Dona Zezé se foi e ele não apareceu para dizer Adeus
Velrio da me de Cachoeira tem fuga de polticos, expectativa frustrada de que ele poderia comparecer e muitos curiosos
Goiás 247 - Da bajulação de políticos de outros tempos, no enterro de dona Zezé Ramos, somente a coroa de flores de Carlos Alberto Leréia foi vista, entre os destaques políticos – além de curiosos e integrantes da imprensa, que esperavam que um agora mítico Carlos Cachoeira aparecesse no salão fúnebre.
Comiseração, curiosidade e frustração. À sua maneira, cada um destes sentimentos tomou conta do salão Fênix, localizado em frente ao cemitério São Miguel, na cidade de Anápolis. Foi lá que durante todo o dia desta segunda-feira, 16, realizou-se o velório da matriarca da família Cachoeira, morta aos 79 anos de falência de múltiplos órgãos.
Além dos sentimentos comuns a qualquer perda de um familiar, o velório foi marcado pela tensão dos repórteres de grande parte da imprensa goiana e brasileira, bem como pela intensa movimentação de curiosos, que se acotovelavam na porta da câmara funerária, no intuito de ver Cachoeira.
“Ele vai aparecer até o meio-dia”, dizia um dos muitos que passavam pela porta do local, com ar de curioso. A informação não era improcedente. Ou pelo menos não havia nascido ali na rua. Até mesmo alguns veículos de comunicação chegaram a embarcar na delirante ideia de que Carlos Cachoeira, preso em Mossoró (RN), iria comparecer ao sepultamento de sua mãe. A realidade, no entanto, estava bem distante disto: Cachoeira sequer sabia da tragédia familiar que teria de enfrentar em silêncio e total isolamento em sua cela na prisão federal.
Parte da família queria poupá-lo da notícia a fim de não piorar ainda mais o que consideram o seu martírio pessoal. Outro grupo discordou e insistia para que ele fosse comunicado. A informação da própria família é que, no final, o segundo grupo prevaleceu. Cachoeira teria sido avisado da morte de sua mãe pela diretoria do presídio em que está. Não houve notícias de sua reação.
Rumores
Em momento algum foi aventada a possibilidade de haver uma movimentação jurídica para a vinda de Carlos Cachoeira até a cidade de Anápolis. Isto não impediu que os boatos se alastrassem pela cidade de que ele estaria a caminho.
Uma operação dessa natureza movimentaria um significativo aparato de segurança e faria com que a programação do enterro se atrasasse em pelo menos mais um dia.
Entre os familiares, reinava a certeza da negativa de Cachoeira para estar no velório. Ele está perto de 20 quilos mais magro, com a cabeça raspada e, caso fosse ao local, estaria o tempo todo escoltado, usando coletes à prova de balas e algemado. A exposição nestas condições descartou qualquer possibilidade.
Das autoridades políticas gravadas e com íntimas relações com Carlinhos Cacheira, como mostra a Polícia Federal, ninguém apareceu. Nem mesmo lideranças de qualquer outro segmento. O momento não é dos mais propícios para demonstrações de amizades com a família e somente o vereador do PSDB Fernando Cunha – neto de dona Zezé e sobrinho de Cachoeira – esteve no local.
Assim como Andressa, a segunda mulher de Carlos Cachoeira, que esteve no velório por alguns minutos na parte da manhã, dois delegados civis lotados em Anápolis também visitaram a família. Em momento algum a aglomeração causou algum tipo de tumulto, exceto quando uma das equipes de reportagem tentou furar o bloqueio familiar para fazer imagens – que estavam vetadas a toda imprensa. O caso gerou ameaças de agressão, mas foi facilmente contornado.
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