Líder do PSC diz que "não há clima" para impeachment
Líder do PSC na Câmara, o deputado federal André Moura, aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), prega cautela em relação às especulações de que a presidente Dilma Rousseff (PT) possa sofrer um processo de impeachment; “Neste momento, nem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nem o parlamento está trabalhando com essa possibilidade. Estamos tomando cuidado para não haver precipitações”, disse; ele, porém, prevê um ano difícil para o Congresso; "Se todos esses boatos que envolvem 60, 70 parlamentares, se concretizarem, o clima é para passar o Congresso a limpo", afirmou
Valter Lima, do Sergipe 247 - O deputado federal André Moura prevê que 2015 será um ano muito complexo para o Congresso Nacional. Ele avalia que, caso as denúncias de envolvimento de até 70 parlamentares no recebimento de propina em contratos da Petrobras se confirmem, “a sociedade irá cobrar respostas” do Congresso Nacional.
“Acho que se todos esses boatos que envolvem 60, 70 parlamentares, se concretizarem, será uma legislatura com um clima muito tenso, porque teremos que dar uma reporta à sociedade. Punimos André Vargas, João Paulo, Donadon, Dirceu, Genuíno, foram repostas firmes que a Câmara deu. Não tenho dúvidas de que se esses boatos se concretizarem, o clima é para passar o Congresso a limpo. Não há sentido de que, em comprovando as denúncias, que eles permaneçam na Casa”, afirmou.
Porém, frisa André Moura, os deputados e senadores denunciados terão direito à defesa. “Aqueles que não tiverem nada a ver com o problema serão inocentados. Temos que ter muita cautela. No próprio processo da eleição da Câmara, tentaram envolver o deputado Eduardo Cunha, com informações que não tinham nada a ver, numa tentativa de desestabilizar a candidatura. Temos que ter cuidado para que não volte a ocorrer isso, para que, ninguém, de forma injusta, seja colocado sob suspeita”, ressaltou.
“Impeachment”
Nesta mesma linha, o deputado do PSC também prega cautela em relação às especulações de que a presidente Dilma Rousseff (PT) possa sofrer um processo de impeachment, em decorrência das investigações da operação Lava Jato. “Neste momento, nem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nem o parlamento está trabalhando com essa possibilidade. Todos nós estamos tomando cuidado para não haver precipitações”, disse.
Ele explica que “toda acusação referente ao mandato passado, pela Constituição, não é matéria para a atual legislatura”, mas ressalva que, em surgindo novos fatos, “que sejam contundentes a ponto de se pedir um impeachment”, será feita uma avaliação. “Estão surgindo novos fatos. Tem uma CPI nova, que vai ter uma celeridade muito maior do que a CPMI da Câmara e do Senado. Esses fatos podem ser contundentes a ponto de ser deflagrado o impeachment, mas não há clima neste momento”, afirma.
Cunha 2018
Questionado se acredita na possibilidade de uma candidatura do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para a Presidência da República em 2018, André Moura afirma que ainda é cedo para tratar deste assunto, mas reconhece no aliado “uma liderança nacional”.
“O PMDB é a maior bancada, tem o maior número de governadores, prefeitos e vereadores. É um partido grande e forte, mas o PMDB não tem um nome para ser trabalhado, como o PSDB tem Aécio, e o PT tem Lula. Tem bons nomes como Michel Temer e Renan Calheiros, então entendo Eduardo Cunha como um nome que surge nacionalmente. Essa campanha dele, pela presidência da Câmara, extrapolou o limite do institucional. O país acompanhou a eleição dele. Hoje ele é uma referência, conquistou este espaço pelas posições firmes que adotou enquanto líder do PMDB e por ter tido coragem de enfrentar o governo com uma candidatura independente. Mas, no momento, não é projeto dele ser candidato a presidente, mas lógico que, a depender do mandato que ele fizer, o credencia para galgar novos espaços”, ponderou.
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