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Guga e o mensalão

Gustavo Kuerten apareceu entre os possveis beneficirios do Mensalo. O que ele tem a ver com isso? Provavelmente nada

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Márcio Kroehn – Gustavo, Kuerten, o maior tenista brasileiro de todos os tempos estaria na lista de pagamentos suspeitos feitos pelo Banco do Brasil através do Fundo Visanet, segundo a PF. A investigação está de olho nos patrocínios esportivos do BB para o tênis e o vôlei de 2001 a 2005. O interessante é que o período é anterior ao Governo Lula, que teve início em janeiro de 2003. Ao todo são pouco mais de R$ 20 milhões que foram parar em 26 eventos, sendo 21 no esporte da bolinha amarela. No topo da lista dos pagamentos está a agência de marketing esportivo Koch Tavares, que foi responsável pelos principais torneios de vôlei e tênis do País, como o Brasil Open e a Copa Davis, e pela carreira do maior tenista brasileiro de todos os tempos.

Guga começou a receber o apoio financeiro do BB em 2000, quando já tinha conquistado o primeiro dos seus três títulos em Roland Garros. Antes, ele era patrocinado pelo Banco Real (atual Santander), que conquistou um dos maiores retornos de imagem com um esportista. E não apenas pelo sucesso do tenista, mas por um acordo fechado com a raspa do tacho da verba anual de marketing do banco holandês. O ainda desconhecido Guga recebeu um patrocínio com um valor baixíssimo que, na ponta do lápis, daria para cobrir as despesas de poucas viagens pelo circuito mundial. Assinado o contrato, o Manezinho da Ilha vence o charmoso torneio de Paris, entra para a história e a instituição financeira faz valer o que estava em contrato, pagando bem menos do que pagaria por um campeão.

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Mas, noves fora, o que ele tem a ver com o escândalo do desvio financeiro? Parece que nada. É mais do que razoável pensar que falar em Guga naquele período era como ter a benção do Rei. Era como se o nome dele servisse como absolvição para qualquer possível culpa. E com sua publicidade em alta no Brasil e no mundo, é até possível que sua imagem tenha sido utilizada sem autorização, apenas como chamariz para um torneio ou evento do que se imaginava ser o futuro país do tênis. É bom lembrar que na primeira metade dos anos 2000, qualquer desafio, challenger ou disputa de tênis tinha os cabelos desgrenhados de Guga para atrair público e patrocinadores.

E é mais do que manjado que quem quer cometer algum ato ilegal procura colar sua cara de pau às figuras que tenham caráter e índole, por motivos óbvios. Ao lado de quem não levanta suspeita é possível passar quase despercebido por uma multidão. O problema é quem, depois, fica com cara de trouxa, por ter servido de muleta para ajudar os espertinhos. Parece improvável que Guga tenha culpa no cartório. Era, apenas, o nome do momento. Mas se for provado por A mais B que Gustavo Kuerten é cúmplice do desvio de verba pública, seremos, como disse Bertold Brecht, o pobre país que precisa de ídolos.

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