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Em carta, Siqueira Campos pede respeito ao seu nome

Ex-governador do Tocantins por quatro mandatos, José Wilson Siqueira Campos (PSDB) divulgou uma carta criticando o modo como a imprensa local e nacional divulgou a noticia do bloqueio, e o posterior desbloqueio, dos seus bens por supostas irregularidades na construção de uma ponte em Campos Lindos; Siqueira voltou a afirmar que assinou o Contrato 403/1998, alvo de 69 ações do Ministério Público, mas negou que tenha participado de majoração de preços de obras; "Peço que respeitem o meu nome, que é o meu maior e único patrimônio, depois de filho de Deus e da vida", pediu; Siqueira ameaçou denunciar "todos os patrimonialistas que querem desviar a atenção do foco dos verdadeiros ladrões do dinheiro do povo"; leia abaixo a íntegra da carta

Ex-governador do Tocantins por quatro mandatos, José Wilson Siqueira Campos (PSDB) divulgou uma carta criticando o modo como a imprensa local e nacional divulgou a noticia do bloqueio, e o posterior desbloqueio, dos seus bens por supostas irregularidades na construção de uma ponte em Campos Lindos; Siqueira voltou a afirmar que assinou o Contrato 403/1998, alvo de 69 ações do Ministério Público, mas negou que tenha participado de majoração de preços de obras; "Peço que respeitem o meu nome, que é o meu maior e único patrimônio, depois de filho de Deus e da vida", pediu; Siqueira ameaçou denunciar "todos os patrimonialistas que querem desviar a atenção do foco dos verdadeiros ladrões do dinheiro do povo"; leia abaixo a íntegra da carta (Foto: Aquiles Lins)

Tocantins 247 - O ex-governador Siqueira Campos (PSDB) divulgou uma carta à imprensa se manifestando sobre as ações do Ministério Público Estadual que resultaram no bloqueio de bens dele, do governador Marcelo Miranda (PMDB), do consórcio de empresas Emsa/Rívoli/Construsan e de 12 pessoas por supostas irregularidades na construção de uma ponte no município de Campos Lindos. 

O líder tucano criticou a forma como a imprensa, local e nacional, divulgou a decisão do bloqueio de bens, depois revogada pela Justiça. Siqueira admite que assinou o Contrato 403/1998, alvo das ações do MPE, mas ressalta que o financiamento foi aprovado pelo Tribunal de Contas na época. "E o dinheiro foi passado ao meu sucesso para o exercício de 2003", diz Siqueira. "Portanto, não assinei contrato de pagamento majorado, de apostilamento ou que dessem margem para propinaço", afirma.

Siqueira Campos pediu que a imprensa respeite o seu nome. "Peço que respeitem o meu nome, que é o meu maior e único patrimônio, depois de filho de Deus e da vida. Patrimônio da minha família, do meu Estado, dos meus líderes e do povo tocantinense. Nada tenho contra ninguém. Isso e outras mazelas são problemas da Polícia, do Ministério Público, da Justiça e de Deus. Entretanto, volto a pedir, me respeitem!", afirmou. 

O líder tucano, que governou o Tocantins por quatro mandatos eletivos, ameaçou denunciar "todos os patrimonialistas que querem desviar a atenção do foco dos verdadeiros ladrões do dinheiro do povo. Leia abaixo a íntegra da carta.

Entenda

Siqueira Campos, Marcelo Miranda e os demais envolvidos tiveram bens bloqueados a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que moveu ao todo 69 ações civis públicas por irregularidades na execução das obras do Contrato nº 403/1998, assinado na gestão de Siqueira e que recebeu nove aditivos entre 1998 e 2007, sendo que cinco foram na administração de Marcelo Miranda. O contrato, que previa a construção de pontes, execução de obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica em todo o Estado, foi assinado com valor de R$ 411 milhões, mas com os aditivos chegou a R$ 1,4 bilhão.

A ação que resultou no bloqueio de bens de Siqueira refere-se a supostas fraudes e superfaturamento em obras de uma ponte sobre o rio Manuel Alves Grande, na cidade de Campos Lindos, norte do estado. A ponte de 125 metros de comprimento por 12 metros de largura foi construída em tubulões de concreto. Laudo pericial do MPE apontou ainda que houve pagamento de obras em dólares.  

"Na planilha de custos geral do Dertins o valor para o projeto executivo em 1998 era de R$ 18,08 o metro quadrado. Desconsiderando o valor geral praticado pelo Dertins, o valor cobrado pelo Consórcio EMSA/Rivoli/Construsan para o item projeto executivo foi de R$ 122,42 o metro quadrado, acréscimo de 396%", diz a ação subscrita pelos promotores Edson Azambuja, Aírton Amílcar Machado, Vinícius de Oliveira e Silva e Octahydes Bailan Junior.

Também tiveram bens bloqueados pela decisão liminar José Edmar de Brito Miranda (pai do governador Marcelo Miranda), Manoel José Pedreira, Ataíde de Oliveira, Cláudio Manoel Barreto Vieira, Marco Tulio Aires, Karla Martins Coelho, Adeuvaldo Pereira Jorge, José Pereira da Silva Neto, Dinacir Severino, Ferreira Adriano Macedo Maia e Luciano Nogueira B. Sobrinho.

