ETFs permitem mais diversificação por menos

Luciane Macedo _247 - Nem todo mundo que ainda nutre o desejo de investir em ações tem paciência para avaliar empresas, e eleger suas escolhidas entre centenas, ou estômago forte para permanecer impassível diante das fortes oscilações do Ibovespa, especialmente em dias de pregões mais turbulentos, como os da terceira semana de maio. O momento é ideal para os "refugiados na renda fixa" darem ainda mais valor à segurança de suas aplicações, mesmo diante da possibilidade de ganhos cada vez menos atraentes com o passar do tempo e a queda dos juros básicos da economia.

O mercado de renda variável, felizmente, é diverso o bastante para acolher, inclusive, quem prefere passar longe de emoções fortes ou aqueles que não têm o menor prazer em identificar oportunidades na Bolsa. Os fundos de índice ou ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Funds) são uma das alternativas mais práticas e também mais acessíveis ao bolso, em comparação ao investimento direto em ações ou em um fundo de ações. Mas é preciso procurar as taxas mais baratas entre as corretoras para não anular os ganhos, principalmente para quem pretende investir aos poucos fazendo várias compras de cotas com pequenas somas.

"A principal vantagem dos ETFs é que você não precisa avaliar os diversos ativos, você vai seguir um determinado índice, ou vários, conforme queira, sem precisar saber quais ações estão performando bem ou não, é para quem não tem tempo e não acompanha o mercado com muita frequência, porque aí fica difícil de identificar as boas oportunidades", explica o analista de valores mobiliários Dalton Vieira.

Os fundos de índice, como sugere o nome, acompanham índices do mercado acionário -- como o Ibovespa, o principal da Bolsa, o de dividendos e o de small caps, entre outros (veja abaixo). Já são 13 os ETFs disponíveis para negociação na BM&FBovespa, variedade suficiente para montar uma posição diversificada e diluir riscos.

O número de negócios em BOVA11, código para o fundo de índice que acompanha o Ibovespa, bateu recorde no pregão da última quinta, dia 17, com 10.154 operações. Encerrando a semana, no dia seguinte, o recorde diário foi superado novamente, com 11.767 negócios, e uma segunda marca histórica, a de volume financeiro: no dia 18, o BOVA11 girou R$ 380,69 milhões -- o recorde anterior, de R$ 309 milhões, fora registrado no início do mês, no dia 4.

"A tendência é que o BOVA11 registre mais recordes, tanto pelo interesse do investidor por fundos de índice, que vem crescendo, como também pelo Ibovespa caindo com possibilidade de alta", comenta Vieira. "Se tem chance maior de o Ibovespa subir, o BOVA11 tem volume recorde de negócios, é mais simples atuar no ETF do que saber quais ativos vão valorizar".

"É um produto que gostamos bastante e que tem ganhado espaço, o investidor está começando a se interessar mais por ETFs", comenta Carlos Alberto Souza Barros, presidente da tradicional corretora Souza Barros, a primeira a ter um fundo de índice voltado ao investidor pessoa física -- ele se chamava Índice Souza Barros, ainda na época do pregão viva voz.

"Hoje, com toda a variedade dos ETFs negociados na Bolsa, os fundos de índice se tornam uma forma barata de diversificação", assinala Souza Barros. "E a performance é bastante consistente com os índices que acompanham, ela não oscila com os erros e acertos do gestor de um fundo".

Vieira também vê na possibilidade de diversificação com menos capital que o necessário para comprar lotes de ações ou cotas de um fundo de ações uma das principais vantagens dos ETFs. "Você dilui seus riscos ainda mais se comprar cotas de fundos de índice diversos, porque aí você passa a ter diversificação com maior número de ativos", explica o analista. "ETFs de small caps e dividendos com BOVA, por exemplo, pode ser uma combinação interessante: com dividendos, você se protege com empresas que dão lucro; com BOVA, você tem as empresas com mais volume de negócios e liquidez; com small caps, as empresas com mais volatilidade".

