"Existe um jogo combinado entre alguns candidatos"

Bahia 247

Os seis candidatos à Prefeitura do Salvador voltaram a se encontrar em debate na noite desta terça-feira (2). Nesta última semana de campanha, as agendas são intensas, inclusive com os debates na TV. Além do embate na Itapoan/Record na segunda (1º) e na Aratu/SBT ontem, os postulantes ainda se enfrentarão na TV Bahia/Globo nesta quinta (4), último dia de campanha através dos recursos eletrônicos.

E o clima esquentou mais uma vez, sobretudo entre os três principais candidatos, Mário Kertész (PMDB), ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT). Enquanto No primeiro bloco, os postulantes se confrontaram em perguntas de temas pré-definidos pelas emissoras, feitas entre si.

Aparentemente em defesa do petista Nelson Pelegrino, Mário Kertész questionou Neto se ele estaria por trás da cobrança dos policiais militares, feita nesta terça, sobre um reajuste da gratificação da categoria. O democrata, por sua vez, retrucou e direcionou o questionamento ao candidato do PT. "Quem entende de sindicato da Polícia Militar e dos professores é o PT".

O clima esquentou de verdade no terceiro bloco, cujas perguntas formuladas pelos próprios candidatos foram de tema livre. Enquanto Kertész e Pelegrino, mais uma vez, concentravam seus ataques a ACM Neto, Da Luz (PRTB), Hamilton Assis (PSOL) e Marcio Marinho (PRB) ficaram à vontade para questionar os três mais bem pontuados nas pesquisas sobre os principais desafios que o futuro gestor terá no comando do Executivo soteropolitano.

E Mário Kertész foi com tudo para cima de ACM Neto. O peemedebista voltou a questionar o candidato do DEM sobre sua afirmativa de que 'Salvador pode andar com suas próprias pernas'. Neto respondeu que "a cidade viável, só precisa de um prefeito competente", e citou corte de gastos e o fim dos desvios como uma solução para melhorar a receita soteropolitana.

O peemedebista elevou o tom e voltou a questioná-lo sobre sua ligação com João Henrique (PP), o terceiro pior prefeito do Brasil, segundo avaliação popular. "Está parecendo um homem que tem uma amante e não quer assumir", provocou Mário Kertész.

Na réplica, ACM Neto deixou de lado a postura de bom moço. "Pergunte a Pedro Godinho, presidente da Câmara e membro do seu partido, por que ele não colocou as contas de João Henrique para serem votadas".

Embate continuou do lado de fora

Na saída do debate, ainda no pátio da emissora, ACM Neto afirmou à imprensa que "existe um jogo combinado entre alguns candidatos, mas esse jogo vai acabar no domingo". O "jogo" ao qual o democrata se refere é o suposto complô entre Kertész e Pelegrino contra sua candidatura.

Em resposta, o petista disse que existe, sim, um "entendimento" entre ele e Kertész. "Há um entendimento entre a minha candidatura e a de Mário Kertész de que ACM Neto não tem condições de governar Salvador. Não tem experiência, não tem partido, não tem projeto, não consegue reunir condições para governar a cidade".