Ex-diretor da Procemp nega envolvimento em desvios
Em depoimento na CPI que apura supostos desvios de verba na Procempa, o ex-diretor técnico da empresa Zilmino Tartari, disse que a área em que trabalhava era exclusivamente técnica, e, nas poucas vezes que substituiu o presidente ou assinou despachos e ordens de pagamento, suas ações foram "sempre analisadas e precedidas" com ritos legais
Nícolas Pasinato, Sul21 - Em seu depoimento na CPI que investiga denúncias de desvios na Procempa, o ex-diretor técnico da empresa Zilmino Tartari, negou qualquer tipo de envolvimento ou conhecimento sobre irregularidades que possivelmente ocorreram no período em que atuou na companhia de capital misto, responsável pela área de Tecnologia da Informação (TI) da Prefeitura da Capital.
O testemunho de Tartari aconteceu na manhã desta quinta-feira (5). Na ocasião, ele ressaltou que a área em que trabalhava era exclusivamente técnica, e, nas poucas vezes que substituiu o presidente ou assinou despachos e ordens de pagamento, suas ações foram "sempre analisadas e precedidas dos devidos ritos processuais e legais".
O ex-diretor da Procempa foi pressionado pelos vereadores desde o início. No primeiro questionamento, pediram para que comentasse depoimentos de diferentes funcionários na Comissão, que afirmaram ter praticado irregularidades por cumprirem ordens de seus superiores. "Nunca determinei a quem quer que fosse algo de forma desrespeitosa ou que não fosse ético. Sempre busquei a construção e o consenso. Jamais aconteceu isso da minha parte", respondeu.
Por outro lado, ele admitiu que possa ter cometido algum erro, no que diz respeito a contratos, durante os oito anos em que esteve na função. "Ninguém é infalível. Em oito anos posso ter errado em função da rotina. São muitos documentos. Não lembro de tudo o que eu assinei", diz. Ele também falou sobre divergências de pagamentos de despesas médicas feitos ao Hospital Mãe de Deus, em valor inferior a R$ 5 mil, em cheques que contêm a sua assinatura. Segundo ele, isso ocorreu na ausência do presidente e, conforme o estatuto, nesse caso, os cheques devem ser assinados pelos dois diretores (técnico e administrativo). "Pelo valor baixo, pelo serviço estar de acordo com previsão estatutária e pelos cheques já terem vindo assinados pela outra diretoria, acreditei que todos os ritos haviam sido cumpridos", disse.
Em relação aos contratos com as empresas Pillatel e Bratelco, identificadas como sendo do mesmo dono, e com a possibilidade de duplicidade de alguns pagamentos, Tartari, novamente, disse que o seu conhecimento sobre os contratos ocorreu no campo técnico. "A diretoria técnica não compra, não faz pagamentos e não licita. Tem uma estrutura constituída para isso. Área técnica se limita a demandar serviço e equipamentos sempre que necessário", explica.
Ele comentou ainda que as decisões na Procempa, que tem uma gestão presidencialista, são verticalizadas, conforme o seu organograma. "As demandas seguem orientação verticalizada. Não existe orientação na forma horizontal. Existem reuniões entre as áreas. Mas no aspecto operacional não existe deliberação na horizontalidade", disse.
Ele reconheceu também ter participado de algumas reuniões e viagens para conhecer produtos, como o Siat, sistema que gerencia as atividades tributárias do município adquirido à empresa Consult de Curitiba, mas que, igualmente, nada além da avaliação técnica foi feita por ele. O presidente da CPI, vereador Mauro Pinheiro (PT), informou que a viagem ocorreu dois anos antes da prefeitura assinar o contrato com a Consult. "Se o contrato foi assinado em 2009, como explica a viagem no dia 22 agosto de 2007 para tratar do assunto? A Procempa tinha certeza do acordo dois anos antes da assinatura?", indagou. Tartari disse que foi uma reunião técnica e que não lembra exatamente o que foi discutido na ocasião.
O segundo depoimento que estava marcado para esta quinta-feira foi transferido para o dia 18 de dezembro a pedido do depoente, Rudinei Dias Moreira, que é o responsável pela Gestão e Tecnologia em Saúde da empresa GSH. Ele afirmou ter compromisso de trabalho em outro estado nesta data e a sua impossibilidade de comparecer na Comissão.
Na próxima quarta-feira (11) está prevista a oitiva de dois depoimentos. Estão convidados a comparecer à CPI o ex-servidor da Procempa Matuzalem Alves e um dos proprietários da empresa Pilatel, João Antônio Pilla Dias. Compareceram à sessão desta manhã os vereadores Airto Ferronato (PSB), Any Ortiz (PPS), Bernardino Vendruscolo (PROS), Elizandro Sabino (PTB), Fernanda Melchionna (PSOL), Lourdes Sprenger (PMDB), Mário Manfro (PSDB), Mônica Leal (PP) e Reginaldo Pujol (DEM).
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