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Fleury: "A polícia tinha obrigação legal de agir”

Governador de São Paulo na época do massacre que deixou 111 mortos após a invasão da PM no Pavilhão 9 do Carandiru, Luiz Antônio Fleury disse em depoimento que não estava na cidade no dia, mas que se estivesse, teria dado a ordem de entrada da polícia; ele contou ainda que foi dormir com a ideia de 60 mortos, mas no dia seguinte, a imprensa o indagou se eram mais de 100

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Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A terceira testemunha de defesa ouvida nesta terça-feira (30), na segunda etapa do julgamento do Massacre do Carandiru, foi o governador na época, Luiz Antônio Fleury. O ex-governador reiterou as declarações fornecidas durante o primeiro julgamento ocorrido em abril. Ele informou que não estava na capital paulista no dia do massacre, mas, se precisasse, teria dado a ordem de ingresso da Polícia Militar no Pavilhão 9 do presídio.

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"A responsabilidade política da decisão era minha. No meu governo não tinha preso jogando futebol com cabeça [de preso morto] e com polícia assistindo", disse ele.

Fleury lembra que os fatos ocorreram na véspera das eleições municipais, e ele estava na cidade de Sorocaba, interior do estado. Ele contou que percorria a cidade com um candidato do município. Fleury disse ter recebido informações sobre a ocorrência de uma rebelião em São Paulo, mas que "as coisas estariam sob controle", disse. Como não existia celular naquela época, havia dificuldade de comunicação.

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Depois do almoço, o ex-governador relatou que decidiu retornar a São Paulo de helicóptero. Porém, naquela tarde chuvosa, a viagem que era para durar apenas 20 minutos, durou 1 hora. "Cheguei no Palácio dos Bandeirantes e já haviam ocorrido os fatos, a entrada da PM", disse ele.

Em contato por telefone com o secretário de Segurança Pública na época, Pedro Franco de Campos, recebeu a informação de que havia três juízes de Direito presentes no presídio. As circunstâncias descritas pelo ex-secretário, segundo Fleury, indicavam que a entrada da PM era necessária. "A polícia tinha obrigação legal de agir", declarou.

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No dia da rebelião, havia 1,2 mil presos no Pavilhão Nove. Fleury disse que os números sobre mortos que chegavam, naquele momento, eram desencontrados. "No final, o secretário foi me informando do número de mortes e eu fui dormir com a ideia de 60 mortos. No dia seguinte, quando fui votar, a imprensa me indagou se eram mais de 100. Disse ao secretário para dizer [a quantidade de mortos] só quando tivesse certeza", disse.

A quantidade real de mortes, 111, só foi divulgada após o fechamento das urnas eleitorais. Fleury destacou, porém, que não houve intenção de abafar esses dados. "Simplesmente houve dificuldade em saber o número de mortos, por isso só foi divulgado no dia posterior", disse ele.

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Toda a ação para reprimir a rebelião resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos e ficou conhecida como o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro.

Após o intervalo para o almoço, o Tribunal do Júri continua com a oitiva de uma testemunha protegida e a exibição de dois vídeos com depoimentos gravados durante a primeira parte do julgamento, em abril deste ano.

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Edição: José Romildo

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