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Guerra a bancos de Dilma desperta lobby contrário

No Jornal da Globo, ex-ministro Malson da Nbrega atacou populismo da presidente; Planalto, no entanto, pretende seguir em frente na cruzada pela queda dos juros o e marqueteiro Joo Santana v iniciativa como o Real da Dilma

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247 – Quando Maílson da Nóbrega foi ministro da Fazenda, no governo de José Sarney, o Brasil atingiu a hiperinflação, com taxas de 80% ao mês. Naquele tempo, os bancos viviam do chamado “float”, lucrando com recursos depositados pelos clientes sem a devida correção inflacionária. Com Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real matou a inflação e muitos bancos foram forçados a se ajustar – outros, como Econômico, Nacional e Bamerindus quebraram. No entanto, o que deu fôlego para o ajuste foi o fato de o Brasil manter a maior taxa de juros do mundo durante um período prolongado.

Nesta semana, na véspera do Primeiro de Maio, a presidente Dilma Rousseff declarou guerra ao sistema financeiro. Num pronunciamento em rede nacional, condenou os juros “perversos” cobrados no País e praticamente exortou clientes a trocarem bancos privados por instituições públicas, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, onde o governo determinou a redução dos spreads. Dilma quer que, até o fim do seu governo, o Brasil tenha juros reais de no máximo 2%, como ocorre em países civilizados, além de spreads baixos. Só assim, diz ela, no seu círculo íntimo, o Brasil deixará de ser o “último pernil disponível no mundo”, reproduzindo uma expressão do ex-ministro e conselheiro Delfim Netto. É a alta taxa de juros, insiste Dilma, que provoca o chamado “tsunami monetário”, atraindo capitais especulativos de outros países, que vêm ao Brasil apenas em busca de retornos mais elevados, gerando distorções na economia real.

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Pela primeira vez na história recente, um governo no Brasil decidiu enfrentar de frente o sistema financeiro. Mas o lobby contrário já começa a se organizar. Na noite de ontem, no Jornal das Dez, da Rede Globo, o ex-ministro Maílson da Nóbrega, dono da consultoria Tendências, se disse “assustado” com o tom do pronunciamento de Dilma Rousseff. Disse que bancos públicos e privados têm acionistas – e que isso deve ser respeitado. Disse ainda que Dilma só poderia ter dito o que disse por duas razões: desconhecimento ou populismo. E como a presidente tem conhecimento sobre o que fala, disse o ex-ministro, ele rotulou a presidente como “populista”.

O “Real da Dilma”

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Do lado do governo, o embate é visto com entusiasmo. Na Folha de S. Paulo de hoje, a principal manchete informa que o governo estuda rever as regras da caderneta de poupança para promover uma queda ainda maior dos juros. Como a remuneração mínima é de 6% e os juros já se aproximam deste patamar, toda a indústria de fundos do sistema financeiro está ameaçada. A ideia do governo seria criar uma espécie de “poupança flex”, sem as mesmas garantias mínimas.

Para o marqueteiro João Santana, que coordenou a campanha de Dilma Rousseff à presidência, a redução dos juros será o “Plano Real da Dilma”, a grande marca do seu governo. Assim, ela deixará de ser a “faxineira” da República e se tornará a presidente que equiparou o Brasil ao restante do mundo, eliminando o que, sem sombra de dúvida, é uma distorção da economia nacional.

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Em países desenvolvidos, bancos existem para financiar o desenvolvimento, não para gerar renda sem trabalho.

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