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      Guerra sinaliza lançar nome de Aécio já este ano

      Presidente nacional do PSDB reforça que a tendência natural é lançar o senador mineiro como presidenciável e confirma que o palanque será composto por quadros famosos e novas bases sociais: "O exemplo do PT está dado. O ex-presidente Lula de fato, não de direito, lançou a candidatura da Dilma muito antes das eleições de 2010"

      Guerra sinaliza lançar nome de Aécio já este ano (Foto: Sergio Lima/Folhapress)
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      Rachel Duarte - Sul 21

      Em busca de um discurso capaz de representar uma alternativa ao governo federal, o PSDB enfrenta um processo de reestruturação. Fortemente identificada com a oposição ao modelo adotado nos últimos dez anos de governo federal, a sigla prepara uma agenda de renovação nos principais estados e colégios eleitorais. Em 2013, o partido deverá promover mudanças nos diretórios estaduais, municipais e o nacional a fim de agilizar as prévias que definirão com antecedência os nomes para disputar as eleições de 2014. As estratégias foram apresentadas pelo presidente nacional do PSDB e deputado federal Sérgio Guerra, em entrevista ao Sul21.

      Ele explica que os tucanos amadureceram depois das derrotas de José Serra (PSDB) à Presidência da República (2010) e à Prefeitura de São Paulo (2012) e que a tendência natural é lançar o nome do senador Aécio Neves como presidenciável. Ele confirma que o palanque será composto por quadros famosos e novas bases sociais, que o partido vem arregimentando desde o ano passado. “O exemplo do PT está dado. O ex-presidente Lula de fato, não de direito, lançou a candidatura da Dilma muito antes das eleições de 2010”, disse.

      Sérgio Guerra considera que a adoção de uma agenda propositiva é a principal ferramenta para enfrentar uma eventual candidatura de Dilma Rousseff, em uma tentativa de reeleição vista como eleitoralmente forte por analistas. “Trabalharemos na construção de uma proposta com base nos problemas do país que ainda não foram superados por este governo. As coisas começam pelo reconhecimento do que já foi feito, do que foi feito errado e na constatação do que deve ser feito”, falou.

      Sul21 – O PSDB está com um cronograma de reforma para preparar o partido para a eleição de 2014. Quais seriam os principais pontos deste programa? Ele já começou a ser executado?

      Sérgio Guerra – São basicamente duas grandes tarefas. A primeira é cuidar das eleições internas do partido, o que implica na renovação dos diretórios municipais, estaduais e nacional. Nas áreas onde a gente não tem tido bons resultados, vamos buscar promover mudanças mais amplas. Isso inclui Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e outros grandes colégios eleitorais. Vamos eleger uma nova diretoria para o diretório nacional, que defendemos que seja liderada pelo senador Aécio Neves.

      O senhor não permanecerá depois de maio, como quer o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso?

      Não. Eu saio em maio. Não posso ficar. Já sou presidente há seis anos, não posso mais. Fernando Henrique pode querer, mas o estatuto não quer. No PSDB quem manda é a lei, não o presidente do partido, mesmo que seja um presidente de honra. E a segunda tarefa que teremos é a reestruturação do programa nacional do partido. Vamos fazer congressos temáticos, com vistas a uma proposta de renovação para o país. Essas serão as duas principais tarefas de 2013. Quanto às propostas para o país, é algo que vamos desenvolver até julho. A reforma do partido nos estados vai até dezembro.

      O senador Aécio Neves é o candidato natural do PSDB à presidência?

      Sobre candidatos, é muito provável que o PSDB faça prévias, o que pode acontecer no final deste ano ou no começo do ano que vem. A escolha do candidato só ocorrerá depois disso. Mas boa parte do partido defende que o nome do senador Aécio Neves seja colocado. Primeiro, porque o nome dele representa uma grande maioria na sigla e segundo, porque é um nome que tem muita capacidade de mobilizar forças que estão fora do partido. O nome do candidato à Presidência da República ajuda a capitalizar votos fora do partido na sociedade.

      Esta é uma estratégia baseada na avaliação do partido sobre o resultado das últimas eleições?
      Sérgio Guerra – Sim. Fazer um candidato conhecido e amadurecer uma campanha não pode ser tarefa para se fazer no ano da eleição. O exemplo do PT está dado. O ex-presidente Lula de fato, não de direito, lançou a candidatura da Dilma muito antes das eleições de 2010. Ainda durante o governo (de Lula) ela ficou conhecida. Quando deixou o governo para disputar as eleições, a população já tinha amplo conhecimento sobre ela.

      Há uma ideia entre muitos analistas de que a reeleição de Dilma Rousseff é o quadro mais provável em 2014. Isso preocupa? O que pode ser feito nos próximos dois anos para reverter isso?

      Eu acho que vai ocorrer a campanha de reeleição da Dilma. O governo está bem avaliado e a presidência também, mas os sinais da gestão são muito mais preocupantes do que generosos para o governo. O desempenho da economia, o mensalão, a crise da infraestrutura, problemas da Petrobras, dificuldades na área de saúde pública, gestão com falta de investimentos em infraestrutura e problemas na produção de energia elétrica… Não são sinais que ajudem o governo para o futuro. Neste momento o país lidera negativamente as taxas de crescimento, ou seja, crescemos menos do que quase todo o mundo. Isto tudo não ajuda candidato a presidente nenhum, como a Dilma foi ajudada em sua primeira campanha à presidência. Vivemos um momento em que a economia não apresenta bons sinais e a sociedade aponta no sentido de uma mudança. Todos devem competir e ninguém tem reserva de mercado eleitoral.

      Leia a entrevista completa aqui.

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