Governo "chuta" em estatística sobre seca
Para além de um marco histórico ou de mais um dado para servir à Ciência, localizar no mapa de tragédias a seca em curso em nada muda a realidade do sertanejo que até hoje, segunda década do século 21, ainda sofre com a falta d’água e vê ruir o pouco que construiu, na permanente ausência do poder público
Carla Serqueira, da Gazeta de Alagoas - O falatório oficial que ampara a ineficiência de ações nas catástrofes naturais é tão antigo e previsível quanto as próprias secas e enchentes ocorridas no Brasil. De que adianta saber se a atual estiagem, por exemplo, é a menor ou a maior das últimas décadas? Para além de um marco histórico ou de mais um dado para servir à Ciência, localizar no mapa de tragédias a seca em curso em nada muda a realidade do sertanejo que até hoje, segunda década do século 21, ainda sofre com a falta d’água e vê ruir o pouco que construiu, na permanente ausência do poder público.
Na semana passada, no Palácio República dos Palmares, a seca e a última enchente que, apesar de ter completado três anos, ainda judia do povo alagoano à espera de habitações prometidas ou mal construídas, voltaram a figurar entre as autoridades.
De acordo com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), sua gestão enfrenta a maior seca e a maior enchente dos últimos cem anos. “Em nosso governo, Alagoas passou pela maior cheia dos últimos 100 anos e pela maior seca dos últimos 100 anos”, disse Vilela, durante a visita ao estado do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.
CRONOLOGIA
Em discordância com a conta de Vilela, o noticiário nacional lança outras comparações. Em matéria divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a informação é de que a atual seca é a pior dos últimos 50 anos, mesmo intervalo considerado pela presidente Dilma Rousseff, em discurso oficial. Em outros registros, o dado varia e já se falou em pior seca dos últimos 40, 70 e até 98 anos. O fato é que seca no Nordeste existe desde que Brasil é Brasil. E com ela, há sempre o flagelado, o morto de fome, os rebanhos dizimados, as famílias pobres que perdem o ganha pão e alongam a fila dos dependentes do governo para garantir a sobrevivência.
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