Há 35 anos, Nadia Comaneci encantava o mundo

Por Manuela Meneses_247 – O seleto público que assistiu a apresentação da romena Nadia Comaneci nos Jogos Olímpicos de Montréal, em 1976, testemunhou o despertar do maior fenômeno da ginástica artística mundial. À época com apenas 14 anos, a ginasta prodígio conquistou os jurados, expectadores e até os adversários. A perfeita performance, repleta de movimentos precisos, alinhados com graciosas acrobacias, completa 35 anos nesta segunda-feira, 18.

A apresentação lembra um feito inédito na história dos jogos: pela primeira vez, uma atleta recebeu sete notas 10 da rigorosa comissão julgadora, conquistando três inéditas medalhas de ouro. A romena triunfou nas apresentações consideradas de maior dificuldade: solo em barras assimétricas e trave de equilíbrio, competindo contra 85 ginastas no individual geral. Nadia foi eleita pela imprensa mundial a melhor ginasta da equipe romena, que levou a medalha de prata, perdendo apenas para a União Soviética.

Ao fim dos jogos, a ginasta ficou conhecida como “Rainha de Montreal” e o governo romeno considerou o feito de Nadia um dos maiores acontecimentos do país. Ao desembarcar, foi presenteada com a medalha de Heroína Socialista do Trabalho, que antes dos jogos, era destinada apenas a heróis de guerra. Com o status de estrela mundial, a atleta voltou a brilhar nos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, quando conquistou o bicampeonato na trave. Mesmo com tantos feitos, a imprensa mundial destacou a cena em que Nadia aparece aos prantos, após uma desastrosa apresentação nas barras assimétricas. A curta carreira durou apenas dez anos. Em 1989, Nadia fugiu da ditadura romena para buscar asilo político nos Estados Unidos. Ao desembarcar em solo americano, a ginasta disse a frase que comoveu o momento histórico vivido por revolucionários romenos: “Eu quero uma vida livre para mim”.