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Farmácia online. É seguro comprar medicamentos na Internet?

O Prof. Jean-Pierre Foucher, membro da Academia Nacional de Farmácia da França, relembra alguns princípios de prudência. No Brasil, as regras para o comércio online de medicamentos seguem aproximadamente os mesmos critérios europeus

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Por: Jean-Pierre Foucher – Le Figaro

 

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Desde o dia 1º de março, as farmácias francesas estão oficialmente autorizadas a vender medicamentos pela Internet. Por ora, apenas quinze farmácias já têm seu site e três quartos dos franceses dizem que não estão dispostos a comprar um medicamento pela Internet. Trata-se dos mesmos que poderiam se beneficiar dessa possibilidade de compra à distância que são os mais relutantes: 90 % dos  mais de 65 anos assim como 87 % das pessoas que vivem no interior!

A Internet entrou nos hábitos de consumo e nenhum setor parece poder escapar de uma prática fácil e cada vez mais segura. Mas o medicamento não é uma simples mercadoria, e a pessoa que entra em uma farmácia não está apenas à procura de um produto, mas de uma habilidade, um conselho e um voto de confiança, uma garantia de segurança e de saúde ao mesmo tempo. Por que comprar medicamentos na Internet quando os franceses têm uma distribuição farmacêutica harmoniosa? Na França, há uma farmácia para cada 2900 habitantes. Todos eles, portanto, têm um acesso fácil aos seus medicamentos.

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Cuidado com as curas milagrosas

Os franceses também têm motivos para desconfiar da Internet, pois eles são incomodados o tempo todo por spams de sites internacionais que vendem - em mais da metade dos casos - medicamentos falsificados ou forjados, contendo na melhor das hipóteses, açúcar ou água, e na pior das hipóteses, substâncias perigosas que podem matar tanto quanto os estupefacientes. Este flagelo da falsificação aumentou dez vezes em poucos anos em um mercado paralelo vinte e cinco vezes mais relevante no mundo em termos de negócios do que a heroína, e cinco vezes mais que o contrabando de cigarros.  Atualmente, ele representa até 10% do mercado mundial dos medicamentos.

Sem ir tão longe, na Internet, os perigos poderiam estar subestimados, uma vez que os produtos vendidos fora do circuito habitual não passam através do canal farmacêutico regularmente monitorado pelas autoridades sanitárias. Isso significa que a qualidade dos produtos oferecidos, suas condições de armazenagem e sem contar também, seu valor terapêutico não são avaliados e certificados. É o caso, por exemplo, dos produtos que contêm melatonina, muito populares na Internet. Finalmente, há um lugar melhor que na Internet onde os charlatães podem oferecer impunemente seus remédios «milagrosos», com o risco, infelizmente muito comum, de seduzir pacientes crédulos ou debilitados, especialmente quando estão sofrendo de uma doença grave?

 

 

A nova lei permitirá precisamente aos novos sites farmacêuticos autorizados que se diferenciem desses sites ilegais, ao parar, se possível, esse desenvolvimento de um comércio perigoso e assegurando a aquisição de medicamentos por via eletrônica. Na verdade, é imperativo limitar os riscos ao máximo, mantendo nosso circuito de distribuição de medicamentos exemplar na Europa, onde, desde a matéria-prima até a dispensação, a rastreabilidade é constantemente assegurada e a responsabilidade do farmacêutico, envolvida.

A autorização de vender medicamentos na Internet faz parte das obrigações relacionadas à nossa participação na comunidade europeia. Mas não há questão para tanto, de autorizar qualquer um a vender qualquer medicamento na Internet, mesmo legalmente, como na Alemanha, na Grã-Bretanha ou na Dinamarca. Por conseguinte, a França estabeleceu, na medida do permitido pela regulamentação europeia, as regras que lhe parecem indispensáveis para que a proteção da saúde tenha mais importância sobre considerações puramente comerciais.

 

 

Controle dos profissionais

Assim, apenas os farmacêuticos titulares de uma farmácia têm o direito de abrir um site de venda de medicamentos na Internet; acima de tudo, apenas estão envolvidos os medicamentos que não necessitam de receita médica obrigatória. Com estas disposições, da produção à dispensação, os medicamentos permanecem sob controle farmacêutico, como é o caso nos nossos vizinhos belgas, gregos, irlandeses e portugueses, que consideram, como nós, que a prescrição de um medicamento, mesmo em automedicação, é um ato de saúde. É por isso que na Internet, as farmácias «virtuais» devem corresponder às farmácias reais, abertas ao público e mantidas por um ou mais farmacêuticos. No entanto, para não se perder na selva da Internet, o usuário deve poder localizá-las facilmente por um logotipo, que não somente permitiria identificá-las, mas constituiria, de algum modo, uma espécie de selo de qualidade, verificável por um link que remeteria, por exemplo, ao site do Ministério da Saúde ou ao do Conselho da Ordem dos Farmacêuticos.

 

 

Enquanto isso, a melhor maneira de não correr riscos com sua saúde é ainda continuar a comprar seus medicamentos na farmácia, ainda mais que com o aumento da expectativa de vida, o aumento das doenças crônicas, das polipatologias e a diminuição do número de médicos, o farmacêutico se torna um ator primordial de um novo sistema de saúde mais individualizado. No entanto, é claro que o progresso constante das técnicas de circulação da informação só pode melhorar os serviços prestados aos pacientes, como vistas à telemedicina. As práticas dos profissionais de saúde acabarão por integrá-las oficialmente. Nada impede, desde já, imaginar que através de meios interativos práticos como os e-mails ou a vídeo-conferência, por exemplo, o farmacêutico possa dialogar com o «comprador» para se informar sobre seu estado de saúde, sua idade, seus tratamentos em andamento, etc., tudo na base da confiança, dentro do espírito atualmente utilizado na farmácia, onde o farmacêutico é capaz de nos explicar pessoalmente os riscos de contra-indicações ou interações medicamentosas durante a entrega na farmácia. Isso também melhorará a farmacovigilância. Na verdade, longe de perder o controle da entrega dos medicamentos, os farmacêuticos poderiam, através da Internet, transformar seus sites em locais a serviço do uso adequado dos medicamentos.

Situação no Brasil (Nota da Redação Saúde 247)

No Brasil, a venda de medicamentos pela Internet foi regulada em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Só as farmácias que têm lojas abertas ao público podem vender remédios pela internet, telefone ou fax. A empresa que oferecer o serviço é obrigada a garantir uma forma de comunicação direta e imediata do internauta com o farmacêutico.

Os medicamentos tarja preta ficam fora da lista de remédios autorizados no comércio online e só poderão ser comprados pessoalmente, nas drogarias. Se o remédio for sujeito à prescrição médica, a receita precisa ser vista pelo farmacêutico antes da venda.

 

 

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