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Isolado, Caiado amplia atritos com PMDB em Brasília e Goiás

Na semana passada, senador do DEM sugeriu que Michel Temer renunciasse para a realização de eleições diretas; opinião de Ronaldo Caiado é caso isolado dentro do partido, que continua na base do governo federal e apoia Temer; em Goiás, Caiado foi eleito em 2014 com o apoio do PMDB e tem boa relação com Iris Rezende, mas situação é longe de ser confortável; sabendo que o senador planeja candidatura ao governo do Estado em 2018, o grupo do deputado federal Daniel Vilela já deixou bem claro que o PMDB terá candidato próprio, descartando apoiar o projeto de Caiado; sem o PMDB, senador se vê também isolado porque o DEM em Goiás praticamente se resume à sua figura; maioria das lideranças migraram para o PSDB e estão na base de Marconi Perillo

Na semana passada, senador do DEM sugeriu que Michel Temer renunciasse para a realização de eleições diretas; opinião de Ronaldo Caiado é caso isolado dentro do partido, que continua na base do governo federal e apoia Temer; em Goiás, Caiado foi eleito em 2014 com o apoio do PMDB e tem boa relação com Iris Rezende, mas situação é longe de ser confortável; sabendo que o senador planeja candidatura ao governo do Estado em 2018, o grupo do deputado federal Daniel Vilela já deixou bem claro que o PMDB terá candidato próprio, descartando apoiar o projeto de Caiado; sem o PMDB, senador se vê também isolado porque o DEM em Goiás praticamente se resume à sua figura; maioria das lideranças migraram para o PSDB e estão na base de Marconi Perillo (Foto: José Barbacena)
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Goiás 247 - Eleito com o apoio do PMDB em 2014, o senador Ronaldo Caiado (DEM) está cada dia mais distante do partido que o apoiou. Na última semana, insinuou insinuou que Michel Temer deveria renunciar e cogitou a realização de eleições gerais, ato considerado um tiro no próprio pé, com reflexos diretos na sucessão estadual. “Podemos chegar a um último fato para demonstrar que ninguém governa sem apoio popular. Não podemos ter medo de uma antecipação do processo eleitoral. Não vou ‘fulanizar’, mas acho que Temer saberá balizar esse momento, tendo a sensibilidade que não teve Dilma Rousseff”, disse. 

Em Goiás, o ambiente é de guerra quando o assunto são as eleições de 2018. Após a vitória de Iris Rezende para a prefeitura de Goiânia, a guerra de vaidades entre o grupo do deputado federal Daniel Vilela – presidente regional do PMDB – e a turma de Caiado ganhou ainda mais força. Ambos pretendem disputar o governo do Estado.

O confronto entre os dois grupos ultrapassou os bastidores do partido e, agora, é destaque frequente na imprensa. Recentemente, o deputado estadual José Nelto, líder da sigla na Assembleia Legislativa, disse, em entrevista ao Jornal Opção, que o PMDB terá candidato próprio em 2018, custe o que custar. Chegou a desqualificar Caiado, dizendo não ter medo do senador. “Ninguém, mas ninguém mesmo, me intimida”, disse.

A declaração de Nelto foi vista como resposta aos ataques disparados pelo senador pouco tempo antes. “É mentiroso e não tem credibilidade moral”, afirma Caiado, em vídeo publicado na internet.

Em novembro, aliados do líder do Democratas no Senado afirmaram à coluna Giro, de O Popular, que Caiado é apoiado por três prefeitos eleitos pelo PMDB neste ano: Adib Elias, de Catalão; Ernesto Roller, de Formosa; e Paulo do Vale, de Rio Verde. Por outro lado, Daniel Vilela é tratado como pré-candidato, fechando as portas do partido para o senador. A declaração foi dada pelo deputado estadual Paulo Cezar Martins (PMDB).

Caiado aposta na força de Iris em Goiânia e no desentendimento do cacique peemedebista com Daniel e seu pai, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. A missão do democrata é difícil. Afinal, como presidente regional, Daniel tem controle absoluto do PMDB no interior e não perderia em uma eventual convenção.

Ainda na semana passada, foi a vez de Maguito comentar o futuro da relação entre Caiado e o PMDB. “Se quiser ter a chance de receber o apoio do nosso partido teria que se filiar. Mas, sem garantia nenhuma, porque temos vários bons nomes para a disputa”, disse o peemedebista. Dias antes, o senador foi questionado se deixaria sua sigla. “De maneira alguma. Tenho muito orgulho do DEM e isso jamais passou pela minha cabeça. Não tem sentido eu sair”, garantiu.

Conflito antigo

Apesar de estarem no mesmo grupo desde 2014, a relação entre Caiado e PMDB nunca foi tranquila. Pelo contrário. O senador passou vários anos combatendo as gestões de Iris Rezende. Apoiou o governador Marconi Perillo (PSDB) em disputas contra os peemedebistas em 1998, 2002 e 2010. No interior, até pouco tempo, aliados do Democratas chamavam os líderes do PMDB de “modebas”, expressão pejorativa para desqualificar os aliados do decano peemedebista.

Em 1994, Caiado disputou o Governo de Goiás contra Maguito. Os peemedebistas ainda guardam na memória a virulência dos ataques do democrata ao atual prefeito de Aparecida de Goiânia. Naquele ano, a candidatura de Ronaldo Caiado naufragou. Ficou de fora do segundo turno.

DEM agoniza

Centralizador, Ronaldo Caiado acabou transformando o DEM em partido de um homem só. Sufocados, antigos aliados buscaram mais liberdade e melhores perspectivas políticas em outros partidos. A sigla já foi a terceira maior força política de Goiás, mas, hoje, não tem nem mesmo militância.

O vice-governador José Eliton, que hoje é uma das maiores lideranças políticas goianas, desembarcou do DEM em 2013. Ex-deputado federal e atual secretário estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos, Vilmar Rocha foi outra liderança a deixar Caiado de lado.

Em 2015, o senador Wilder Morais também deixou o DEM e assumiu a presidência do PP. No mesmo ano, o último líder que restava no partido, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hélio de Sousa, também deixou a sigla e se filiou ao PSDB de Marconi e Eliton.

No cenário nacional, a situação de Caiado no Democratas também não é das melhores. Na terça-feira (13), o senador Agripino Maia (DEM-RN) fez pouco-caso das declarações do colega de partido que sugeriram a possível renúncia de Temer. “É só a opinião dele. Não concordamos com ele”, rebateu.

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