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Eduardo Campos, a "noiva cortejada" por todos

Amigos no passado, ferrenhos adversrios nas ltimas duas dcadas, o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Jarbas Vasconcelos (PSDB) passam a flertar ruidosamente; a aproximao tem pouco a ver com as questes provincianas e muito mais com o futuro dos lderes polticos; A possvel aproximao j gera ciumeira, como no PSDB, de Srgio Guerra

Eduardo Campos, a "noiva cortejada" por todos (Foto: Humberto Pradera/Divulgação)

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Beatriz Braga _PE247

- Mesmo se mantendo o mais longe possível do processo sucessório do Recife, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), mesmo na sua versão mais cordial e silenciosa, nunca deixou de ter seus passos milimetricamente observados. Sem mostrar interesse em “entrar de cabeça” nas campanhas dos principais prefeituráveis da oposição, Raul Jungmann (PPS) e Mendonça Filho (DEM) – seu afilhado Raul Henry (PMDB) seria uma boa oportunidade para tirar Jarbas do silêncio absoluto, mas o peemedebista ainda não se posicionou – o senador, agora, se mostra inclinado a aproximar-se do “líder de todos", Eduardo Campos (PSB). 

Estratégia política ou não, uma coisa é certa: Jarbas entrou no hall da órbita em volta da atual estrela de Pernambuco, o governador socialista. Há quem diga que os projetos futuros de Jarbas, com suas quase setenta primaveras, sejam mesmo se distanciar da vida política ativa e sair, portanto, com um estoque reduzido de adversários.

Se algum guru político, em 92, previsse a atual “bandeira de paz” lançada pelo peemedebista, certamente, seria chamado de louco. Candidato a prefeito, Jarbas não aceitou a indicação de Miguel Arraes para que seu neto, Eduardo Campos, ainda desconhecido, fosse o vice da campanha. Declarados inimigos mortais, Arraes chegou a dizer que o peemedebista estava seguindo “o caminho da perdição”. Muitos anos depois Eduardo devolveu de forma esmagadora a derrota que seu avô sofreu para Jarbas, em 1998, na disputa pelo governo. Em 2010, o socialista humilhou o peemedebista nas urnas na busca pela sua reeleição. Mostrando que na política tudo é possível e os ex-rivais, hoje, trocam cordialidades públicas.

Nos bastidores, é difícil aceitar que as reconciliações não tenham raízes eleitorais. Campos, por sua vez, deixou de ser uma ferramenta unicamente pernambucana e figura o quadro de possibilidades nacionais. Articulado como poucos, o governador pratica a política de “conversa com quem pode, obedece quem tem juízo”. Buscando um restrito grupo de opositores, as especulações é que Eduardo tenha em vista, em um futuro próximo, a candidatura à presidência do Brasil. 

A tímida, porém significativa, reaproximação de Jarbas e Eduardo já está despertando ciumeira. Cada vez mais afastados, Jarbas e Sérgio Guerra (PSDB) estariam, ironicamente, construindo uma ponte em direção à mesma aresta socialista. Já mostrando desconforto em ver seu rival peemedebista com a mesma estratégica política, Guerra satirizou, na última terça (27), ao afirmar que Jarbas deveria explicações sobre essa mudança de postura;"antes brabo e, hoje, bonzinho".

 

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