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      Helio Telho: quem a CPI está protegendo?

      Coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em Goiás afirma que pedidos de indiciamentos têm efeito jurídico zero e que comissão tenta proteger beneficiários dos recursos das empresas fantasmas do esquema Delta-Cachoeira

      Helio Telho: quem a CPI está protegendo?
      Realle Palazzo-Martini avatar
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      Goiás247_ O procurador da República em Goiás, Hélio Telho critica o andamento da CPI do Cachoeira. Em entrevista à Agência Estado, ele afirmou que a comissão tenta proteger os beneficiários dos recursos das empresas fantasmas do esquema montado por Cachoeira e pela Delta. “Isso é realmente preocupante e deve ser analisado. Quem está sendo deixado de fora? Quem a CPI está protegendo?”, indaga o procurador da República.

      Telho é coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em Goiás, instituição que, junto com a Polícia Federal, desencadeou a Operação Monte Carlo. Na entrevista, o procurador também comenta os indiciamentos propostos pelo deputado e relator Odair Cunha (PT). O petista recomendou o indiciamento do governador Marconi Perillo, ato que para Telho tem efeito jurídico zero: “O indiciamento em si é um nada jurídico, não produz nenhum efeito jurídico contra a pessoa que está sendo indiciada.”

      Telho vai além e afirma que os indiciamentos acabam sendo usados para o chamado “palanque eleitoral”, sem produzirem efeitos práticos. “Ele (o indiciamento) resulta mais em estrépito, em argumentos que os adversários utilizam no palanque eleitoral do que propriamente em resultado prático”, avalia.

      Na opinião de Hélio Telho, o indiciamento recomendado pelo relator Odair Cunha não resultará em punição. “O indiciamento pela CPI não vai punir ninguém, não vai abrir processo contra ninguém. O efeito jurídico prático é zero. Então não me preocupa que dezenas de pessoas estejam sendo indiciadas”, diz.

      Na prática, o efeito do pedido de indiciamento é um ardil político, pois a maioria dos investigados possui inquéritos abertos, já foi indiciada ou até denunciada. No caso de Marconi Perillo, o próprio governador pediu investigação à Procuradoria-Geral da República, e o Superior Tribunal de Justiça autorizou a abertura de inquérito. E no relatório final da Polícia Federal sobre a Operação Monte Carlo, Perillo não é considerado culpado. Os investigadores não encontraram provas de que o tucano integrava o esquema montado por Cachoeira e seus comparsas.

      Relatório político

      Para o PSDB, não há dúvida que o relatório de Odair Cunha atende a interesses políticos e no caso de Perillo tem a única intenção de desgastá-lo. Os tucanos apostam as suas fichas na insatisfação dos aliados com o relatório para derrubar a toda a proposta. Assim, a CPI se encerraria sem um relatório final, sem pedir o indiciamento de Marconi Perillo e dos demais investigados.

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