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Inflamação. O que é e para que serve

Sua pele está avermelhada, quente e inchada ao redor da zona do ferimento? Isso significa que uma reação inflamatória está em andamento. Por que ela ocorre e qual é o seu propósito? Para que ela serve? Trata-se de uma reação sempre benéfica? O Figaro Santé interrogou um especialista na questão.

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Por Cécile Thibert – Le Figaro Santé 

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Qual é o ponto em comum entre uma queimadura, uma espinha de acne, um câncer e uma apendicite? Todos esses eventos dão origem a um mesmo mecanismo: a inflamação. Trata-se de uma reação normal do sistema imunológico, desencadeada a partir do momento em que acontece uma agressão externa (uma infecção, por exemplo) ou interna (células cancerosas, por exemplo). Como se desencadeia uma reação inflamatória? A que serve ela? Ela é sempre benéfica? Le Figaro foi procurar o médico Romeo Ricci, professor universitário e pesquisador do Instituto de genética e de biologia molecular e celular na Universidade de Estrasburgo, na França. Ele é especialista na ligação entre diabetes de tipo 2 e processos inflamatórios.

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O que é a inflamação?

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Em situações normais, e pele e as mucosas possibilitam proteger o organismo contra agressões externas. Mas quando acontece uma infecção ou um ferimento (uma queimadura, uma chaga, uma ferida, etc), microrganismos (bactérias, vírus, fungos, etc) podem atravessar essa barreira protetora.  É aí que entra em ação a reação inflamatória. “Ela permite a eliminação total dos intrusos e a reparação completa do tecido lesionado”, explica o professor Ricci.

Suponhamos que uma pessoa sofra uma queimadura ao preparar sua comida. Esse gesto desajeitado irá criar uma brecha através da qual microrganismos, patológicos ou não, irão passar e penetrar no corpo. Felizmente, células do sistema imunológico estão sempre em guarda, vigilantes. Entre elas, os neutrófilos e os monócitos que circulam permanentemente no sangue chegam ao local da infecção. Tais células possuem na sua superfície receptores que lhes permitem reconhecer e se fixar nos elementos indesejáveis.

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Assim que o contato for estabelecido, as células imunológicas liberam sinais químicos de alerta destinados a todo o conjunto do sistema imunológico. Chegam então ao local outras células imunológicas provenientes da circulação sanguínea. Assim que o inimigo for destruído, a calma retorna e o organismos começa um processo de reparação do tecido atingido.

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Como se manifesta uma reação inflamatória?

Uma inflamação aguda se caracteriza por vários sintomas: uma vermelhidão no lugar da infecção ou da ferida, um edema (inchaço), uma sensação de calor e dor. Se a reação inflamatória atinge um órgão, a função dele pode ficar comprometida e diminuída. “Todos os órgãos podem ser atingidos”, explica o professor Ricci. “Em termos de terminologia médica, qualificamos a inflamação de um órgão acrescentando o sufico ‘ite’. Por exemplo, uma arterite designa a inflamação de uma artéria e uma meningite se refere a uma inflamação da membrana que circunda o cérebro”.

A inflamação é sempre benéfica?

A inflamação, quase sempre, é uma reação útil ao organismo porque ela permite a ele se defender de modo imediato a uma agressão. Falamos então de uma reação inflamatória ‘aguda’. Mas, em certos casos, a inflamação pode perdurar até se tornar crônica. Com mais frequência, ela não é provocada por um ferimento ou uma infecção mas por sinais de ‘perigo’ cuja origem nem sempre é conhecida. Essa reação inflamatória crônica escapa nesses casos à regulamentação do sistema imunológico. Ela se torna nefasta e precisa ser controlada por medicamentos. Este é o caso das doenças inflamatórias crônicas, tais como a poliartrite reumatoide ou a doença de Crohn.

Outros fatores que dão origem a inflamações

“Uma alimentação demasiado abundante associada a uma falta de atividade física favorece não apenas o ganho de peso, mas também a inflamação. “Possuímos células encarregadas de armazenar gorduras: são os adipócitos”, explica o professor Ricci. “Mas quando os adipócitos são obrigados a enfrentar uma sobrecarga de elementos gordurosos, isso provoca um estresse celular que atrai as células do sistema imunológico.” Este é o início de uma inflamação crônica chamada “de baixo grau”.

Por uma cascata de mecanismos químicos, isso vai, por sua vez, estimular uma resistência das células da insulina. Este hormônio, produzido pelo pâncreas, é indispensável para que as células possam captar o açúcar que circula em nosso sangue a fim de transformá-lo em energia. “Mais a pessoa engorda e ganha peso, mais sua resistência à insulina fica reforçada”, ressalta o especialista. Se esse estado pré-diabético é diagnosticado suficientemente cedo, ele é reversível, desde que o paciente adote um regime alimentar adaptado e pratique uma atividade física. Portanto, a longo prazo, essa inflamação provocadora de uma resistência à insulina pode contribuir para a aparição de um diabetes de tipo 2.

Como tratar uma inflamação crônica?

Existem vários tratamentos anti-inflamatórios, e o mais comum e conhecido deles é a aspirina. Os corticoides sintéticos como a cortisona também são utilizados por sua ação anti-inflamatória. Por outro lado, novas abordagens que recorrem a anticorpos objetivam destruir seletivamente certas moléculas que conduzem a uma reação inflamatória. “O desenvolvimento de novas terapias anti-inflamatórias mais direcionadas permanece um desafio importante da pesquisa médica devido ao papel importante que a inflamação desempenha em quase todas as moléstias humanas”, conclui o professor Ricci.

  

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