HUOC recebe R$ 21 milhões para sair da crise
O Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), referência em várias especialidades no Estado, que fica no bairro de Santo Amaro, Centro, está em crise, apresentando infraestrutura precária e com um déficit de pessoal que chega a 700 funcionários na unidade; para chamar a atenção para o problema, servidores e médicos da unidade realizaram um protesto nesta segunda-feira, a fim de pressionar o Governo do Estado que, por sua vez, anunciou investimentos de R$ 21 milhões e a contratação imediata de médicos para sanar o problema
Leonardo Lucena_PE247– O Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), referência em várias especialidades no Estado, que fica no bairro de Santo Amaro, Centro, está em crise. Infraestrutura precária e falta de profissionais está deixando pacientes e trabalhadores revoltados. Três dos 11 pavilhões estão fechados e o déficit de pessoal chega a 700 funcionários na unidade. A situação caótica rendeu um protesto hoje (12) pela manhã em frente à sede da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Sectec) a fim de pressionar o Governo do Estado a tomar uma posição, que, por sua vez, anunciou investimentos de R$ 21 milhões na infraestrutura do local e a contratação imediata de médicos para sanar o problema.
“Não tem funcionários para atender aos pacientes, não pode lotar uma enfermaria e não ter gente para o atendimento”, declarou em reserva uma funcionária do hospital. “Falta muita medicação, tem época que falta até máscara. Já teve época que chegou até a faltar luvas”, acrescentou. O HUOC, atrelado à Universidade de Pernambuco (UPE), ligada à Sectec, tem capacidade para 415 pacientes, mas conta apenas com 258 leitos, e serve a 1,5 mil estudantes de medicina e enfermagem da instituição.
Já houve até denúncia de que, por conta de infraestrutura precária, ocorreu um caso de transfusão sanguínea no corredor da unidade. Também faltam toalhas de papel para secar as mãos e até medicamentos. Além disso, as informações dão conta, também, de que importantes exames como Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) e Transaminase Glutâmico Oxaloacética (TGO), que indicam danos no fígado, chegaram a ser suspensos por problemas de gestão, o que deixa o hospital em uma circunstância alarmante. Outro problema é o esgoto a céu aberto nas ruas internas da unidade hospitalar. “Qualquer chuvisco sobe o esgoto. Alaga facilmente”, disse a funcionária.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Jorge Lobo, metade dos médicos em todo o Estado passa pelo hospital no processo de formação no Hospital das Clínicas (HC) e os outros 50% no HUOC. “Não estamos olhando para um hospital, mas sim para uma casa de ensino, um patrimônio pernambucano”, complementou.
O dirigente criticou a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Sectec), a qual a unidade está ligada. “Isso é um total desconhecimento por parte da Secretaria de Ciência e Tecnologia, uma gestão descompromissada, desinformada”, disparou. Para Lobo, dois motivos podem explicar este cenário: “Ou é a incompetência de gestão ou existe a intenção de sucatear o serviço público para abrir seleção para serviços privados”, observou.
Em contrapartida, a Sectec informou, através de nota, que o Governo do Estado investirá R$ 21 milhões em melhorias da infraestrutura do HUOC nos próximos dois anos. Também haverá a contratação de 95 médicos e uma seleção simplificada para 170 técnicos administrativos, já que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) proibiu a execução de plantões extras.
“Promovemos um levantamento e constatamos excesso de funcionários em algumas áreas do Oswaldo Cruz, enquanto outras possuem déficit. Por isso, faremos de imediato essa nova seleção”, frisou o secretária estadual de Ciência e Tecnologia, Marcelino Granja. Outra medida anunciada foi a contratação de uma consultoria na área de engenharia para realizar um estudo técnico do projeto e levantar a necessidade de recursos. “Com esse planejamento em mãos, teremos todas as condições de darmos inícios as obras”, afirmou o dirigente.
Granja disse, ainda, que outras unidades de saúde ligadas a UPE estão sendo alvo de melhorias. Entre elas, ele o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) que está recebendo R$ 6 milhões em obras. Segundo ele, no caso do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), já foi feito um processo de contratação temporária para 87 profissionais.
Ainda conforme a Sectec, até dezembro será implantado o Conselho Administrativo, cujo objetivo é avaliar os diretores da UPE que administrarão o órgão, que será submetido ao Conselho Universitário da instituição. A finalidade desta medida é controlar de forma mais eficaz os gastos e a aplicação de recursos nos três hospitais universitários – HUOC, Procape e Cisam. “A partir da implantação desse Conselho, todos irão acompanhar, durante reuniões mensais, as necessidades dos três hospitais universitários, além de toda a aplicação dos recursos”, finalizou o secretário.
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