Irã proíbe órgãos estatais de usar aplicativo Telegram e líder Khamenei fecha sua conta
A agência de notícias ISNA não deu uma razão para a proibição do serviço pelo governo, que permite que as pessoas enviem mensagens criptografadas e que tem 40 milhões de usuários na República Islâmica, segundo estimativas.
(Reuters) - O Irã proibiu nesta quarta-feira o uso do popular aplicativo de mensagens instantâneas Telegram por órgãos do governo, à medida que o gabinete do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, disse que sua conta seria suspensa para proteger a segurança nacional, informou a mídia iraniana.
A agência de notícias ISNA não deu uma razão para a proibição do serviço pelo governo, que permite que as pessoas enviem mensagens criptografadas e que tem 40 milhões de usuários na República Islâmica, segundo estimativas.
A ordem veio dias depois da Rússia - aliada do Irã na guerra da Síria - começar a bloquear o aplicativo em seu território, após a repetida recusa da companhia em dar acesso às mensagens secretas dos usuários aos serviços de segurança do Estado russo.
O governo do Irã proibiu “todos os órgãos do Estado de usar o aplicativo estrangeiro de mensagens”, segundo a ISNA.
Khamenei parou de usar o Telegram nesta quarta-feira “em linha com a proteção dos interesses nacionais e a remoção do monopólio do aplicativo de mensagens Telegram”, informou a mídia estatal.
O líder supremo tem uma forte presença nas mídias sociais, mesmo no Twitter e no Facebook que estão bloqueados no Irã. Seu escritório atualiza as contas com fotos e seus últimos discursos.
O Telegram, criado por um empresário russo e classificado como o nono aplicativo de mensagens móveis mais popular do mundo, tem sido amplamente utilizado pela mídia, políticos e empresas estatais iranianas.
Uma autoridade judicial disse nesta semana que o Telegram e outros serviços estrangeiros de mensagens só poderiam operar no Irã se obtivessem permissão do governo e salvassem os dados dos usuários dentro do país.
O Irã bloqueou temporariamente o serviço em janeiro, enquanto forças de segurança tentavam conter protestos contra o governo em mais de 80 cidades.
Muitos iranianos continuaram acessando o Telegram, usando redes privadas virtuais (VPNs) e outras ferramentas para contornar a filtragem do governo.
O serviço é amplamente utilizado em países do Oriente Médio e da antiga União Soviética.
Por Bozorgmehr Sharafedin
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