Helicópteros da PM e bombeiros não podem voar
Duas aeronaves precisam ser revisadas pela empresa Fênix, que está suspensa pela Anac; entidade de fiscalização alega falta de documentos, ferramentas e pessoal capacitado na empresa; na última terça-feira 8, um helicóptero da mesma marca e modelo caiu matando oito pessoas
Brasília 247 – Nove dias depois de uma aeronave Koala da PM caiu durante uma reconstituição da polícia civil, Anac proíbe outros dois helicópteros da mesma marca e modelo de voar. As aeronaves precisam ser revisadas, mas a empresa que seria responsável pelo trabalho, a Fênix, está suspensa pela Anac.
Confira mais detalhes na matéria do portal G1.
Após o acidente com o helicóptero da Polícia Civil de Goiás na última terça-feira (8), em Piranhas (GO), outras duas aeronaves, uma do Corpo de Bombeiros e outra da Polícia Militar, estão proibidas de voar. A medida se deve ao impedimento da empresa Fênix, onde teria sido feita a manutenção do Koala AW119 antes do acidente aéreo.
Segundo o comandante de Operações Especiais da Polícia Militar (COE), tenente-coronel Wellington Urzêda, a cada 50 horas de voo, as aeronaves precisam passar por uma revisão. Do mesmo modelo e série do helicóptero que caiu, os Koalas da PM e Bombeiros completaram, respectivamente, 350 e 300 horas de voo, de acordo com o comandante.
Mas a empresa contratada pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), no dia 24 de abril, está impedida de fazer a manutenção dos helicópteros pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No dia 2 de maio, a Anac suspendeu as atividades da Fênix por falta de documentos, ferramentas e até mecânicos capacitados para realizar o serviço.
Na portaria da empresa, um profissional que preferiu não identificar, falou sobre o problema com a Anac. "Esse deslize vai ser revelado na hora certa. Nós somos uma empresa séria, os meninos aqui são todos militares, vieram de uma formação bem rígida", diz.
A grande dúvida é saber por que no dia 4 de maio, já com a decisão da Anac, o helicóptero da Polícia Civil foi levado para manutenção na Fênix e retirado do local no dia 7 de maio, na véspera do acidente. Segundo fontes na SSP-GO, a manutenção estava agendada antes da interdição, mas não chegou a ser feita. A aeronave teria sido retirada para a viagem que terminou na fazenda em Piranhas.
Comandante do Grupamento Aéreo da PM (Graer), o major Ricardo Mendes disse que a aeronave estava em perfeitas condições. Para ele, alguma coisa desestabilizou o voo. "E aqui eu posso dizer que não foi uma ação do piloto", diz. O major acredita que a resposta para o acidente possa estar no que aconteceu com a pá da hélice do helicóptero.
"É prematuro e irresponsável da minha parte dizer que seria uma falha estrutural. Porém, encontrar uma pá do rotor principal a 200 metros, em linha reta do ponto de impacto da aeronave, já por aí existe um caminho a ser trilhado", aponta Mendes.
Nesta noite, a Fênix divulgou uma nota, onde diz que todos estão de luto pela tragédia. Também afirma que faz manutenção de helicópteros há quatro anos e atende cliente de todo o país. Segundo o comunicado, desde o acidente a empresa coopera com a investigação do Centro Nacional de Investigação de Acidentes (Cenipa). Afirma ainda que "a investigação vai demonstrar a lisura da empresa".
A Anac informou que não tinha conhecimento do descumprimento da ordem de suspensão dos trabalhos por parte da Fênix. Segundo a agência, a fiscalização é feita por meio de um cronograma, e a vez da empresa ainda não tinha chegado.
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