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    E o Nordeste é a capital... do whisky

    O Nordeste já responde por 45% do consumo nacional da bebida que tem sua origem na Europa, mais especificamente na Escócia. Para se ter uma ideia, somente o Recife responde por 10% das vendas nacionais do Johnnie Walker Red Label. Vai uma dose aí?

    E o Nordeste é a capital... do whisky (Foto: Shutterstock)
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    Tércio Amaral_PE247 – Nem espumante e nem cachaça. Com uma embalagem quase sempre sofisticada e que chama atenção dos clientes que passam pela seção de bebidas em supermercados e lojas de conveniência, ele é quase um soberano. Na terra das altas temperaturas, o whisky, bebida alcoólica bastante popular em países frios, tem uma aceitação cada vez maior no mercado nordestino. Para se ter uma ideia do poder de penetração da, somente o Recife responde por quase 10% das vendas do Johnnie Walker Red Label no País. Segundo dados do Instistuto Nielsen, o Nordeste já é responsável pelo consumo de 45% do whisky importado no Brasil.

    “Temos trabalhado fortemente para aumentar o alcance de nossas marcas para a nova classe média, que já corresponde a mais de 50% da população. Esse trabalho consiste, em grande parte, em mostrar que temos um vasto portfolio de produtos para atender as mais variadas preferências”, argumenta o diretor de marketing da Diageo, Leandro Medeiros. A empresa, além de produzir o Jonhnnie Walker, engarrafa mais 11 marcas no mercado brasileiro, entre elas, o Old Parr, White Horse e o Bell’s.

    Fontes ouvidas pela reportagem do PE247 argumentam que, apesar do crescimento no consumo de whiskys mais sofisticados, como os escoceses envelhecidos por 12 anos, o mercado vem apostando mesmo em marcas mais populares. O gerente da Diageo argumentou que a empresa não trabalha com preços diferenciados para certos produtos. A diferença no preço, segundo ele, não existe nem mesmo entre as regiões do País. Porém, é possível notar marcas que chegam ao consumidor ao preço de R$ 20,00 no Recife.

     Um exemplo de marca que caiu no “gosto popular” é o whisky Teacher’s, que já domina 38,5% do mercado nordestino. A empresa que produz a bebida, a multinacional Pernod Ricard, argumenta que o Nordeste é responsável por 30% do consumo do whisky importado.

    O sucesso das vendas, nos últimos anos, talvez seja o reflexo da inserção da marca nas festas do público jovem das capitais, como Recife, e nas manifestações populares. Em 2011, por exemplo, a marca garantiu um espaço privilegiado no Carnaval de Olinda, criando uma casa exclusiva para os consumidores da bebida e patrocinando blocos de rua. Resultado: crescimento de 16% das vendas este ano.

    O novo consumidor de whisky

    Antes, os whiskys com o preço mais em conta dominavam as vendas da RM Express, no Recife. Mas os hábitos de consumo parecem acompanhar o aumento do poder de compra. De acordo com o diretor comercial da RM, que também atua como distribuidora de alimentos, Marco Filho, os recifenses estão consumindo, cada vez mais, os whiskys importados de 12 anos. “O consumidor de produtos nacionais mais populares está migrando para o escocês. É uma tendência em nosso mercado. Se ontem ele consumia um whisky de oito anos, hoje ele prefere o de doze. Este agora é um segmento forte em nossa rede”, analisa. 

    O gerente argumenta, ainda, que as vendas da bebida cresceram 15% este ano. “As promoções da bebida com baldes de gelo e copos já se tornaram uma tradição durante o ano. O que vem mudando é que, antes consumido em grande escala nas festas, o whisky vem se tornando uma bebida que as famílias compram para apreciar nos finais de semana. Por isso, também, este crescimento no consumo”, defende Marco.

    O Wal Mart Brasil, um dos maiores grupos varejistas do Brasil e que controla as redes de super e hipermercados da bandeira Bompreço, também destaca a forte participação do whisky no segmento de bebidas da companhia. Segundo o gerente comercial Rui Lins, as vendas da bebida aumentaram 5% dos mercados da Wal Mart Brasil ao longo deste exercício. Só a região Nordeste foi responsável por 54% do consumo da bebida em todo o país. “Embora exista o surgimento de novos consumidores, o enriquecimento da categoria está ligado ao trade up entre os ranges de produto. Muitos clientes chegaram ao topo dos nossos whiskys”, frisou, comentando que os preços nas lojas podem variar entre R$ 24,90 a R$ 549,90.

    Ainda de acordo com Rui, quem vende whisky em Recife deve ficar de olho na qualidade do atendimento. O gerente é enfático quando frisa que uma mão de obra especializada, que entenda da bebida, junto a um ambiente sofisticado tem sido a receita de sucesso nas vendas do Wal Mart. “O varejo, junto com a indústria de bebidas, está investindo na exploração da ambientação, ampliação de sortimento e atendimento especializado nas lojas. Ações diferenciadas de marketing, tanto em loja como fora delas, são hoje estratégias recorrentes adotadas pelos fabricantes em parceria com o varejo”, defende.

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