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Jornalista diz que CPMI precisa investigar Iris

Articulista do jornal O Popular, Fabiana Pulcineli defende em artigo que CPMI aprofunde apuração de suspeitas e critica reação do ex-prefeito e ex-governador diante da ação política tucana: "Iris dá a entender que tem o que dizer contra governistas e está guardando para o caso de ser convocado. Ora, se tem o que mostrar, já deveria ter apresentado à CPI ou à imprensa, não? O que o fez esconder até agora o que diz saber?"

Jornalista diz que CPMI precisa investigar Iris (Foto: Edição/247)
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247_ Principal colunista do jornal O Popular, o maior em circulação no Estado de Goiás, a jornalista Fabiana Pulcineli defendeu em seu artigo desta segunda-feira que a CPMI tem de aprofundar as investigações em torno do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende, depois que a Polícia Federal divulgou relatório em que faz ligações entre o cacique peemedebista e o esquema de Carlos Cachoeira. Fabiana critica a reação de Iris a respeito das denúncias de envolvimento dele com a organização criminosa. Num trecho ela diz: “Fora o jogo político, a acusação merece, sim, investigação e esclarecimentos, assim como todos os outros episódios que envolvem agentes públicos. Assim como ainda faltam esclarecimentos sobre o caso do o ex-presidente da Comissão de Licitação da Prefeitura de Goiânia Fábio Passaglia, que ficou calado no depoimento à CPI da Assembleia. Também cabe investigação os contratos da Delta com a Prefeitura de Goiânia – ou com todos os outros municípios e com o governo federal –, com valores pagos de R$ 186 milhões, segundo o Tribunal de Contas dos Municípios e com pelo menos dez aditivos”.

Veja a íntegra da coluna:

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Fabiana Pulcineli
(fabiana.pulcinelu@ojc.com.br)

Cena Política (06/08/2012)

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Investigação para todos

“Ainda que afirmem que não há irregularidades, os agentes públicos têm de aceitar as apurações, doa em quem doer”

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Aliados do governo estadual agiram rápido e fizeram muito barulho com a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, de quinta-feira, sobre relatório da Polícia Federal que aponta negociação da venda de uma fazenda de Sodino Vieira, ex-assessor do ex-prefeito Iris Rezende, para o ex-jogador de futebol Alex Antônio Trindade, que acerta o pagamento, de R$ 2 milhões, com Gleyb Ferreira da Cruz, um dos supostos integrantes da organização criminosa comandada por Carlos Cachoeira. No mesmo dia da publicação, divulgaram requerimento de convocação dos dois adversários na CPI do caso Cachoeira no Congresso, apresentado pelo deputado federal tucano Carlos Sampaio e providenciaram pedido de quebra dos sigilos de Sodino na CPI da Assembleia Legislativa.

Oposicionistas chiaram, se fizeram de vítimas, disseram que o governo tenta envolver o PMDB na história da qual, acusam, é protagonista. Ora, a agilidade da base governista em aproveitar um caso que envolve o outro lado faz parte do jogo político e mostra competência – a mesma que falta à oposição. Não convém chororô neste caso, até porque PT e PMDB já exploraram da mesma forma – menos aqui e mais em Brasília – os casos envolvendo o governador Marconi Perillo (PSDB), mesmo aqueles que parecem sem a menor consistência.

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Fora o jogo político, a acusação merece, sim, investigação e esclarecimentos, assim como todos os outros episódios que envolvem agentes públicos. Assim como ainda faltam esclarecimentos sobre o caso do o ex-presidente da Comissão de Licitação da Prefeitura de Goiânia Fábio Passaglia, que ficou calado no depoimento à CPI da Assembleia. Também cabe investigação os contratos da Delta com a Prefeitura de Goiânia – ou com todos os outros municípios e com o governo federal –, com valores pagos de R$ 186 milhões, segundo o Tribunal de Contas dos Municípios e com pelo menos dez aditivos.

Se Cachoeira é considerado sócio oculto da Delta e fazia esquemas por meio da empresa, por que não investigar todos os contratos? Ainda que afirmem que não há irregularidades, os agentes públicos têm de aceitar as apurações, doa em quem doer. Se um dos filhos de Sodino circulava no Paço ao lado de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta e também apontado como integrante da organização, por que não teria de dar as explicações sobre essa relação?

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Peemedebistas goianos podem se preparar para mais ataques. Foi enviado à CPI ontem material levantado por governistas que detalha todos os contratos e aditivos da Prefeitura de Goiânia com a Delta e apresenta cruzamento de dados entre doações feitas pela empresa ao PMDB nacional e dali para a campanha eleitoral de Iris Rezende em 2010. Segundo o documento, a suposta triangulação resultou em repasse de 450 mil para o candidato ao governo do PMDB, sendo uma parcela para a deputada Iris de Araújo (PMDB), integrante da CPI do Congresso.

Assim como ocorreu com o pedido de convocação de Iris e de Sodino, o documento será apresentado à CPI por integrantes tucanos esta semana, quando a comissão retomará os trabalhos, após o recesso parlamentar.

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Na preparação para o depoimento à CPI, marcado para o dia 22, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras, Jayme Rincón, também planeja reforçar a suspeita sobre os contratos. Vai destacar que como eles foram suspensos pelo prefeito Paulo Garcia (PT), isso significaria atestado de irregularidades.

Sodino fez bem em convocar entrevista coletiva, buscar explicar a negociação, que, segundo ele, não foi concretizada, e colocar os sigilos à disposição da Assembleia Legislativa – ainda que se sabe que a quebra seria aprovada de toda forma pela maioria governista da CPI e que o relatório da PF fale em repasse de dinheiro para o exterior. Mas cabe à oposição e ao governo, da mesma forma, encararem as denúncias e apresentar explicações, sem fugir, sem criar subterfúgios, sem pose de vítima.

Em entrevista ao POPULAR na sexta-feira, Iris Rezende falou em tom de ameaça sobre a possibilidade de ser convocado pela CPI do Congresso a prestar depoimento, diante do requerimento apresentado pelo deputado tucano Carlos Sampaio: “Eles que me aguentem se me chamarem, pois tenho muito a mostrar e a esclarecer. Esse povo não deve brincar comigo, pois do jeito que tocarem a música, estou disposto a dançar”.

Iris dá a entender que tem o que dizer contra governistas e está guardando para o caso de ser convocado. Ora, se tem o que mostrar, já deveria ter apresentado à CPI ou à imprensa, não? O que o fez esconder até agora o que diz saber?

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