Janot recebe pedido de investigação contra Aécio
Já está no gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o pedido dos deputados federais Adelmo Leão e Padre João, e do deputado estadual Rogério Correia, todos do PT mineiro, para que a Justiça Federal investigue se há envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no caso Furnas; a análise do requerimento não tem prazo pré-determinado; denúncia foi feita pelo doleiro Alberto Youssef e divulgada em vídeo; ele afirmou que recolhia propinas na empresa Bauruense, subcontratada de Furnas, para o deputado José Janene (PP-PR), falecido; e afirmou ter ficado sabendo que a diretoria da empresa era de responsabilidade do então deputado Aécio Neves
Minas 247 – O pedido para que o senador Aécio Neves seja investigado no caso Furnas pela Justiça Federal está nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O requerimento foi apresentado pelos deputados federais Adelmo Leão e Padre João, e pelo deputado estadual Rogério Correia, todos do PT mineiro, e ainda será analisado, mas sem prazo para o início da apreciação.
O documento traz o depoimento gravado em vídeo do doleiro Alberto Youssef, delator na Operação Lava Jato e apontado como líder do esquema de corrupção envolvendo Petrobras, políticos e empreiteiras.
Em delação premiada, ele afirmou que recolhia propinas na empresa Bauruense, subcontratada de Furnas, para o deputado José Janene (PP-PR), já falecido. Furnas é uma subsidiária da Eletrobrás e vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Youssef disse ainda que, numa das viagens a Bauru, ficou sabendo que a diretoria da empresa, ocupada por Dimas Toledo, era de responsabilidade do então deputado Aécio Neves, apontando o senador como beneficiário do esquema. Apesar do relato, Youssef negou ter tido contato com Aécio, que foi deputado federal por Minas entre 1987 e 2003.
"O partido (PP) tinha a diretoria, mas quem operava a diretoria era o Janene em comum acordo com o então deputado Aécio Neves", disse Youssef em fevereiro.
Mesmo depois do depoimento, a procuradoria-geral da República entendeu que não havia elementos suficientes para abrir uma investigação contra Aécio no âmbito do esquema Petrobras. Em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), no começo de março, Rodrigo Janot pediu arquivamento do procedimento.
No despacho, o procurador-geral argumentou que "a referência que se fez ao senador Aécio Neves diz com supostos fatos no âmbito da administração de Furna". "Assim, do que se tem conhecimento, são fatos completamente diversos e dissociados entre si", alegou.
Ao comentar sobre as acusações, na semana passada, Aécio divulgou nota na qual desqualifica o pedido de investigação contra ele e disse que a PGR deve investigar a 'Lista de Furnas' – suposto esquema de corrupção que veio à tona em 2006, no qual políticos e partidos teriam recebido dinheiro para 'caixa dois' de campanha.
O parlamentar afirmou que a lista "é uma das mais conhecidas fraudes políticas do país, reconhecida como falsa em 2006 pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios".
"Em 2011 o PSDB apresentou denúncia contra o deputado petista à PGR, e espera que as autoridades investiguem a natureza da relação de Correia com Nilton Monteiro, processado e condenado por falsificação de inúmeros documentos. São muitas as provas da relação entre os dois, que lançam graves suspeitas sobre o parlamentar", disse Aécio (leia mais).
Correia rebateu a declaração de que Furnas seria uma "fraude". "Se não havia um esquema de desvio de recursos em Furnas, o que o doleiro Alberto Youssef foi fazer em Bauru?", questionou. O petista também disse que Aécio tenta cassar seu mandato e persegue "quem ousou denunciá-lo", como é o caso de Nilton Monteiro. Correia propôs ainda fazer acareação com o senador tucano (leia mais).
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