Leia a íntegra da carta escrita pelo ex-governador Siqueira Campos:

"Caros Jornalistas,

Inconformado com o tratamento dado por parte da imprensa sobre o caso conhecido como "BLOQUEIO DOS BENS" tão alardeados pela imprensa de uma forma geral, com reflexo na mídia nacional, tendo que responder e alardear, que a forma publicada é tão equivocada como aquela outra situação que os mesmos veículos fizeram quando eu eleito me preparava para assumir pela quarta vez o mandato de Governador, honrado e feliz como assumi o mandato de Vereador, em 1966, cinco mandatos de Deputado Federal, sendo um de Deputado Constituinte e quatro mandatos de Governador do Estado do criado pela luz do Divino Espírito Santo, por mim e pelo povo tocantinense.

Na certeza de ser atendido quanto aos meus direitos e, em respeito à verdade, principal arma, instrumento do profissional honesto e digno, não entrei com ação por Danos Morais, mas me dirigi e coloquei-me à disposição da imprensa, mas não recebi de todos, em termos de direito de resposta, ou de atendimento por parte de pessoas. Nada tenho a reclamar, se não quiserem aliar a minha imagem com quem de fato são responsáveis por esse podrequeira. O que passou, passou. Mas não vou deixar de procurar o que precisar para REPARAÇÃO DOS DANOS MORAIS e de imagens, já que tenho o orgulho e a honra de ser ÍNTEGRO, criador e implantador de todos os sistemas, estruturas de geração e distribuição de energia elétrica, infraestrutura rodoviária em todo o Estado, bem como as estruturas urbanas integradas dos 139 municípios.

No caso em questão, a bem da verdade, EU ASSINEI O REFERIDO CONTRATO DE FINANCIAMENTO, aprovado pelo Tribunal de Contas, E O DINHEIRO FOI PASSADO AO MEU SUCESSOR PARA O EXERCÍCIO DE 2003. Portanto, não assinei contrato de pagamento majorado, de apostilamento ou que dessem margem para propinaço.

Mas peço que respeitem o meu nome, que é o meu maior e único patrimônio, depois de filho de Deus e da vida. Patrimônio da minha família, do meu Estado, dos meus líderes e do povo tocantinense.

NADA TENHO CONTRA NINGUÉM. Isso e outras mazelas são problemas da Polícia, do Ministério Público, da Justiça e de Deus. Entretanto, volto a pedir, ME RESPEITEM!

Se quiserem me usar para desviar a atenção dos verdadeiros culpados, me colocando junto deles, sou capaz de ir para a Praça dos Girassóis, sentar à Porta de entrada do Palácio Araguaia, que tenho orgulho de ter construído, convidar a imprensa e o povo tocantinense e DENUNCIAR TODOS OS PATRIMONIALISTAS QUE QUEREM DESVIAR A ATENÇÃO DO FOCO DOS VERDADEIROS LADRÕES DO DINHEIRO DO POVO.
Sou, com orgulho, fundador e criador do Estado do Tocantins, de Palmas, Bandeirantes, Campos Lindos, Rio da Conceição, São Felix do Tocantins, Mateiros e Recursolândia, além de criador de 42 Municípios.

Já que fui aos continentes Americano, Europeu, Asiático e Africano, em busca de relações e conhecimentos para construir o Tocantins dos nossos sonhos e organizar para o seu povo uma economia desenvolvida e dinâmica, seus potenciais de produção com estruturas urbanas modernas, sistemas de comunicação, distribuição de energia elétrica, água e saneamento básico (água e esgoto).

Com a credibilidade do meu nome e de um novo Estado que surgia, fui à Itália, quando o Banco Italiano Médio Crédito, que operava sob o modelo e o Sistema Eximbank, assim como os demais Eximbank, dos Estados Unidos, Japão e etc. Por isso, eles indicavam uma construtora do seu País, a Rívoli.

Estive com outras pessoas verificando a idoneidade e o patrimônio da Rívoli, na cidade do mesmo nome, que é vizinha da cidade famosa onde viveram e se amaram num belo Romance, Romeu e Julieta, em Verona. E, também consultei o Sistema Bancário e creditício italiano, bem assim as autoridades daquele País, confirmando a capacidade de êxito em todos os projetos.

Um forte abraço e os agradecimentos de quem não esquece o brilho e a importância da atuação de cada profissional da imprensa que lutou e ajudou e ajudou no nascimento e desenvolvimento do nosso querido Estado do Tocantins.

JOSÉ WILSON SIQUEIRA CAMPOS

PS1) Fui a Europa assinar contrato para construção da ponte, sobre o Lago de Palmas, porque a construtora terminou a barragem da UHE do Lajeado, uma vez que a empresa marcou a data para fechamento das comportas, o que triplicava o preço da Ponte Fernando Henrique Cardoso, lembrando que não tinha um centavo de dinheiro federal ou de outra origem, mas tão somente do Estado do Tocantins."

 

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