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Eles não sentem dor. Mas a analgesia congênita é perigosa

  Os estudos dos mecanismos da síndrome da falta de sensibilidade à dor poderiam abrir caminhos para o aperfeiçoamento de novos analgésicos. Mas a dor é um sinal de alerta que protégé o nosso organismo. Não sentir dor pode representar um sério risco.

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Por: Anne Lefèvre-Balleydier - Le Figaro Santé

 

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A falta de sensibilidade à dor seria uma benção? Muito pelo contrário! A dor é um sinal de alerta que protege o nosso organismo. No caso de ausência ou diminuição da sensação de dor, os gestos mais simples do cotidiano podem acarretar lesões que se não forem rapidamente detectadas podem se tornar mais graves. O indivíduo que não retira a mão da chama, que suporta sem reclamar golpes fortíssimos e não os trata. Em crianças, é geralmente a presença de queimaduras, feridas, hematomas ou fraturas, sem haver queixas, que orientam o médico para um diagnóstico da assim chamada síndrome da analgesia congênita. Os bebês também apresentam com frequência marcas de automutilação involuntária: mordidas nos dedos, no interior da boca e na língua, as vezes feridas decorrentes de arranhões repetidos no nariz e ao redor dos olhos.

Como explica Nicolas Danziger, neurologista no hospital da Pitié-Salpêtrière em Paris, “nessas formas de revelação precoce, os traumatismos graves e as automutilações desaparecem em alguns anos”, mais especificamente, quando a criança é grande o suficiente para entender quais os gestos que a colocam em perigo e aprende a desconfiar das situações de risco (frio, quente, choques, etc).  Mais raramente, pode ocorrer também  que a insensibilidade congênita à dor seja descoberta somente na adolescência ou em idade adulta, muitas vezes de forma acidental, quando uma fratura não produz nenhuma dor, por exemplo.

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Anomalias genéticas

As origens dessa doença estranha ficaram por muito tempo sem explicação. Foram necessários progressos da neuropsicologia e da biologia molecular para relacionar a falta de sensibilidade à dor com anomalias genéticas que modificam o funcionamento das fibras sensíveis e mais finas dos nervos. Ademais, sabemos que certas formas de analgesia congênita causam perda de sensibilidade tátil e da noção da posição dos membros. Em outros casos, observa-se uma alteração geral do sistema nervoso autônomo levando à ausência de lágrimas, crises de febre inexplicáveis, transpiração deficiente ou excessiva, etc.

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De fato, genes diferentes foram associados a diferentes formas de analgesia. Assim, em uma das ocorrências mais raras, a causa é a mutação de um gene, que permite a diminuição do fator de crescimento, indispensável ao desenvolvimento das fibras da dor. Essa mutação acarreta uma analgesia grave, acompanhada às vezes por uma situação de atraso mental.

Mais recentemente, uma equipe alemã detectou outra mutação genética na origem de uma disfunção dos canais iônicos permeáveis ao sódio: os estímulos dolorosos não provocam um influxo nervoso nas fibras da dor. Isso é o bastante para suscitar novos caminhos de pesquisa, tanto para entender a analgesia quanto para aliviar dores rebeldes.  É assim que vários laboratórios estão tentando produzir analgésicos capazes de agir sobre os canais iônicos.

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