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“É difícil demais”, diz Rute Andrade, sobre exoneração da Oncologia do Huse

Coordenador da Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe, Rute Andrade foi retirada do cargo após muita pressão de vários médicos, insatisfeitos com o trabalho da enfermeira, que produziram um abaixo-assinado exigindo a saída dela; no rádio, Gilmar Carvalho exigiu uma posição do governador Marcelo Déda sobre o caso; Déda disse na terça-feira que não sabia da exoneração; deputado João Daniel criticou medida e alertou: "não permitam utilizar a Oncologia com objetivos políticos"

“É difícil demais”, diz Rute Andrade, sobre exoneração da Oncologia do Huse
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Sergipe 247 – Exonerada do cargo de coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe – Huse –, a enfermeira Rute Andrade disse, na manhã desta quinta-feira (7), na Ilha FM, que sua saída do cargo foi “interesse político”. 
“Infelizmente se acolheu a malandragem em nome de meia dúzia. É difícil demais. Se tirou quem fez o enfrentamento, é porque quem fica não é para fazer. Recebi um recado para que eu pise no freio. Não piso não. Não adianta mandar recado”, afirmou.

Rute foi retirada do cargo após muita pressão de vários médicos, insatisfeitos com o trabalho da enfermeira. Eles produziram um abaixo-assinado exigindo a saída dela ou fariam paralisações. O pedido foi atendido. A direção do hospital tentou negociar com Rute Andrade para que ela ficasse como coordenadora da área de enfermagem, mas ela não aceitou. Em seu lugar, entrou o médico Carlos Anselmo Lima.

Na entrevista, Rute contou que no último domingo (3), dos quatro médicos que deveriam estar na escola do Huse, apenas um compareceu. Ela ainda denunciou que vários contratos de 36 horas não estão sendo cumpridos. “Não dão nem 20 horas”, disse.

Após a participação da enfermeira, o radialista e suplente de deputado estadual Gilmar Carvalho (PR) disse que o governador Marcelo Déda (PT) tem a obrigação de se pronunciar sobre o caso. “Tudo tem limite. A exonerarão de Rute ocorreu sem nem mesmo a secretária da Saúde saber. Ela foi pressionada. Lamentavelmente, o Governo Déda continua errando, ao colocar para fora uma mulher símbolo do que há de melhor no serviço público”, afirmou, em um discurso duro, onde ressaltou que se sentia arrependido de ter trabalho pela eleição de Déda para governador, em 2006.

Ao Portal Infonet, Déda disse na terça-feira (5) que não sabia da exoneração. “Quem faz as trocas são os secretários e eu nem estou sabendo disso”, respondeu. Entre políticos, a saída de Rute não foi bem aceita. O deputado estadual petista João Daniel disse que a enfermeira “cumpriu uma tarefa revolucionária”.

“Recebi no meu gabinete uma comissão que representa mais de sessenta entidades que pediram uma intervenção para impedir a saída de Rute da Oncologia. Espero que a Secretaria de Saúde não ceda a setores conservadores, reacionários, que querem utilizar a Oncologia com objetivos políticos. Rute teve ética, moral e dignidade no comando do Setor de Oncologia”, destaca.

Entre funcionários e terceirizados do Huse, no entanto, Rute não era tão bem quista. Segundo um servidor do hospital, que pede off, ela era muito grossa com os colaboradores. “Pessoal terceirizado chegava às outras alas chorando. Ela humilhava, se dizia a Dilma do Huse. Com os médicos, a relação era muito difícil. Eles não gostavam de ser coordenados por uma enfermeira”, disse, embora reconheça que ela realmente fazia um trabalho correto e importante para os pacientes com câncer.

Foto: Portal Infonet

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