Entre Aécio e Campos, Lacerda prefere o muro
Potencial candidato a governador de Minas em 2014, o prefeito de BH diz que ficará melhor sem o PT na administração e que não poderia abrir mão do apoio do senador Aécio Neves se fosse candidato ao governo estadual; mas ele não quer ficar mal com o governador pernambucano, que é do seu PSB e pode acabar apoiando a reeleição de Dilma
Minas 247 - Marcio Lacerda, claro, vai negar até o limite, mas é candidatíssimo a ser candidato ao governo de Minas Gerais, em 2014. Tanto é que prefere, mineiramente, ficar sobre o muro em relação a duas lideranças caras à sua incipiente trajetória política. Uma é o líder do seu partido (PSB), o governador pernambucano Eduardo Campos. Apontado por muitos como potencial candidato à presidência da República, Campos nunca teve relações muito próximas com Lacerda -- o prefeito mineiro surgiu politicamente no trabalho com o ex-ministro socialista Ciro Gomes, em Brasília. Mas Lacerda sabe que Campos é forte, pode ser uma terceira via viável em 2014 e, tão importante quanto, pode acabar aderindo à chapa de reeleição da presidente Dilma Rousseff -- e quem disse que o prefeito de BH quer ser oposição à dona do caixa da União?
Do outro lado, mas cuidando do seu colégio eleitoral, Lacerda quer aumentar a relação com o senador Aécio Neves (PSDB), hoje o mais provável nome da oposição a Dilma na eleição de 2014. Tudo isso ele falou em entrevista ao jornal Valor Econômico. Especificamente sobre esse assunto, veja o que disse o prefeito de BH:
SOBRE PSDB E PT
“O PSB aqui tem uma história de aliança forte com PSDB no Estado e com o PT nos municípios. Então, o que vai sair disso, não se sabe. Se Aécio for candidato, ele sai daqui com uma força muito grande. Ele tem um poder de agregação muito forte. Agora, o que o PSB vai fazer é uma incógnita. Tanto nacionalmente como aqui.”
SOBRE EDUARDO CAMPOS
“A posição dele é continuar apoiando o governo Dilma e esperar.
SOBRE AÉCIO
“Pensar em sair candidato a governador sem o apoio do Aécio é uma aventura. Então, para mim, que não me animo a sair nem com o apoio dele, imagina sem o apoio dele. E para ter o apoio dele serão necessários outros acordos. E aí como fica o PSB, como fica a eleição para presidente?”
Em seu segundo mandato, Lacerda não contará com os quadros do PT. Ele reconhece que o partido em BH tem bons quadros, que fizeram um trabalho satisfatório, a seu ver, quando estiveram na prefeitura. Mas, no fim das contas, o prefeito acredita que sairá ganhando sem o partido de Lula. Sobre isso, leia o que ele falou na entrevista ao Valor:
“A verdade é que eu saio da eleição mais independente do ponto político e administrativo. Porque o PT de fato tinha uma presença em cargos de direção na prefeitura. O PT tem bons quadros e em sua imensa maioria se adequou ao meu estilo de governar. E conseguiram produzir bons resultados. A maioria é de gestores de boa qualidade. Mas como é um partido muito militante na questão do aparelhamento isso acabou gerando dificuldades, porque havia pessoas focadas na militância, na preparação para a próxima eleição. Agora não vamos ter mais essa presença forte do PT. E isso trará uma contradição: eu vou conseguir aprofundar temas caros ao PT. A área de políticas sociais, muito aparelhada pelo PT e com resultados razoáveis. Ampliamos em 73% o orçamento em quatro anos nessa área. Mas tínhamos algumas barreiras, entre elas a questão das parcerias com empresários, que não dava para fazer. Agora, não. Agora, a gente conseguiu quebrar algumas barreiras.”
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