Ex de Cauã Reymond relata violência psicológica em campanha do MP
No vídeo, Mariana descreve o momento em que percebeu que estava em uma relação abusiva
247 - Mariana Goldfarb, ex-companheira do ator Cauã Reymond, gravou um vídeo para uma campanha do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) no qual relata a violência psicológica que afirma ter vivido em uma relação passada. O depoimento integra a mobilização nacional 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência e do Racismo contra as Mulheres, promovida pelo Ministério das Mulheres em parceria com secretarias estaduais e órgãos voltados às políticas femininas em todo o país. As informações foram divulgadas inicialmente pelo Metrópoles.
No vídeo, Mariana descreve o momento em que percebeu que estava em uma relação abusiva. “Eu consegui sair num momento em que tinha só mais 5% de oxigênio. Ou eu usava aqueles 5% ali, ou eu ia morrer. Percebi que estava em um relacionamento abusivo. Acho que desde muito cedo, mas eu não sabia nomear”, afirma a modelo, em um dos trechos mais contundentes da campanha.
A influenciadora explica que os sinais da violência psicológica se manifestaram no próprio corpo — uma consequência frequentemente ignorada desse tipo de agressão. “A violência psicológica não deixa marca visível, mas, olhando para trás, eu consigo ver como ela foi se manifestando: queda de cabelo, olho tremendo, falta de apetite, anorexia”, relatou, emocionada.
Sem citar nomes, Mariana diz que vivia constantemente “pisando em ovos”, em um ambiente que descreve como exaustivo.
“Era muito extenuante tentar fazer de tudo para que o dia terminasse bem — e não terminava. Comecei a beber muito, porque a gente vai procurando subterfúgios para anestesiar a dor. Minhas amigas e minha família diziam que aquilo estava errado, porque era visível. Eu já não era eu mesma. Meu brilho tinha sumido, como se alguém estivesse sugando tudo de mim.”
Outro ponto destacado por ela no depoimento foi o isolamento gradual em relação à rede de apoio, algo comum em ciclos de abuso psicológico. “Todas eram ruins, invejosas, tinham ciúmes… É isso que você escuta. Nenhuma presta, sua família não presta. Existe um jogo psicológico grande, de culpa e vitimização”, afirmou.
Mariana também reforçou a dificuldade de romper o vínculo com o agressor, destacando que a decisão não é simples nem imediata:
“Ouvi muito: ‘Por que você não sai?’. Mas não é assim. Só depois de viver isso eu entendi que não é apenas decidir sair. Não é uma relação saudável, mas existe uma dependência que acaba aparecendo.”
A campanha, que busca ampliar o debate sobre as diversas formas de violência contra mulheres, utiliza depoimentos reais para sensibilizar o público e encorajar vítimas a reconhecerem sinais de abuso — físicos, emocionais e comportamentais — que muitas vezes permanecem invisíveis até para quem os vivencia.
