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Fernando Lyra é sepultado em Pernambuco

Foi enterrado no final da tarde desta-sexta (15), o corpo do ex-ministro da Justiça, Fernando Lyra (74), no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Norte do Grande Recife; Lyra, considerado um dos grandes nomes na luta pela redemocratização do País, faleceu enquanto encontrava-se internado no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo; Governo do Estado decretou luto oficial de três dias

Fernando Lyra é sepultado em Pernambuco (Foto: (2358) Eduardo Maynard)

PE247 – Foi enterrado no final da tarde desta-sexta (15), o corpo do ex-ministro da Justiça, Fernando Lyra (74), no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Norte do Grande Recife. Lyra, considerado um dos grandes nomes na luta pela redemocratização do País, faleceu enquanto encontrava-se internado no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Várias lideranças políticas, além de amigos e familiares de Lyra compareceram ao velório realizado no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

O ex-deputado possuía um longo histórico de problemas de saúde. O primeiro infarto no coração aconteceu em 1978. Lutava contra uma insuficiência cardíaca desde aquela época, o que o levou a utilizar um marca-passo, além de ter implantado diversas pontes de safena e mamárias. No final do ano passado, no dia 29 de dezembro, foi internado no Hospital Português, no bairro da Ilha do Retiro, Zona Oeste do Recife. Os problemas se agravaram e Lyra passou a sofrer de insuficiência renal aguda. No dia 5 de janeiro, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, e, quatro dias mais tarde, saiu da UTI, mas voltou em menos de 48 horas. Passou Ao todo, ele passou 47 dias internado entre hospitais do Recife e de São Paulo.

O ex-ministro era admirado e reconhecido entre as personalidades da política partidária por ter sido um dos fundadores do grupo “Autênticos MDB”, que, na década de 70, lutava pela redemocratização do País. Além disso, Lyra marcou o seu nome por ter se engajado na luta pelas eleições diretas, com a campanha Diretas Já, e ter sido um dos principais atuantes no lançamento da candidatura de Tancredo Neves, que foi eleito pelo Colégio Eleitoral em janeiro de 1985 com 480 votos (72,4%) contra 180 dados a Paulo Maluf (27,3%), porém morreu em 21 de abril do mesmo ano. O ex-parlamentar também chegou a escrever o livro “Daquilo que eu sei” sobre a sua relação com Tancredo e a redemocratização do Brasil.

Fernando Lyra nasceu no Recife, em 8 de outubro de 1938, e formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Caruaru, Agreste de Pernambuco, em 1964. Foi eleito deputado federal, pela primeira vez, em 1966, e se reelegeu por mais seis vezes. Atuou como ministro da Justiça no Governo Sarney, de março de 1985 e fevereiro de 1986. Três anos mais tarde, foi vice do então candidato a presidência da República, Leonel Brizola, quando ambos integravam o PDT.

Em seu último mandato como deputado federal, Fernando Lyra já havia ingressado nos quadros do PSB. Em 2003, ocupou a presidência da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Recife, até 2011. Mesmo não exercendo mandatos, não se afastou da política e participou das duas campanhas que resultaram na eleição do atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em 2006 e 2010.

Em decorrência da morte do Fernando Lyra, o governador Eduardo Campos decretou ontem luto oficial de três dias no Estado. O ex-ministro deixa esposa e três filhos.