Festa do Morro movimenta economia local

Raphael Coutinho_PE247 – A Festa do Morro da Conceição é a oportunidade dos fiéis se aproximarem mais de Nossa Senhora da Conceição. Mas também é a chance do comércio formal e informal conseguir faturar com produtos relacionados a Santa durante o período das comemorações, encerrado nesta quinta-feira (08). Da vendedora de lanches ao comerciante de velas, todos enxergam o negócio que está por trás da celebração e o poder de compra dos católicos. No entanto, a 107ª edição da festa dividiu a opinião dos vendedores.

Segundo o vendedor de artigos religiosos, Doryhan Miranda, 40 anos, o movimento este ano foi até 75% menor que em outras edições. Ele, que trabalha como frentista de posto de combustíveis, mas que mobiliza toda a família para levantar um rendimento extra, atribuiu o fracasso nas vendas a própria organização da festa. “Os fiéis estão sendo orientados a comprarem os produtos oficiais, direito da Igreja, e com isso nossa venda ficou abaixo do esperado. Eles estão nos queimando”, desabafou. Para colocar uma barraca ao lado do templo relogioso, Doryhan desembolsou cerca de R$ 60,00 em taxas para a Prefeitura do Recife. “Nós não vamos sair no prejuízo, mas com certeza não valeu a pena”, concluiu.

Porém, do outro lado da rua, Izaquiel Brás Figueiredo, 35 anos, era só alegria. Ele comemorava o sucesso na venda de velas e só estava arrependido de não ter trazido mais. “A venda de velas esse ano foi muito boa. Eu trouxe 20 caixas só hoje (08) e antes do meio-dia já tinha acabado tudo”, revelou. No entanto, Izaquiel, que há cerca de 20 anos trabalha como vendedor na Festa do Morro, disse que outros produtos não tiveram o mesmo sucesso. “No ano passado eu trouxe fotos da Santa e estava vendendo a R$ 3,00. Este ano eu tentei vender por R$ 1,00, mas ninguém queria”, acrescentou.

Fotos: Andréa Rêgo Barros/247