Estaleiro Atlântico Sul demite cerca de 400 funcionários
Os desligamentos so considerados normais pela indstria naval. Empreendimento diz que demisses se devem aproximao da finalizao dos processos de construo do petroleiro Joo Cndido e da plataforma P-62.
Raphael Coutinho_247 – Com o objetivo de discutir a situação dos trabalhadores que foram desligados, nos últimos 15 dias, do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), representantes da empresa, da classe operária, do Ministério do Trabalho e do Governo do Estado de Pernambuco se reunirão, na próxima semana. Recentemente, foi vinculado na imprensa que Estaleiro estaria promovendo a demissões em massa. O EAS rechaçou a informação por meio de nota. O próprio Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE), que representa a categoria, também afirma desconhecer um movimento de desligamentos em larga escala. O número de desligados, que chega a cerca de 400 colaboradores, é considerado normal para uma empresa com o porte do EAS.
“Essas 400 demissões são rotineiras e até consideradas normais para uma empresa desse porte. O que nos assusta é a falta de clareza por parte do Estaleiro. Nós queremos que eles nos digam a dimensão desta situação”, afirmou o presidente do Sindmetal, Alberto Alves. “Temos medo do que pode vir pela frente, por isso queremos exigir soluções para evitar mais demissões”, concluiu. Nos últimos dois meses, 750 funcionários foram desligados do EAS.
Através de um comunicado oficial, o Estaleiro informou que a situação atual faz parte da rotina de admissões e desmobilizações de qualquer outra planta naval de grande porte. “Trata-se de uma situação corriqueira no setor e o Estaleiro se mantém na mais absoluta normalidade operacional e contratual, tendo em carteira 22 navios petroleiros do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro, um casco de plataforma semissubmersível da Petrobras (P-55) e sete navios sondas da Sete BR”, afirma o documento.
Ainda conforme a nota, as encomendas encaminhadas ao Estaleiro somam US$ 8,1 bilhões e garantem solidez ao negócio. Os dois primeiros projetos dessa carteira - o petroleiro Suezmax João Cândido, que foi lançado em maio de 2010, pelo então presidente Lula, e o casco da plataforma P-55 - serão entregues em dezembro próximo, conforme já anunciado. O segundo navio encomendado pela Transpetro, o Zumbi dos Palmares, está dentro do cronograma de produção. O EAS também já deu início à montagem dos blocos necessários á construção do terceiro navio, ainda sem nome.
NOTA
O EAS também publicou, nesta sexta-feira (11) uma nota nos principais veículos de comunicação impressa de Pernambuco. O comunicado destaca que o fato de ser um estaleiro novo, responsável pelo ressurgimento da indústria naval brasileira, houve a contratação de mão-de-obra acima do planejado. Além deste fato, a nota reafirma a normalidade dos desligamentos em função da aproximação do término dos projetos do navio João Cândido e do casco da plataforma P-62. A publicação destaca, ainda, que os novos projetos em carteira possibilitarão a recontratação dos trabalhadores quando necessário.
Apesar do EAS afirmar a normalidade da situação, fontes ligadas ao setor naval dizem que as demissões podem ter como pano de fundo o atraso na entrega do petroleiro João Cândido, encomendado pela Transpetro, cuja entrega está atrasada em quase um ano. Este atraso teria levado a uma redução dos repasses por parte da estatal, o que estaria afetando as operações do EAS, que estaria contando, principalmente, com o apoio financeiro dos acionistas até a regularização dos cronogramas de entrega. O EAS não se pronunciou sobre esta possibilidade.
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