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Em editorial, jornal da Universal reclama de insegurança em Minas

Hoje em Dia, publicao do bispo Edir Macedo, mostra que a longa lua-de-mel com governo mineiro est acabando

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Minas 247 - A boa convivência, para não falar em relação mais do que amistosa, entre a imprensa mineira e o governo estadual, a cada dia está mais no passado. Em parte devido à nova postura do governador: Antonio Anastasia optou por não fazer um cerco tão grande à imprensa do estado, pelo menos se comparado ao seu antecessor, Aécio Neves.

Hoje, em editorial, o jornal Hoje em Dia - um dos três principais de Minas -, que pertence à Igreja Universal, de Edir Macedo, publicou editorial lamentando o estado da segurança pública no estado. O jornal O Tempo, do empresário e ex-deputado federal (PSDB e PV) Vittorio Medioli, já havia publicado, antes, várias matérias criticando a insegurança em Minas, inclusive reclamando da falta de transparência na divulgação das informações da área. O governo trocou recentemente o secretário de Defesa Social: saiu o deputado Lafayette Andrada e entrou o procurador de Justiça Rômulo Ferraz, de perfil mais técnico.

No editorial, o Hoje em Dia não critica diretamente o governo Anastasia, mas não esconde que os números de assaltos e crimes revelam um estado cada vez mais inseguro.

 

Leia abaixo o editorial do Hoje em Dia (ou clique aqui para lê-lo no próprio site do jornal):

 

 

Governo de Minas está reconhecendo o problema

 

As estatísticas oficiais sobre a violência em Minas Gerais revelam um quadro que preocupa a população, cada vez mais insegura. A transparência na divulgação dos números mostra que o Governo do Estado detectou e está atento ao problema. Publicamos hoje o registro de que oito crimes acontecem a cada hora, em média, no território mineiro. Crimes violentos, como homicídio, tentativa de homicídio, sequestro, latrocínio, estupro ou assalto à mão armada. Para não falar nos mais leves.

Os primeiros meses de 2012 seguem na mesma toada do ano passado, ou seja, de alta. Conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), nos três primeiros meses deste ano foram registrados 17.276 ocorrências de crimes violentos.

A troca recente da cúpula da segurança pública em Minas foi um passo na direção de amenizar a situação. As mudanças dos costumes estão por trás e envolvem um cenário mais amplo e complexo. Os números frios registram apenas o que vai parar na delegacia de Polícia. Em tese, tudo o que a sociedade não consegue resolver acaba na mesa da autoridade policial.

A nova estratégia é incentivar a participação popular nas denúncias com o lançamento da “Força-Tarefa de Proteção à Vida”. É mais um instrumento no cerco ao crime. Uma proximidade entre a sociedade e a polícia é desejada e, muitas vezes, viabilizada por meio das associações de bairro. Muitas delas até adquirem viaturas e trailers para uso policial, além de manter segurança privada nas ruas e praças.

O chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Rogério Andrade, tem razão ao afirmar que não se trata daquela tradicional operação de buscar o bandido, mas de ir até o jovem e incentivá-lo a se afastar do crime.

A força tarefa lançada no bairro São Gabriel, em Belo Horizonte, assolado com constantes assaltos, é uma resposta à reclamação dos comerciantes, que, conforme registramos, colocaram faixas nas ruas denunciando que a polícia havia sumido. Agora, a PM promete uma presença massiva de policiais.

E os outros bairros e as demais cidades mineiras? Não há policiais suficientes para dar uma demonstração de força em todas elas, o que mostra que o problema não é de fácil solução.

A competência das polícias Civil e Militar de Minas Gerais é reconhecida em todo o país, mas a questão da insegurança pública se alastra até mesmo quando o Brasil atravessa uma melhor fase na economia, com pleno emprego nas principais capitais.

A resposta tem de começar por um plano nacional de segurança pública. O bandido acossado em um estado vai cometer seu crimes em outro, o que demonstra a necessidade de se traçar estratégias nacionais.

Por trás de muitos desses crimes estão as drogas, que não são produzidas no Brasil. A cocaína, o crack e a maior parte da maconha, além das drogas sintéticas, vêm de fora. A vigilância começa pelas fronteiras, pelos aeroportos, pelo combate sistemático ao tráfico de armas e drogas.

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