Ex-sede do ‘Madoff mineiro’ é arrombada
Investidor Thales Maioline ganhou o apelido depois de trazer prejuzo de pelo menos R$ 100 milhes a mais de 2 mil mineiros, em 2010 - como fez, em maior escala, o ex-operador de Wall Street Bernard Madoff, dois anos antes
Minas 247 - No fim de 2010, o “investidor” mineiro Thales Emanuelle Maioline foi preso e detido na Penitenciária Nelson Hungria, na Grande Belo Horizonte. Ele já estava conhecido em Minas pelo apelido de Madoff Mineiro, uma alusão ao ex-operador da Bolsa de Nova York Bernard Madoff, que havia sido preso meses antes devido a fraudes no mercado - o caso Madoff foi, por sinal, um dos desencadeadores da crise que abalou a economia americana e mundial a partir do segundo semestre de 2008.
Em Minas, Maioline havia dado prejuízo de aproximadamente R$ 100 milhões a mais de 2 mil investidores em 14 cidades do estado. Agora, a ex-sede do seu fundo de investimentos foi arrombada. Localizada em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (nordeste mineiro), ela estava entre os bens de Maioline que haviam sido bloqueados pela Justiça.
Thales dava seus golpes (descobertos pela CVM em junho de 2010) valendo-se da boa relação com as vítimas. Era visto por elas como o típico “gente boa”. Quando ficou sabendo da notificação da CVM, por exemplo, chamou seus “colegas de investimento” para o Hotel Ouro Minas (principal hotel de luxo de BH) e garantiu ter depositado R$ 1 milhão para transformar a empresa em sociedade anônima”. Depois, sumiu.
Leia texto do jornalista Luiz Ribeiro no jornal Estado de Minas (ou clique aqui para lê-lo no site do próprio jornal):
Ex-sede de fundo de investimentos do Madoff Mineiro é arrombada
A casa onde funcionou o escritório da fundo de investimentos Firv Financeira criado pelo empresário Thales Emanuelle Maioline, em Araçuaí (Vale do Jequitinhonha) foi arrombada, sendo levadas as janelas e uma porta. Maioline, que ficou como conhecido como “Madoff Mineiro” – numa alusão ao ex-operador da Bolsa de Wall Street Bernard Madoff, é acusado de ter causado um prejuízo de aproximadamente R$ 100 milhões a mais de 2 mil investidores de 14 cidades mineiras em meados de 2010. Detido em 16 de dezembro de 2010, ele está preso na Penitenciária Nelson Hungria.
O imóvel onde a Firv funcionou em Araçuaí está entre os bens de Thales Maioline e dos seus familiares que foram bloqueados pela Justiça após várias vítimas do golpe terem ajuizado ações, tentando serem ressarcidas dos prejuízos que tiveram. A casa fica localizada na esquina das ruas José Antonio Araújo e Brasília, na Vila Magnólia, próximo ao Centro de Araçauí. Foram arrancadas quatro janelas e uma porta (lateral) de madeira (estilo colonial).
O arrombamento, que teria acontecido na semana passada, até a tarde de ontem não tinha sido registrado em boletim de ocorrência pela Polícia Militar de Araçuaí. “Ainda vou verificar”, disse o tenente Gilamárcio da Silva, comamdante do destacamento da PM na cidade. Ninguém viu quem entrou no imóvel. “Deve ter sido gente que eles (Thales e seus familiares) ficaram devendo", opinou uma moradora.
A casa está fechada desde julho de 2010, quando estourou o golpe do “Madoff Mineiro”, denunciado através de reportagem do Estado de Minas. O imóvel tinha sido adquirido por Thales Maioline meses no primeiro semestre daquele ano por R$ 175 mil. Antiga proprietária é a mulher de um ex-prefeito do município.
Maioline e outras três pessoas foram denunciados pela prática dos crimes de estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso. O grupo, que atuava em 14 cidades, captava recursos de investidores sob a promessa de altos rendimentos – algo em torno a 5% ao mês, uma rentabilidade quase impossível no longo prazo. O dinheiro captado junto aos novos investidores servia para remunerar os antigos, no esquema de “pirâmide”.
A defesa do “Madoff Mineiro” entrou um pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STF). Mas, o pedido foi negado no final de março.
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