Já dá para começar a investir em cotas de ETFs com valores entre R$ 200,00 e R$ 1.000,00. Mas a indicação é que o investidor não use dinheiro que vai precisar no curto prazo e que fique atento aos custos do investimento, que podem comprometer os ganhos e não compensar o baixo tíquete de entrada.

Embora as taxas de administração dos fundos de índice da Bolsa sejam mais baixas que as cobradas, em geral, pelos fundos de ações, as cotas dos ETFs são negociadas na Bolsa do mesmo modo que ações, então é preciso atenção às taxas de custódia e corretagem. "É uma opção interessante de investimento em renda variável, mas deve-se levar em consideração os custos operacionais que incidem a cada compra e venda de cotas, e este custo varia de corretora para corretora", orienta Vieira.

Por que investir em ETFs?
Assista aos vídeos para entender como funcionam os fundos de índice da Bolsa

Índices e ETFs

ETFs na prática

Variedade para todos os bolsos e diferentes apetites ao risco
São 13 os ETFs negociados na Bolsa

iShares Ibovespa Fundo de Índice
Código: BOVA11
Índice: Ibovespa
Preço da cota: R$ 53,64
Taxa de administração: 0,54% a.a.
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iShares IBrX Índice Brasil (IBrX-100) Fundo de Índice
Código: BRAX11
Índice: IBrX-100 (Índice Brasil)
Preço da cota: R$ 38,22
Taxa de administração: 0,54% a.a.
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iShares Índice BM&FBOVESPA de Consumo Fundo de Índice
Código: CSMO11
Índice: ICON (Índice de Consumo)
Preço da cota: R$ 37,95
Taxa de administração: 0,69% a.a.
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iShares BM&FBOVESPA MidLarge Cap Fundo de Índice
Código: MILA11
Índice: MLCX (Índice Mid-Large Cap)
Preço da cota: R$ 41,97
Taxa de administração: 0,54% a.a.
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iShares Índice BM&FBOVESPA Imobiliário Fundo de Índice
Código: MOBI11
Índice: IMOB (Índice Imobiliário)
Preço da cota: R$ 15,00
Taxa de administração: 0,69% a.a.
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iShares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice
Código: SMAL11
Índice: SMLL (Índice Small Cap)
Preço da cota: R$ 62,91
Taxa de administração: 0,69% a.a.
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iShares Índice de Utilidade Pública (UTIL) BM&FBovespa Fundo de Índice
Código: UTIP11
Índice: UTIL (Índice de Utilidade Pública)
Preço da cota: R$ 27,28
Taxa de administração: 0,69% a.a.
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It Now IDIV Fundo de Índice
Código: DIVO11
Índice: IDIV (Índice de Dividendos)
Preço da cota: R$ 31,49
Taxa de administração: 0,50% a.a.
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It Now IFNC Fundo de Índice
Código: FIND11
Índice: IFNC (Índice Financeiro)
Preço da cota: R$ 31,74
Taxa de administração: 0,60% a.a.
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It Now IGCT Fundo de Índice
Código: GOVE11
Índice: IGCT (Índice de Governança Corporativa)
Preço da cota: R$ 18,66
Taxa de administração: 0,50% a.a.
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It Now IMAT Fundo de Índice
Código: MATB11
Índice: IMAT (Índice de Materiais Básicos)
Preço da cota: R$ 15,74
Taxa de administração: 0,50% a.a.
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It Now ISE Fundo de Índice
Código: ISUS11
Índice: ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial)
Preço da cota: R$ 20,96
Taxa de administração: 0,40% a.a.
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PIBB Fundo de Índice Brasil 50 Brasil Tracker
Código: PIBB11
Índice: IBrX-50 (Índice Brasil 50)
Preço da cota: R$ 79,22
Taxa de administração: 0,59% a.a.
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* Preço da cota = último preço negociado no pregão de 18/05/12
Fonte: BM&FBovespa