Haddad: “o Brasil tem um déficit muito grande de republicanismo”
Prestes a entregar a gestão da cidade de São Paulo ao prefeito eleito João Doria (PSDB), Fernando Haddad (PT) diz que não é político, mas um administrador que está satisfeito por entregar o comando do Executivo e deixando a cidade planejada até 2030; "Vão descobrir que sou bem menos político que Doria", diz; em entrevista ao El País, ele avalia que o Brasil não vive uma democracia real e que o país "tem um déficit muito grande de republicanismo"
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SP 247 - Prestes a entregar a gestão da cidade de São Paulo ao tucano João Doria (PSDB), o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), disse que não é político, mas um administrador que está satisfeito por entregar o comando do Executivo e deixando a cidade planejada até 2030. "Vão descobrir que sou bem menos político que Doria", declarou, em entrevista ao jornal El País. Ele avalia que o Brasil não vive hoje uma democracia real e que o país "tem um déficit muito grande de republicanismo".
"A gente sempre pensa a democracia como a eleição, o Governo de maiorias. Mas está errado. A democracia é muito mais do que isso. A democracia é o Governo da maioria, mas é o respeito da minoria, a tolerância às minorias. Temos um déficit muito grande de republicanismo no Brasil. As instituições não são republicanas. E isso vale para a imprensa também", disse.
Segundo ele, o atual período de turbulência econômica e política deverá se diluir em breve. "Vivi um período que não vai se repetir. Estou falando da parte difícil, entre 2013 e 2016. Não vamos mais ter 8% de recessão em dois anos e eu acredito que essa sobreposição de crises ética, política e econômica, neste nível de severidade observado, será difícil de acontecer novamente. Mas com tudo isso, na cidade de São Paulo batemos recorde de investimento no período, recebemos um grau de investimento da [agência de classificação de risco] Fitch, estruturamos todas as carreiras de Estado. Planejamos a cidade até 2030 em praticamente todas as áreas.", destacou.
Haddad também avaliou que o atual contexto politico e econômico abriu espaço nas últimas eleições para que candidatos com discursos extremistas ganhassem espaço. Sobre o futuro do PT, Haddad foi enfático ao dizer que o partido está "gravemente ferido". "O problema do PT é que ele está gravemente ferido, não se sabe se de morte ou não. E talvez a sociedade leve um tempo para entender que não é fácil você construir uma alternativa a esse instrumento tão poderoso de transformação social porque as circunstâncias históricas do surgimento do PT não vão se repetir", avaliou.
Leia aqui a íntegra da entrevista.
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