Humberto Costa quer levar procurador para a CPMI
Segundo o petista, é preciso averiguar mais a fundo por que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, engavetou a Operação Las Vegas
Leonardo Lucena_247 - O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, ontem (12), que é preciso averiguar mais a fundo a postura do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, suspeito de não ter aberto o inquérito elaborado em 2009, na Operação Las Vegas, um desdobramento da Operação Monte Carlo. Na ocasião, a Polícia Federal também investigava as ligações entre o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado como responsável pelo comando de uma rede ilegal de jogos no país e de tráfico de influência envolvendo políticos e empresários. Na próxima quinta-feira (17), Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do caso Cachoeira decidirá se convoca o procurador para depor no Congresso Nacional.
Para o petista, algumas perguntas que ficaram sem respostas. “Como ele (Gurgel) recebe o processo e não questiona para o Supremo Tribunal Federal (STF)? Ele não arquivou, não fez nada”, declarou o senador. De acordo com ele, caso o procurador realmente vá depor no Congresso, isso não atrapalhará o trabalho da CPMI. No entanto, o procurador se recusa a depor, uma vez que não teria cabimento, segundo ele, atuar como testemunha perante um caso, no qual ele é acusador. Além disso, Gurgel alega que em 2009 não tinha provas suficientes para tomar alguma posição.
Anvisa
Também relator do caso envolvendo Demóstenes Torres e sua relação com o contraventor Cachoeira, Humberto Costa disse que ainda não se sabe qual foi o desfecho da intermediação feita pelo ex-democrata para que o laboratório de Cachoeira, o Vitapan, ficasse isento de licenças de medicamentos por parte da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Os grampos demonstram claramente que houve contatos para esta prática. Mas anda não sabemos se eles tiveram êxito neste lobby”, disse Costa.
Sobre o fato da CPMI funcionar a portas fechadas, o que vem implicando críticas da sociedade civil, de instituições jurídicas, como a Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Pernambuco (OAB-PE), e de vários outros parlamentares do Congresso, Costa deixou claro que isso ocorreu não por espontânea vontade de alguns membros da comissão. “A sessão foi secreta porque procuradores e delegados estão submetidos ao sigilo funcional. Caso eles burlassem essa regra, proferindo informações de caráter sigiloso, poderiam ser demitidos”, esclareceu.
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