Do macarrão à geladeira, preços podem cair até 15%
Empresrios se animam com reduo de IPI para produtos durveis e alimentcios e expectativa que preos ao consumidor tenham reduo entre 10% e 15%
Embora ainda não tenha feito as contas na ponta do lápis, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Altamiro Carvalho, acredita ser possível que os preços dos eletrodomésticos para o consumidor final caiam entre 10% e 15%, em resposta às medidas de incentivo ao setor anunciadas hoje pelos Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A previsão de queda de preços nesses porcentuais foi feita pela presidente do Magazine Luiza, Luiza Trajano.
"Não fizemos as contas ainda, mas ela (Luiza Trajano) tem todos os números de entradas e os pesos do IPI sobre cada produto. É factível que os preços caiam entre 10% e 15%, sim", diz o economista da Fecomercio-SP.
A projeção da presidente do Magazine Luiza foi feita com base no anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, da redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre uma série de produtos da linha branca. A alíquota incidente sobre o fogão passou de 4% para zero, o da geladeira caiu de 15% para 5%, o da máquina de lavar baixou de 20% para 10% e o das lavadoras semiautomáticas, os tanquinhos, foi reduzida de 10% para zero.
Carvalho avalia que as medidas refletem o reconhecimento de que a carga tributária é determinante para dar à população acesso a bens e que, no preço final, a preponderância é dos impostos. "A Fecomercio entende que tudo que vier para facilitar a desoneração é bem-vinda. Só lamentamos que este tipo de medida só seja tomada em momentos em que há necessidade de alavancar o consumo e não seja algo permanente", critica o economista. Para ele, é preciso que o País tenha uma cesta de tributos mais equilibrada para que o crescimento ocorra em ciclos mais longos e permanentes
MACARRÃO - O presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih, disse hoje que a desoneração para o setor de massas será integralmente repassada ao consumidor. As massas, que eram tributadas com alíquota de PIS/Cofins em 9,25%, terão o imposto zerado até 31 de junho de 2012. Com o decreto, o macarrão deverá ficar quase 10% mais barato ao consumidor final. "Houve um compromisso entre o nosso segmento e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o repasse ao consumidor se daria na forma de redução do preço dos produtos", afirmou.
Embora não traga ganhos para as empresas do setor na margem, a medida deve beneficiá-las em termos de faturamento, com o provável aumento das vendas de massas, diz Pih. "É bem provável que haja aumento do consumo, e isso será evidentemente bom para todas as empresas. Afinal, para a população de renda mais baixa, quase 10% a menos no preço final faz toda a diferença."
Com o compromisso de repasse total da desoneração ao consumidor, Pih avalia que o aumento do consumo não vai gerar novas pressões inflacionárias. "O efeito será mínimo. Não só não haverá pressão inflacionária como haverá queda de preço", afirmou. De acordo com ele, a desoneração não afetará o preço da farinha de trigo, pois foi apenas renovada até 31 de dezembro e já estava em vigor desde 2008.
Para o presidente do Moinho Pacífico, o pacote do governo vem em um momento importante, quando a crise externa está começando a afetar a economia brasileira. "É um pacote muito bem-vindo. O governo está tomando medidas na direção correta", afirmou, citando também a redução da taxa básica de juros, decidida ontem em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para 11% ao ano. Segundo ele, são ações condizentes com a meta do Ministério da Fazenda de crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. "Acredito que o ciclo de queda de juros não parou ainda e pode haver mais cortes."
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