Lereia ignora CPMI e avisa que não vai a depoimento
Deputado goiano, que se diz amigo do contraventor Carlinhos Cachoeira, enviou correspondência à comissão alegando compromissos anteriormente assumidos e sugeriu uma nova data: 18 de setembro; na condição de convidado, o tucano não tem a obrigação de comparecer; parlamentares ouvem hoje André Teixeira Jorge, funcionário da Delta Construções, suposto "laranja" do esquema
Goiás247_ O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) não vai mais prestar depoimento à CPMI do cachoeira nesta terça-feira. Em carta enviada à secretaria da comissão, o parlamentar goiano alegou compromissos pessoais anteriormente assumidos. Como não foi convocado e sim convidado, Lereia pode deixar de comparecer. Na correspondência, ele manifestou a intenção de prestar esclarecimentos sobre suas relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira, de quem se diz amigo. Remarcou seu depoimento para 18 de setembro. O deputado não deu maiores esclarecimentos sobre as razões da ausência. A informação é do site G1.
De acordo com as investigações, o deputado teria recebido dinheiro da organização. Além disso, teria alertado Carlinhos Cachoeira sobre uma operação policial e usado o cartão dele para fazer compras. Em entrevistas concedidas após as denúncias, o deputado se declarou amigo de Cachoeira e negou ter ligação com a exploração de jogos ilegais.
O processo contra Lereia na Câmara dos Deputados foi aberto após denúncia do deputado Chico Alencar (Psol-RJ). Uma comissão de sindicância formada por quatro parlamentares, mais o corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), votou pelo encaminhamento do processo ao Conselho de Ética.
A decisão final sobre o encaminhamento ao conselho caberá à Mesa da Câmara. Ainda não há data para a reunião, mas a expectativa é que ocorra esta semana, durante o esforço concentrado.
Defesa
Em sua defesa, Lereia divulgou nota em abril, por meio de sua assessoria, afirmando que é amigo pessoal de Carlinhos Cachoeira, mas que “jamais” intercedeu em licitação de interesse do empresário. Assegurou ainda não ter relação com a exploração de jogos ilegais que motivou a investigação sobre o contraventor. “Ressaltei ser amigo de longa data sem, no entanto, com isso, incorrer em quebra de decoro parlamentar”, afirmou Lereia à época, no documento que foi entregue à Corregedoria Parlamentar.
O deputado disse ainda que queria esclarecer imediatamente na CPMI do Cachoeira as denúncias de supostas ligações com o contraventor e disse que uma investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) já concluiu que não existem “elementos mínimos” que demonstrem que ele tenha de participado do objeto da investigação da Operação Monte Carlo da Polícia Federal.
Laranja
Nesta terça-feira a CPMI ouve André Teixeira Jorge, funcionário da Delta Construções. Ele é apontado pela polícia como integrante da organização. As investigações apontam, ainda, que sua evolução patrimonial e movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos declarados. Por esse motivo há suspeitas de que ele seja usado como “laranja” pelo grupo. Ao G1, a assessoria de imprensa do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que está mantido o depoimento de André.
A Delta aparece nas investigações da PF como um dos braços empresariais do grupo de Cachoeira. A empresa é suspeita de ter recebido dinheiro de empresas fantasmas ligadas ao esquema do contraventor.
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