Henrique Alves vem ao Recife e pede apoio ao PSB

Paulo Emílio_PE247 - Depois do socialista Júlio Delgado, é a vez do candidato pelo PMDB á presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), vir à Pernambuco. Alves desembarca nesta terça-feira (22) no Recife para um encontro com governador e presidente do PSB, Eduardo Campos, e com integrantes da bancada pernambucana. Alves busca conseguir apoio em torno da sua candidatura, algo que parece distante, uma vez que Eduardo Campos já manifestou apoio, ainda que velado, à postulação do correligionário.

O apoio ao candidato do PMDB por parte da legenda socialista parece ser uma possibilidade distante. Potencial pré-candidato à Presidência da República em 2014, Campos sabe que obter a presidência da Câmara Federal eleva, e muito, o cacife político do PSB. Sendo assim, não teria muito sentido apoiar o revezamento entre PT e PSB à frente do cargo.

Um outro fator que também contribuiu para que Eduardo apoiasse as intenções de Delgado foi a disputa pela indicação da primeira-secretaria da Casa. Com a briga entre PSDB e PSD pela vaga, os tucanos estudam a possibilidade de lançar uma outra candidatura, esta visando a presidência, como uma forma de enfraquecer o PMDB. Alves, que já enfrenta o desgaste de uma série de denúncias de favorecimento na liberação de emendas para seu estado natal, o Rio Grande do Norte, teria pela frente mais um partido, o que tiraria uma fatia dos votos necessários para ocupar o cargo. Esta situação pode levar a disputa para um segundo turno, ampliando as chances de Delgado na corrida pelo comando da Câmara.  

É com esta possibilidade que o PSB passou a contar nos últimos dias. Campos evitou ao máximo demonstrar a apoio à postulação de Delgado, que inicialmente lançou-se à presidência da Câmara sem o apoio da direção da legenda. Mas as denúncias contra o peemedebista e a briga PSDB e PSD levaram o governador de Pernambuco e mudar de posição, ainda que de forma velada. O apoio discreto se deve ao fato do PSB integrar a base governista que tem Alves como o seu candidato.

A postulação de Alves também encontra eco junto a outros partidos que não vêm com bons olhos o fato do PMDB poder assumir simultaneamente a presidência da Câmara e do Senado, em função de um acordo feito com o PT no qual cada partido assumiria cumulativamente os dois cargos a cada biênio.