Edvaldo: 'um partido não pode ficar com tudo'
O ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), um dos nomes mais competitivos para a disputa eleitoral em Aracaju no próximo ano, prega, mais uma vez que os partidos que compõem a base aliada que dá sustentação ao governador Jackson Barreto (PMDB) marchem juntos na disputa contra o atual prefeito da capital, João Alves Filho (DEM); ele pondera que as siglas devem trabalhar respeitando umas às outras na ocupação dos espaços e sinaliza que seu partido deseja disputar a prefeitura de Aracaju uma vez que não alimenta outros projetos para 2018
247 - O ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), um dos nomes mais competitivos para a disputa eleitoral em Aracaju no próximo ano, prega, mais uma vez, em entrevista ao Jornal da Cidade, que os partidos que compõem a base aliada que dá sustentação ao governador Jackson Barreto (PMDB) marchem juntos na disputa contra o atual prefeito da capital, João Alves Filho (DEM). Ele pondera que as siglas devem trabalhar respeitando umas às outras na ocupação dos espaços e sinaliza que seu partido deseja disputar a prefeitura de Aracaju uma vez que não alimenta outros projetos para 2018.
"Veja que Déda era PT, depois veio eu, do PCdoB, depois nosso candidato foi do PSB. Temos que buscar uma candidatura que possa unificar esse bloco, e temos nomes. E é importante destacar que o PCdoB, tendo candidatura a prefeito, não disputará cargos eletivos em 2018, diferentemente de outros partidos. Numa coligação, a gente não pode pensar que um partido fique com tudo e os outros com nada. É preciso que se pense numa coligação em que os coligados tenham perspectiva de crescimento, senão seria uma imposição. É assim que se mantém uma aliança, com todos os partidos se sentindo com representatividade e crescendo. O PMDB tem governador, deputados, por isso pode fazer o gesto de apoiar outro partido", afirma.
Abaixo a entrevista na íntegra:
JORNAL DA CIDADE – Como estão as conversas sobre candidaturas em Aracaju, para 2016?
EDVALDO NOGUEIRA - Nós estamos no momento das construções do processo. Os partidos estão começando a se movimentar, mas ainda não existem nomes, nem pré-candidaturas já postas. Acho que ainda é muito cedo para se falar em candidaturas e processo eleitoral, mas é lógico que o partido está começando a discutir, e tenho a felicidade de ver meu nome muito bem em todas as pesquisas. Quando se especula e se discute política, meu nome sempre está sempre aparecendo como um dos possíveis candidatos.
JC - Mas o seu partido já está discutindo isso? O PCdoB já decidiu se terá candidato a prefeito de Aracaju?
EN - Eu também tenho conversado, mas o partido tem discutido muito, debatendo internamente. Até porque o PCdoB, nacionalmente, já colocou a ideia de que terá candidatos a prefeitos em cidades importantes.
JC - Isso é uma meta ou uma determinação da Executiva Nacional?
EN - Isso é uma meta do partido, mas que casa com a realidade, que é o fato de eu aparecer bem colocado nas pesquisas. Então, issotambém estimula que o PCdoB debata, e,logicamente, meu nome surge nessas conversas.
JC - Então o PCdoB ainda não determinou se terá candidatura?
EN - Ainda não, estamos conversando e agora em julho o partido nacionalmente inicia um debate interno, para começarmos a discutir esse projeto eleitoral para 2016.
JC - O senhor acredita que a base aliada ao governador Jackson Barreto (PMDB) sairá unida na eleição de 2016, em Aracaju?
EN - Minha vontade é essa, vou trabalhar para isso. Acho fundamental que esse grupo permaneça unido, tendo uma candidatura forte, para enfrentar um adversário que com certeza será João Alves. Ele já trabalha para isso, e para enfrentá-lo, precisamos de um nome que seja consenso, ou que tenha o apoio da maioria dos partidos.
JC - Mas já temos algumas candidaturas postas, com vários nomes fortes. O senhor acredita que alguém poderá recuar?
EN - Neste primeiro momento é comum essa profusão de candidaturas, cada partido busca encontrar seu nome e ocupar o seu espaço, é natural da disputa democrática. Quando chega março e abril, que começa a afunilar, obviamente que aí vão ficando os candidatos que possuem maior viabilidade eleitoral e maior consenso entre os partidos. Na eleição passada foi assim. Acho que nós temos muitas chances de sairmos vitoriosos na próxima eleição.
JC - Pode haver uma divisão nessa base? Dois ou mais partidos podem se unir numa chapa majoritária e excluir outro?
EN - Eu não penso com exclusão, penso com somação. Nós já temos o adversário do nosso projeto, que é o atual prefeito, João Alves. Temos que fazer um esforço para ter um candidato competitivo que possa derrotá-lo. Se começar com exclusões internas, penso que não seria o melhor método. Mas é claro que, se no final, não houver consenso, cada partido vai procurar seu caminho.
JC - O PCdoB aceitaria compor como vice numa chapa?
EN - Aí o partido terá que responder, até porque não coloquei meu nome como candidato, formalmente. Mas acho que o partido que tem um candidato que aparece em primeiro lugar em todas as pesquisas, obviamente seria um bom nome. Além disso, fui prefeito de Aracaju e fizemos uma mudança extraordinária, fiz obras. O momento não é de pensar no vice, é de pensar nos candidatos a prefeito. E depois, você faz as composições, discutir vice agora seria colocar o carro adiante dos dois.
