenha movimento durante todo o mês de setembro e se acelera na última semana, nos últimos dez dias, digamos assim.

Sul21 – Quais são as virtudes que levam o Bolsonaro a estar em segundo lugar nas pesquisas e liderando no cenário sem o Lula?

Alberto Almeida: Eu acho que ele tem uma mensagem simples e impactante. Em política, os símbolos contam e ele tem uma simbologia forte, como o PT tem, o Lula, o Bolsa Família, ter melhorado o Nordeste, cuidar dos pobres. O Bolsonaro também tem uma simbologia. E esses símbolos são coisas simples, de uma comunicação fácil: contra o PT, contra a esquerda, a favor da ditadura, a favor de armas, contra o sistema. Isso aí facilita ele chegar nos eleitores. As pessoas tendem a tomar decisões simples, não são decisões complexas, não é uma população em que todo mundo tem título de doutorado. Isso não existe, em lugar nenhum do mundo, diga-se de passagem.

Sul21 – Qual vai ser a grande dificuldade do Alckmin para penetrar nesse voto? Ou tu imaginas que o Alckmin pode pegar votos do Lula, do Ciro e da Marina?

Alberto Almeida: O Bolsonaro não é um bloco monolítico. Você tem esses eleitores mais radicalizados, que a gente vê muito na internet, pessoas que não conseguem ter uma discussão racional, que partem logo para uma agressão. Isso é um grupo de eleitores. Mas tem outro grupo não tão convicto. É: ‘O PSDB me decepcionou’, ‘Eu ia votar no PSDB e agora não vou’. Esse eleitor é mais fácil de trazer para o Alckmin. Vamos supor: o Bolsonaro tem 18 pontos, que ele perca seis e esses seis migrem para o Alckmin. Isso vai colocá-los em uma situação de empate. Isso seria dizer que um terço dos eleitores do Bolsonaro seriam eleitores do PSDB frustrados com o partido e, nesse momento, a campanha do Alckmin está estudando os pontos fracos do eleitor do Bolsonaro para persuadi-lo a mudar de lado. A propaganda vai ser em torno disso. Uma coisa é a diferença PSDB e PT, um grande para um tamanho normal. Outra coisa é a diferença do PSDB pro Bolsonaro. Um grande contra praticamente nada. O Bolsonaro não vai aparecer na televisão.

Sul21 – O voto do Bolsonaro não é um bloco monolítico, mas dá para caracterizar como um voto antipetista ou também não é só isso?

Alberto Almeida: Eu acho que tem uma coisa anti-PT. Pode ter um grupo do Bolsonaro que quer alguém que aja para mudar o País, então nesse aspecto tem alguma afinidade com o PT, mas a maior parte é antipetista, sim.

Sul21 – É um voto que migrou mesmo do PSDB?

Alberto Almeida: Sim, você vê isso com clareza. A votação que está no Bolsonaro é a que não está no Alckmin.

Sul21 – O que as pesquisas estão mostrando de tendências e que não está se prestando a devida atenção ainda?

Alberto Almeida: Uma coisa importante é a simulação de segundo turno. Ela é um indicador do que pode acontecer no segundo turno e a vantagem da votação do Lula é muito grande. Ele tem uma gordura imensa para ser gasta sendo o candidato o Haddad. Eu acho que isso é uma coisa que poderia ser visto com maior cuidado.

Sul21 – Geralmente, mesmo entre aqueles que duvidavam do PT e agora até concedem que o Haddad pode ir para o segundo turno, ainda se vê a defesa de que o PT vai perder porque o antipetismo e muito forte. Como o senhor avalia essa questão?

Alberto Almeida: A simulação de segundo turno não diz isso. E ela não muda. Nas outras eleições já havia isso. A simulação feita hoje será semelhante durante o segundo turno. Isso é uma coisa que ninguém dá bola, porque tem essa história também errada de que o segundo turno é uma nova eleição. Não é verdade.

Sul21 – A tendência de hoje tem que ser levada em conta então?

