Jornal denuncia caos na educação em Alagoas
A gestão do governo do PSDB em Alagoas é um caos. Há sete anos governado por Teotônio Vilela, a educação, por exemplo, ocupa os piores indicadores. A reportagem do jornal Valor Econômico cita estatísticas que apontam Alagoas como um dos três estados brasileiros que regrediram no ensino médio no Índice Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). E mais: há falta de professores, o que é reconhecido pelo governo, que admite incapacidade para resolver o problema, mas teima em culpar o passado depois de tanto tempo no comando da máquina governamental.
Alagoas247 - Os problemas enfrentados na rede pública estadual são destaque, nesta quinta-feira (10), no jornal Valor Econômico. A publicação faz um diagnóstico da educação no estado e aponta a falta de 3,4 mil professores na capital e no interior do estado, o que, de acordo com a publicação, representa cerca de 30% do total de docentes da rede estadual.
“O próprio governo reconhece o problema, admite incapacidade para resolvê-lo no curto prazo e culpa o passado. Pelo lado da gestão, o reflexo direto disso é a institucionalização do caos: escolas 'oficializam' dias sem aula no calendário, diretores fazem tremendo esforço para repor aulas perdidas, professores trabalham além da conta e a Secretaria Estadual de Educação quebra a cabeça para preencher espaços com temporários, os chamados monitores", informa o periódico.
O jornal cita estatísticas que apontam Alagoas como um dos três estados brasileiros (ao lado de Espírito Santo e Sergipe, Estado que também amarga carência de docentes) que regrediram no ensino médio no Índice Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), sistema que mede a qualidade educacional com base em avaliações de português, matemática e no fluxo escolar.
De 2005 a 2011, a nota alagoana no indicador recuou de 3 para 2,9 - a média nacional de 2011 (ano da última medição) ficou em 3,7 e a nordestina, em 3,2.
“Conforme o Censo Escolar 2012, a rede estadual alagoana tem mais de 225 mil alunos, 45% matriculados no ensino médio, nível escolar mais problemático da educação brasileira. No total, o Estado tem um efetivo de 11,7 mil professores, divididos em 7,9 mil concursados, com as vantagens e deveres da carreira pública, e 3,8 mil monitores, com menos responsabilidades que os colegas estatutários e salário inferior e, muitas vezes, atrasado", informa a publicação.
A pedagoga Adenize Acioli Costa avalia que a educação alagoana atingiu um ponto sem volta. "Está provado que políticas pontuais não levam a nada, apenas ao mascaramento de que o Estado faz alguma coisa." O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) em Alagoas, Milton Canuto, conta que a situação atual é reflexa de um plano de demissão voluntária de professores, lançado nos anos 1990. "Muita gente aderiu, o Estado ficou com uma massa enorme de aposentados”, diz.
Ao jornal Valor Econômico, o secretário estadual de Educação de Alagoas, Adriano Soares, afirmou que a falta de docentes vai continuar por pelo menos mais um ano ou dois. Ele admite que o Estado tem um sério problema de caixa, causado pela gigante folha de pagamento dos professores aposentados. "São mais aposentados [9.957] que efetivos [7.977]. Passamos do patamar prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e usamos todo o Fundeb para salários. Só vamos conseguir lançar um concurso público no meio do ano para suprir metade da nossa carência, 1,7 mil vagas."
Com gazetaweb.com
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