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Docinho meu. Há coisa mais gostosa do que eu?

A preferência dos bebês pelo açúcar desde o nascimento evoca um caráter inato. Mas não se esqueça que a educação do gosto começa muito cedo, de certa forma, ainda no útero materno.

Docinho meu. Há coisa mais gostosa do que eu?
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Por: Le Figaro Santé

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"Jujuba, bananada, pipoca,

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cocada, queijadinha, sorvete

Chiclete, sundae de chocolate

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Paçoca, mariola, quindim

Frumelo, doce de abóbora com coco

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Bala juquinha, algodão doce, manjar

Venha pra cá, venha comigo

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A hora é pra já, não é proibido

Vou te contar, tá divertido

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Pode chegar...",

canta Marisa Monte em "Não é proibido". 

 
A letra da música parece feita sob medida para atender um dos desejos mais universais dos bebês em todo o mundo: o de comer coisas doces. Claro, bebês não gostam apenas de docinhos. Na Índia, por exemplo, não é coincidência se os bebês indianos adotam facilmente o curry após o desmame. Durante vários meses, o líquido amniótico no qual  se deleitaram lhes transmitiu os sabores das refeições de sua mãe. Sendo assim, desde a gravidez, eles começam a estabelecer preferências de paladar para os sabores mais variados e as diferentes especiarias.
 

 

Há, porém uma atração que todos os bebês do mundo compartilham: o sabor doce. Como demonstrou o biólogo israelense Jacob Steiner há mais de quarenta anos, um recém-nascido asiático, africano ou europeu que ainda não tenha ingerido nada em sua vida responde sempre por uma expressão facial de prazer quando nós o fazemos provar um líquido doce. É inato. Seu rosto relaxa, ele lambe os lábios. Ou ele começa a mamar vigorosamente e proporcionalmente à taxa de açúcar. Em sentido inverso, o gosto amargo provoca inevitavelmente caretas ou choros. Com base nesta constatação, os pediatras adotaram o costume de administrar água com açúcar para os bebês antes de efetuar um procedimento médico doloroso. A observação dos choros e da frequência cardíaca confirma que a água com açúcar proporciona-lhes um prazer que atenua a dor de uma vacina.

Costume ou vício?

Será que esta busca do prazer explica a preferência por doce? Foi demonstrado que a ingestão do açúcar ativa o circuito cerebral da recompensa. Muitos cientistas acreditam que o gosto tem uma função adaptativa: ele permite ao indivíduo e, portanto, para toda a espécie, a preferência por alimentos que garantam sua sobrevivência. O açúcar (e a gordura) indicam alimentos bem mais ricos em calorias que os legumes, enquanto sabores amargos podem, por sua vez, denunciar substâncias não consumíveis ou tóxicas.

Os indivíduos que tiveram o paladar desenvolvido o suficiente para diferenciar os sabores e o «bom gosto» a preferir o açúcar teriam vivido por mais tempo e transmitido essa capacidade para sua descendência. Resta que com a idade, o efeito analgésico e o desejo por açúcar se atenuam. Eles tendem a desaparecer aos 3 meses, a menos que a taxa de açúcar na água seja dobrada. Depois dos 6 meses de idade, o doce não é necessariamente mais atraente que o salgado.

Como conseguir perder o costume pelo açúcar

Se as crianças e adolescentes são gulosas é porque isso lhes traz uma energia bem vinda em plena fase de crescimento, mas também por causa de sua educação do gosto: balas, doces… É ao fazer engolir repetidamente alimentos açucarados aos nossos bebês em primeiro lugar, em seguida, às crianças pequenas que reforçamos seu gosto por açúcar. Uma atração que evoca, aliás, para alguns especialistas, o vício em drogas, que também passam pelo circuito cerebral da recompensa.

A prova? O bebê que muitas vezes bebeu água com açúcar, continua a adorá-la aos 6 meses ao passo que o bebê que tinha apenas leite abandona naturalmente sua preferência congênita pelo açúcar. No entanto, cuidado para não cair no extremo oposto e banir todos os doces da alimentação das crianças. De acordo com nutricionistas holandeses quando os pais restrigem muito a ingestão do açúcar, eles acabam por acentuar o gosto das crianças por este sabor proibido.

 

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