Economia continua crescendo no Nordeste
Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve um crescimento de 0,9% em 2012, o PIB dos três principais estados do Nordeste – Pernambuco, Bahia e Ceará – avançaram 2,3%, 3,1% e 3,7%, respectivamente; resultado foi alavancado pela aposta do Goveno federal no mercado interno nos últimos anos, o que beneficiou a Região Nordeste; tendência de alta se mantém para 2013, segundo o estudo da Ceplan Consultoria
Leonardo Lucena_PE247 – Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve um crescimento de 0,9% em 2012, o PIB dos três principais estados do Nordeste – Pernambuco, Bahia e Ceará – tiveram um avanço de 2,3%, 3,1% e 3,7%, respectivamente. De acordo com o economista da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan), Valdeci Monteiro, o Governo Federal resolveu apostar no mercado interno nos últimos anos, o que beneficiou a Região Nordeste.
“O Nordeste já vinha crescendo acima da média nacional desde 2002. O aumento do salário mínimo e as transferências de renda favoreceram, principalmente, a Região Nordeste”, afirma o especialista.
Apesar do Nordeste ter crescido acima da média nacional, o economista alerta para o fato de que o país necessita de uma cultura política que dê mais atenção a investimentos de longo prazo. “Tem que ter a reforma tributária e planejamento de longo prazo. No setor privado, o problema é o Custo Brasil, que é alto. Já no setor público, temos obras emperradas por falta de planejamento do governo”, declara Monteiro. “O governo não pode apostar somente no mercado interno”, acrescenta.
Conforme dados da Ceplan, o crescimento de 0,9% no PIB brasileiro só não foi maior porque o setor de serviços apresentou alta de 1,7% em 2012 no comparativo com 2011. No caso do PIB industrial houve um declínio de 0,8%, contrastando com os dos principais estados nordestinos. A pesquisa mostrou que o PIB industrial de Pernambuco cresceu 3,7%, o da Bahia, 3,8%, e o do Ceará, 2,6%. No caso de Pernambuco, o setor que mais puxou o crescimento foi o da construção civil. Enquanto que no País, a produção no setor cresceu 1,4%, no Estado este percentual foi de 8,3%.
“A retomada da indústria do petróleo, com a refinaria Abreu e lima, a Petroquímica Suape, a Fiat, ao mesmo tempo em que se retoma a indústria naval, com o Estaleiro Atlântico Sul, além dos investimentos em bairros planejados, justificam um maior crescimento da produção na construção civil”, declara Monteiro.
A alta no PIB das principais economias nordestinas só não foi maior por causa da queda de produtividade no setor agropecuário provocada pela seca, considerada maior dos últimos 50 anos da Região Nordeste. O PIB no setor apresentou queda de 15% em Pernambuco, 9% na Bahia e o declínio mais acentuado foi no Ceará (20,1%), que, inclusive, declarou estado de emergência no ano passado. No plano nacional, a queda foi de 2,3%.
Em relação ao comércio varejista, as vendas no País aumentaram 8%, enquanto que seis estados nordestinos apresentaram avanço acima da média nacional, com destaque para Alagoas (12,9%), Maranhão (11,6%) e Pernambuco (9,1%).
Em relação ao emprego formal, o Nordeste apresentou uma evolução menor do que o país. Enquanto que a média regional foi de 1,1%, a nacional atingiu 1,9%. De acordo com a Ceplan, os estados da Paraíba e do Ceará tiveram taxas de 2,2% e 2,1%, respectivamente, acima da brasileira. Os Pernambuco e Sergipe cresceram 1,7% cada um. Já o Maranhão apresentou resultado negativo (-0,1%), assim como Alagoas (-1,3%).
Outro ponto abordado na pesquisa foi o mercado de trabalho nas Regiões Metropolitanas (RMs). De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a RM do Recife (RMR) apresentou uma taxa de desemprego aberto de 7,5%, menor do que a média das RMs pesquisados (8,1%).
No caso do rendimento médio, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), constatam que os salários no Grande Recife cresceram 7,6%, sendo o maior depois de Belo Horizonte (MG), cujo crescimento foi de 7,8%, atingindo R$1.776,63. Na RMR, o rendimento ficou em torno de R$ 1.325,69 e a média das RMs nordestinas girou em torno de R$ 1.810,67.
SANEAMENTO – O saneamento no Brasil e no Nordeste continua precário. Apesar disso, conforme o IGBE, de 2000 a 2010, o índice de saneamento inadequado nacional caiu de 14% para 8,1% e no Nordeste, de 26% para 15%. Vale ressaltar que, segundo o IBGE, saneamento adequado são aquelas residências atendidas com rede geral de esgoto, além de fossa séptica e coleta de lixo. Já o saneamento semi-adequado é o que apresenta, ao menos, uma dessas situações e o inadequado, nenhuma.
No ranking dos estados nordestinos, Pernambuco ocupa a quinta posição no que diz respeito à população atendida pela rede geral de esgotos (19,6%). No estado, apenas 16,1% da população desfruta do serviço. Em primeiro lugar, está a Bahia, com 27,5%, seguida do Ceará (23,3%), Paraíba (20,2%) e Rio Grande do Norte (18,9%). A pior situação é do Piauí (5,5%), segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
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