Alberto Almeida: Sim, as simulações de segundo turno são relevantes. E, nelas, a vantagem do Lula para qualquer adversário é bastante grande. Vem sendo bastante grande desde novembro do ano passado.

Sul21 – O que tu acha que levou a essa reversão de avaliação com relação ao PT desde o impeachment?

Alberto Almeida: O que tem em comum entre o momento anterior e agora é o desejo de mudança. Só que o nome da mudança, mudou. Antes era o PSDB, o Alckmin. Tanto é que o Alckmin não queria o impeachment, ele sabia que esse risco existia.

Sul21 – O senhor vê alguma chance de o Ciro ou a Marina conseguirem crescer?

Alberto Almeida: Eu acho que não tem a menor chance. Acho até que talvez já tenham percebido isso e já esteja arrependidos. Eles precisam de um milagre. Saiu há pouco de que o Ciro quer visitar o Lula, que vai entrar na Justiça para visitar o Lula. Quer dizer, é o samba do crioulo doido. Um dia ele critica, no outro quer visitar. Olha, isso daí é ego trip dos dois. Isso é muito mais um projeto pessoal do que um projeto político de um grupo, de um movimento, de ideias.

Sul21 – O senhor acha que não deveríamos ter tantos candidatos a essa altura?

Alberto Almeida: É óbvio que não faz o menor sentido. Você vê o Ciro nessa situação que eu considero patética de inventar uma coisa para poder ter destaque midiático, o negócio do SPC. Isso é uma grande bobagem. Como eu faço para ter sucesso, para aparecer? ‘Vê aí uma proposta que atinja milhões de pessoas’. Vai lá e faz. Não é parte de uma agenda ou de um projeto político mesmo. Quando a gente fala em política, a gente fala de agregação de pessoas. Projeto político sempre vai ter uma quantidade de pessoas ali dentro, não é um projeto pessoal, individual.

Sul21 – E é isso que diferencia os partidos fortes, porque congregam muitas pessoas?

Alberto Almeida: Exatamente, então eles têm um projeto político. PT e PSDB têm mais essa cara. Os outros não, é muito mais uma coisa individual. E uma coisa individual dar certo é raro. Está acontecendo com o Bolsonaro, mas acontecer com o Ciro e a Marina também é demais. Um negócio raro acontecer para três é complicado.

Sul21 – Há espaço para um fato novo que mude o rumo das eleições?

Alberto Almeida: Eu acho que a eleição está configurada em ter um candidato do PT no segundo turno disputando contra Alckmin ou Bolsonaro. A configuração é esta, não vejo um fato novo que altere isto.

Sul21 – 20% dos votos deve ser suficiente para ir ao segundo turno?

Alberto Almeida: Do jeito que está dividido, acho que sim. Vão ter dois que vão ter em torno de ou acima de 20%, e aí eles vão para o segundo turno.

Sul21 – E os demais vão acabar mais fazendo a função de tirar votos do que ameaçar de verdade?

Alberto Almeida: Marina e Ciro estão para trás, porque não são forças nacionalizadas. O Ciro tem muito voto no Ceará. A Marina tem muito voto na região Norte, e despenca em outras regiões. Quem que está mais nacionalizado no momento? O PT e o Bolsonaro. O Alckmin está meio fraco em tudo. São Paulo tem sido, e isso está no meu livro, responsável por colocar o candidato do PSDB no segundo turno. E essa é uma dificuldade do Alckmin hoje em São Paulo.

Sul21 – Em 2006, ele saiu do governo com uma aprovação de 66%.

Alberto Almeida: Esse é um problema. Ele saiu com uma aprovação de 36%. Não é ruim, mas não é boa.

Sul21 – Mas também não indica que ele possa fazer 40%, 50% dos votos em São Paulo e se garantir no segundo turno.

Alberto Almeida: É. Se ele estivesse com uma boa aprovação, não existiria nem Bolsonaro em São Paulo.

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