JC - O PMDB tem o governador Jackson Barreto, que talvez seja a maior liderança em Aracaju. Têm deputados estaduais, presidente da Assembleia, vereadores... E fala em lançar uma candidatura. O que o senhor acha disso, poderia compor com o PMDB?
EN - Eu acho que o momento é que cada partido coloque as suas candidaturas. O PMDB tem toda a legitimidade para lançar um candidato, mas acho que ao final tem que ver quem será o nome que terá condições políticas e eleitorais, para que a somação traga a vitória. Acho que agora é pensar exclusivamente no projeto partidário. Veja que Déda era PT, depois veio eu, do PCdoB, depois nosso candidato foi do PSB. Temos que buscar uma candidatura que possa unificar esse bloco, e temos nomes. E é importante destacar que o PCdoB, tendo candidatura a prefeito, não disputará cargos eletivos em 2018, diferentemente de outros partidos. Numa coligação, a gente não pode pensar que um partido fique com tudo e os outros com nada. É preciso que se pense numa coligação em que os coligados tenham perspectiva de crescimento, senão seria uma imposição. É assim que se mantém uma aliança, com todos os partidos se sentindo com representatividade e crescendo. O PMDB tem governador, deputados, por isso pode fazer o gesto de apoiar outro partido.
JC - O senhor tem conversado com o governador Jackson Barreto sobre a disputa em Aracaju?
EN - A última vez que conversei com ele foi quando ele me chamou e me mostrou uma pesquisa onde eu estava muito bem colocado, tecnicamente empatado com João Alves. Ele me entregou a pesquisa e disse que a discussão era pro ano que vem, o que eu acho certo. O governador não tem que estar se posicionando ainda sobre candidato A ou B. As pessoas especulam muito, mas acho que Jackson ainda não tem um candidato, nem deveria ter, acho que Jackson deve definir a candidatura no ano que vem, o momento em que o governador deve entrar, para ser o ponto de encontro. O governador terá o comando desse processo.E eu vou trabalhar para ter o apoio de Jackson, o que é fundamental para entrar na disputa.
JC - O senhor tem conversado com o PT? As tratativas com o partido estão adiantadas, no sentido do PT indicar um vice, numa chapa encabeçada pelo senhor?
EN - Eu ficaria muito feliz. Não existe ‘entendimento adiantado’, mas temos conversado. Já conversei com o PSD, com o PRB, PMDB, com o PT. Mais ainda não estamos discutindo diretamente, estamos conversando sobre a conjuntura política, e sinto que tem, no conjunto dos partidos aliados, um sentimento da necessidade de derrotarmos o atual prefeito de Aracaju. Esse é um sentimento que nos une: o nosso projeto político para Aracaju, que mudou a face da cidade, que tornou Aracaju a capital da qualidade de vida. Já o atual prefeito não tem conseguido que a cidade continue no mesmo processo de desenvolvimento que ela vinha.
JC - Falando em João Alves, como o senhor está avaliando o atual prefeito?
EN - Não quero dar nota ou essas coisas, não sou eu que vou julgar a administração de João, se for pelo que eu escuto nas ruas,a cidade está abandonada, ruas esburacadas, a Saúde uma tragédia, a falta de planejamento. A limpeza pública, Aracaju nunca esteve tão suja. Tem muitos anos que Aracaju não está tão suja como agora, há falta de pagamento e greves. As obras que eu deixei, passaram dois anos paradas, agora que estão sendo retomadas. Deixei recursos na Caixa Econômica Federal.
JC - Porque esses recursos não foram acessados antes, para a conclusão das obras?
EN - Eu não sei, ele que deve responder. Deixei projetos aprovados, ordens de serviço assinadas e foi tudo paralisado. Acho que foi uma forma de tentar desvincular as obras do meu nome, mas ele não consegue enganar a população.
JC - Ele atrasou, propositalmente, essas obras?
EN - Eu acho que sim, atrasou propositalmente para dar um tempo e para a população não lembrar que tinham sido iniciadas e com recursos deixados pela nossa gestão. João não está conseguindo tomar conta da cidade, tomar conta das pessoas, não está tendo o espírito de um administrador público, que se preocupe com os interesses das pessoas. Há uma paralisia enorme.
JC - E porque isso está acontecendo?
EN - Houve um desmoronamento na estrutura. O primeiro ato foi criar cargos, mais de 600. Criou várias secretarias. Extinguiu a Emsurb, uma empresa que funcionava maravilhosamente bem. Ele tornou um verdadeiro caos a estrutura administrativa de Aracaju, é tanto que não está funcionando.
JC - O prefeito reclama que não consegue acessar recursos federais, por não haver um alinhamento partidário com o governo federal. Isso é verdade?
EN - João Alves é useiro e vezeiro em colocar a responsabilidade dele nos outros. No primeiro ano ele disse que a responsabilidade era minha. Depois, ele começou a dizer que era o governador, que não o recebia. O problema do transporte coletivo ele dizia que era do prefeito de Socorro. Agora, está culpando o governo federal. Ele precisa fazer um exame de consciência, olhar para ele mesmo. O único responsável pela cidade é João Alves. Ele criticava Déda e a mim, e dizia que ia fazer mais. Ele não está conseguindo administrar. Na minha opinião, o grande sonho de João era ser governador, ele foi candidato a prefeito para que pudesse, dois anos depois, chegar ao governo do Estado. Não chegou, e acho que vive um momento de frustração.
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