Esposas de presos protestam e fecham ruas
Carregando faixas, apitos e cartazes, dezenas de mulheres de presos fizeram um protesto em frente ao prédio do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL, em Maceió; elas denunciaram maus tratos e abusos de autoridade no sistema penitenciário
Alagoas247 - Denunciando maus tratos e supostos abusos de autoridade no sistema penitenciário, dezenas de mulheres de presos fizeram um protesto, na manhã desta terça-feira (26), na Praça Marechal Deodoro da Fonseca, no centro de Maceió, em frente ao prédio do Tribunal de Justiça (TJ) de Alagoas. Com faixas, apitos e cartazes, gritando palavras de ordem, elas fecharam o trecho da Rua Cincinato Pinto com a Barão de Penedo por alguns minutos e o trânsito ficou congestionado.
Desde o início da manhã, o grupo se concentrou à porta da sede do Poder Judiciário alagoano e tentava uma audiência com os desembargadores, que estavam reunidos em mais uma sessão do Pleno. Nenhum integrante da Justiça recebeu as manifestantes.
Militares lotados no TJ conversaram com as mulheres e tentaram amenizar a situação. No entanto, elas não se convenceram e partiram em caminhada até o prédio da Secretaria de Estado da Defesa Social e Ressocialização (Sedres), também no Centro.
A intenção do protesto, segundo as esposas, é chamar a atenção das autoridades para supostas práticas de maus tratos e abusos de autoridades, que estariam sendo cometidos por parte de agentes penitenciários e e de integrantes da direção do sistema prisional. Esta não é a primeira vez que as mulheres fazem este tipo de manifestação para denunciar as mesmas situações.
O ato acontece 24 horas após uma paralisação de três dias por parte dos agentes penitenciários. As visitas aos reeducandos foram suspensas, o que provocou a revolta dos parentes nesse fim de semana.
Parte delas reclama das visitas que estão suspensas há duas semanas. Elas dizem que os agente estão em greve, então não conseguem entrar nos presídios para a visita e também
para levar a comida dos parentes.
"Estamos reivindicando o direito dos nossos maridos receberem visita. Fora isso a gente também não pode mais levar a feira, os presos estão apanhando dos agentes e recebendo comida podre", denuncia Wilza Carla.
Elas denunciam ainda que os agentes estão dopando os presos, colocando remédios no café. "Para qualquer problema, eles dão paracetamol, até para dor de barriga. Sem contar que colocam o remédio na comida, ficam dopando os presos. E a comida ainda vem podre, com parafuso, chiclete, barata. Eles estão presos, mas não precisam ser humilhados não. Estão sendo tratados como porcos", acredita Jessica Ferraz.
"Os presos recebem alvará de soltura e os agentes não querem soltar. E também não estão indo para as audiências. A gente chega lá três da manhã para pegar ficha e eles só vão trocar o plantão pra gente entrar na hora que querem", revela Joseane Silva.
A assessoria de comunicação da Defesa Social informou que as visitas não estão suspensas. As esposas dos presos foram informadas que a visita foi transferida do sábado para a quarta e a quinta-feira devido à greve. E, depois disso, outra visita também está marcada para este domingo. Além disso, a assessoria avisou que estava tentando contato com o tenente-coronel Marcos Sérgio, superintendente da Administração Penitenciária, para receber uma comissão de esposas.
Com gazetaweb.com
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