CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Geral

Índios Apinajés a Kátia: "não apareça em aldeias"

A presença da senadora Kátia Abreu (PMDB), vestida com cocar e adereços da etnia Apinajé, em evento na aldeia Mariazinha, em Tocantinópolis, causou indignação da Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà; a entidade diz que os verdadeiros amigos da causa indígena não usam de “métodos inconvenientes” para chegar às comunidades; “Esses estilos fingidos de fazer política não passam de uma desprezível afronta perpetrada por quem tem interesses de insultar e atingir as legítimas bases de nossas organizações indígenas e camponesas do Estado do Tocantins e do Brasil”, diz a associação

A presença da senadora Kátia Abreu (PMDB), vestida com cocar e adereços da etnia Apinajé, em evento na aldeia Mariazinha, em Tocantinópolis, causou indignação da Associação União das Aldeias Apinajé-Pempxà; a entidade diz que os verdadeiros amigos da causa indígena não usam de “métodos inconvenientes” para chegar às comunidades; “Esses estilos fingidos de fazer política não passam de uma desprezível afronta perpetrada por quem tem interesses de insultar e atingir as legítimas bases de nossas organizações indígenas e camponesas do Estado do Tocantins e do Brasil”, diz a associação (Foto: Aquiles Lins)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Tocantins 247 – A comunidade indígena não gostou nenhum pouco de ver a senadora Kátia Abreu (PMDB), líder dos ruralistas brasileiros, vestida com cocar e adereços da etnia Apinajé, em evento no início deste mês, na aldeia Mariazinha, em Tocantinópolis. Em nota publicada em sua página na internet, a Associação União das Aldeias Apinaje – Pempxá classificou a aproximação de Kátia com os índios como “desprezível afronta” e recomendou que a congressista não apareça nas aldeias indígenas, “ainda que seja convidada”.

“É público e notório que, durante seu mandato, a senadora Kátia Abreu e sua bancada ruralista têm se revezado na tribuna do Senado Federal proferindo discursos ofensivos e incitando uma infame campanha contra os Direitos Constitucionais dos Povos indígenas, incluindo as tentativas de aprovação da PEC 215/2000”, diz a nota. A PEC 215 transfere da União para o Congresso a competência na demarcação das terras indígenas, e possibilita a revisão das terras já demarcadas.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O texto diz também que os verdadeiros aliados, defensores e amigos da causa indígena que os Apinajés reconhecem não usam de “métodos inconvenientes” para chegar às comunidades. “Esses estilos fingidos de fazer política não passam de uma desprezível afronta perpetrada por quem tem interesses de insultar e atingir as legítimas bases de nossas organizações indígenas e camponesas do Estado do Tocantins e do Brasil”, diz a associação.

A associação pediu ainda a observação do Ministério Público Eleitoral no caso. “Denunciamos e repudiamos essa postura abusiva, incômoda e inadequada de alguns políticos e requeremos do MPE- Ministério Público Eleitoral do Estado do Tocantins, o acompanhamento e fiscalização do Processo Eleitoral em curso, para que não ocorram excessos e vícios que venham enganar e confundir o eleitor”.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Leia na íntegra o texto.

"A AGRESSIVIDADE E OFENSIVA DO AGRONEGÓCIO

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Faltando pouco mais de quatro meses para as eleições e já estamos testemunhando alguns candidatos em plena campanha político eleitoral. Com essa finalidade esses indivíduos estão correndo e mobilizando seus cabos eleitorais nos municípios e realizando articulações políticas em todo o Estado do Tocantins.

De repente alguns desses candidatos como num passe de mágica estão aparecendo nas aldeias, com ar de “inocentes” oferecendo presentes, doando “pacotes” de bondades e realizando certas “ações” como se estivessem fazendo favores.Também como estratégia para iludir e enganar a população, mais uma vez esses falsos representantes do povo voltam às comunidades repetindo as mesmas promessas feitas em campanhas passadas.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

No mês de fevereiro desse ano, políticos mobilizaram a população de Tocantinópolis e região pela pavimentação asfáltica da rodovia TO 126 que corta a Terra Indígena Apinajé. Além de não índios, o movimento eleitoreiro envolveu alguns indígenas da região da aldeia Mariazinha, usados politicamente com a finalidade de pressionar a FUNAI, IBAMA e MPF para liberação no grito da Licença Ambiental da mencionada obra sem o devido cumprimento das Normas Legais.

Nesse contexto de campanha eleitoral, esses políticos estão se envolvendo em episódios “inusitados”. O fato mais delirante aconteceu na aldeia Mariazinha no último dia 02/06/14, quando alguns instrutores e técnicos do SENAR teriam ido ministrar cursos de formação para índios daquela comunidade. Na ocasião a senadora ruralista Kátia Abreu, presente no evento, sem nenhum remorso ou escrúpulos vestiu e se enfeitou de Apinajé e as fotos foram postadas na internet.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

É comum e faz parte de nossa cultura oferecer aos visitantes enfeites e ornamentos como colares, cocares e pulseiras. Todavia no caso da senadora Kátia Abreu o “ritual” pegou mal e lhe rendeu muitos protestos e reclamações nas redes sociais e na própria comunidade Apinajé.

Por sua atuação parlamentar desfavorável aos interesses das populações indígenas, quilombolas e agricultores familiares, a senadora vem sendo muito criticada e repudiada pelas organizações indígenas e camponesa do Brasil. É público e notório que durante seu mandato a senadora Kátia Abreu e sua bancada ruralista têm se revezado na tribuna do Senado Federal proferindo discursos ofensivos e dessa forma incitando uma infame campanha contra os Direitos Constitucionais dos Povos indígenas, incluindo as tentativas de aprovação da PEC 215/2000.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Em razão desse histórico infeliz de contradições, ponderamos que a nobre senadora deveria evitar andar nas aldeias indígenas, ainda que fosse convidada. Ressaltamos que nossos verdadeiros aliados, defensores e amigos da causa indígena que reconhecemos não usam de métodos inconvenientes para chegar a nossas comunidades. Esses estilos fingidos de fazer política não passam de uma desprezível afronta perpetrada por quem tem interesses de insultar e atingir as legítimas bases de nossas organizações indígenas e camponesas do Estado do Tocantins e do Brasil.

Denunciamos e repudiamos essa postura abusiva, incomoda e inadequada de alguns políticos e requeremos do MPE- Ministério Público Eleitoral do Estado do Tocantins, o acompanhamento e fiscalização do Processo Eleitoral em curso, para que não ocorram excessos e vícios que venham enganar e confundir o eleitor. Podemos assim prevenir e evitar situações que possa futuramente gerar dúvidas sobre a licitude e validade desse ato democrático de escolher nossos governantes por meio do voto. Que em nossa compreensão deve ser exercido pelos cidadãos brasileiros de maneira livre, refletida e consciente.

Terra Indígena Apinajé, junho 06 de de 2014.

Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ"

Leia também: Vestida de Apinajé, Kátia intensifica contatos com índios tocantinenses

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO