"É um governo frouxo"
Essa é a opinião do vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima, sobre a gestão do governador Jaques Wagner (PT), seu ex-aliado; em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, ele reafirma o posicionamento do PMDB contra o PT na Bahia e afirma categoricamente que o petista não está acompanhando o desempenho da presidente Dilma Rousseff (PT); sobre a disputa pela Prefeitura do Salvador, Geddel volta a responsabilizar ACM Neto (DEM) pela tentativa frustrada de união das oposições e diz que o projeto "pessoal" do democrata é ser candidato a governador em 2014
Bahia 247
O vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, Geddel Vieira Lima (PMDB), continua com a língua afiada quando o assunto é a gestão de seu ex-aliado, o governador Jaques Wagner (PT). Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, publicada na edição desta segunda-feira (3), o ex-ministro peemedebista reafirma o posicionamento do PMDB contra o PT na Bahia e afirma categoricamente que o chefe do Executivo estadual não está acompanhando o desempenho da presidente Dilma Rousseff (PT).
"As minhas críticas ao governo Wagner, eu as mantenho e as reitero. É um governo frouxo, é um governo que não tem aproveitado as oportunidades que o Brasil ofereceu para o desenvolvimento, como Pernambuco. É um governo que vive muito mais de propaganda, um governo que demora três anos para fazer uma passarela em Pituaçu, é um governo que demora cinco anos para tirar uma obra como a da Via Expressa portuária do papel", disparou Geddel.
O líder peemedebista nordestino critica Wagner ainda pela promessa da construção da ponte Salvador-Itaparica, que, segundo ele, ficou "esquecida", e pelos efeitos devastadores da seca em diversos municípios baianos neste ano.
"É um governo que vive em crise financeira, é um governo que não ergue sua voz para defender os interesses da Bahia no Brasil. É um governo que fez com que a Bahia perdesse espaço na política, na economia e no social no país. Portanto, o governador, por quem tenho apreço pessoal e a sua figura humana bastante interessante, do meu ponto de vista, é um incompetente no aspecto gerencial".
Porém, apesar da rivalidade com o PT, Geddel admite que num eventual segundo turno sem a presença do peemedebista Máro Kertész na disputa pela Prefeitura de Salvador, o caminho deverá mesmo ser o de apoiar Nelson Pelegrino (PT). Não restaria outra opção ao PMDB, afinal, ACM Neto (DEM) é hoje uma das vozes mais ativas da oposição no Congresso. Como ficaria a relação do vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) com a chefe da Nação, que é petista?
Nas entrelinhas, Geddel deixa claro que ACM Net foi o responsável pelo naufrágio da tentativa de união das oposições (DEM, PMDB e PSDB) para disputar a sucessão de João Henrique (PP) e volta a dizer que o objetivo maior do democrata é disputar o governo do estado.
"Ele colocava isso como base da negociação. Quer dizer, que ele toparia apoiar um candidato do PMDB desde que houvesse o compromisso público de que haveria uma contrapartida de apoio a ele em 2014. Mas em determinado momento, ele achou que estava bem em pesquisas e preferiu lançar candidatura unilateralmente sem conversar com os outros. É claro que isso dificultou um processo de unidade".
Mas, como político experiente, o peemedebista não descarta um alinhamento futuro com o democrata ACM Neto. "O que inviabiliza conversas em política era o estilo, por exemplo, do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, que transformava adversários políticos em inimigos pessoais. Que desviava o foco da crítica político-administrativa, que, por mais dura que seja, é sempre aceitável, para o foco da crítica pessoal, desqualificando o adversário, o agredindo na sua honra, atacando suas famílias".
Geddel lamenta muito na entrevista quando o assunto é o prefeito João Henrique, que se reelegeu pelo PMDB em 2008 com seu apoio e engajamento pessoal. "João Henrique não tem gestão. João Henrique foi o maior erro político da minha vida. Até hoje eu me puno todo dia. Se eu estivesse na Idade Média, eu ficaria chicoteando minhas costas por ter deixado me enganar por essa figura, que é um misto, um fronteiriço. João Henrique é um fronteiriço, já o qualifiquei de Menino Maluquinho. Traidor, não tem palavra, não garante sentado o que diz em pé, ou vice-versa. Incompetente do ponto de vista gerencial, administrativo. Não tem compromisso com ninguém, é um inadimplente da palavra. Um inadimplente da palavra, numa linguagem que já se tornou famosa no Brasil. E destruiu a cidade".
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