Goiás adota estratégia de risco para vencer crise
Governador Marconi Perillo d sinais de mudanas na equipe, mas at agora nada. Enquanto isso, auxiliares caem por ligaes com Cachoeira. Est certo o governador em adiar a reforma, minimizando recados da sociedade como o FORAMARCONI?
Henrique Morgantini_Goiás247 - Ao não efetuar modificações em seu secretariado, o governador Marconi Perillo (PSDB) tenta passar a imagem de que confia em seus assessores enquanto as denúncias e evidências de envolvimento de cada um deles no esquema do jogo ilegal em Goiás somente cresce a cada dia: casos de João Furtado (SSP) e Thiago Peixoto (educação) são os mais graves. Há outros.
Os tentáculos da organização que há muito venceram os limites dos jogos ilegais em Goiás chegou ao Palácio das Esmeraldas. Ao derrubar a chefe de Gabinete do governador Marconi Perillo, Eliane Pinheiro, flagrada em conversas usando um rádio Nextel fornecido pela estrutura de Cachoeira, ficou evidente a intimdade do grupo liderado pelo contraventor com a cúpula do Governo de Goiás.
Mas a exploração indiscriminada e sem controle dos jogos de azar, através das máquinas de caça-níquel, é apenas um braço dos vários que existem na organização que reunia o ex-presidente da Câmara de Vereadores e ex- secretário estadual do Trabalho de Marconi Perillo, Wladmir Garcêz, o diretor da empresa Delta Engenharia, Claudio Abreu, e o empresário Carlos Cachoeira.
Nas gravações que foram reveladas pela imprensa feitas pela Polícia Federal, o grupo tinha negócios em grande monta dentro do Governo. Tanto por intermédio do senador Demostenes Torres, ligado até o pescoço com o esquema milionário, quanto também de forma independente.
O que as gravações revelam é que, além dos jogos, o grupo também fazia transações dentro da Secretaria de Educação, comandada por Thiago Peixoto (PSD). Um dos registros apontam que Peixoto estaria cedendo de forma encoberta e ilegal modelos chineses de construção de escolas para que o grupo de Abreu e Cachoeira pudessem se antecipar na construção de imóveis e, no tempo certo, alugá-los ou vendê-los ao poder público estadual. O custo dessa cessão de informações sigilosas ainda é desconhecido.
SSP
Apesar dos milhões em contratos da Delta com a Agetop, responsável pelas grandes obras estatais de Goiás, intermediados por Wladmir Garcêz e arquitetados por Cachoeira, e dos casos que pipocam dentro da Educação, o forte na formatação do governo paralelo goiano ainda era com os jogos e sua base em um insuspeito local: a Secretaria de Segurança Pública.
São incontáveis os registros feitos pela PF em que oficiais da PM de Goiás de alta patente surgem pedindo “ajuda”, “dinheiro” ou mesmo “uma motocicleta” para funcionários da organização. Em troca, prometem ceder informações, evitar operações policiais e coordenar a segurança estratégica de todo o crime organizado que explora os jogos de caça-niquel. Até o momento, delegados envolvidos, comandantes da PM e demais policiais envolvidos foram afastados para averiguação. Mas nenhuma medida política foi tomada pelo Governo de Goiás.
Risco
A estratégia de Marconi Perillo, depois de ter apresentado respostas conflitantes sobre a sua verdadeira relação com Carlos Cachoeira nos diversos veículos de comunicação, é muito clara. Perillo quer segurar até onde dá seus assessores mais comprometidos a fim de evitar que a demissão sumária de cada um deles seja o reconhecimento de que efetivamente o poder paralelo estava instalado dentro de sua gestão.
Mais do que isso: a demissão de Thiago Peixoto, secretário de Educação citado nas escutas, e de João Furtado Neto, da SSP – este ainda mais enrolado, já que é citado como sócio de algumas operações –, pode representar uma sinuca de bico para o Governador. Se demite, e nega que sabia da existência dessas ações criminosas, admite que seu governo estava comprometido sem que ele fosse capaz de saber. Uma declaração aberta de incompetência.
Por outro lado, se não faz a limpeza de seus assessores, Perillo corre o risco de deixar subentendido que todos fazem parte do esquema de Cachoeira e que ele não poderá abrir mão dos secretários que faziam o que faziam com o conhecimento do chefe maior, o próprio governador.
São todas hipóteses amplamente divagadas pela crônica politica em Goiás e também pela população, que se impacienta, como mostra a manifestação deste final de semana como FORAMARCONI. É o malfadado adágio popular: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. O que, em se tratando de conexões criminosas com o jogo do bicho é uma das mais fortes ironias já vistas recentemente na política de Goiás.
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