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Livro traz a história da estudante que virou guerrilheira

'Luta Armada/ALN-Molipo - As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomaz', do jornalista e sociólogo goiano Renato Dias, conta a história da heroína que adotou a estratégia de luta armada contra a ditadura e desviou com uma bomba no colo um avião de Buenos para Cuba

Livro traz a história da estudante que virou guerrilheira (Foto: Edição/247)
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Goiás247 - A surpreendente história de uma bela estudante de Filosofia da PUC-SP, uma morena de olhos verdes, cabelos longos, magra, que participou das revoltas de 1968 e adotou a estratégia de luta armada contra as ditaduras civil e militar inspira o jornalista e sociólogo Renato Dias, que se prepara para lançar a obra Luta Armada/ALN-Molipo - As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomaz (2012).

O lançamento do livro será neste sábado (28), às 10h, no Memorial da Resistência, em São Paulo (SP). No ato também está programado para ocorrer um debate sobre Molipo & ditadura civil e militar (1964-1985) com o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e o economista Pedro Rocha Filho.

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Com apresentação do historiador Daniel Aarão Reis Filho, da Universidade Federal Fluminense, e do último comandante militar da ALN Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, a obra possui prefácio de José Dirceu. O posfácio é assinado pelo advogado, ex-deputado federal e ex-vice-prefeito de São Paulo  Luiz Eduardo Greenhalg.  A orelha do livro é do jornalista, ex-preso político e membro do Núcleo de Preservação da Memória Política Ivan Seixas.

O autor é irmão de Marcos Antônio Dias Baptista, aluno do Colégio Lyceu de Goiânia, membro da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (Var-Palmares), mesma organização política e militar da atual presidente da República, Dilma Rousseff.  Desaparecido político desde maio de 1970, quando tinha apenas 15 anos, a tragédia levou a família a empreender desde então uma verdadeira saga na busca de informações a respeito do seu paradeiro neste que é um dos mais dramáticos casos que envolvem vítimas da ditadura militar.

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Natural de Goiânia (GO), Renato Dias vasculha outra jornada marcada pela combatividade desta feita de uma jovem que ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella, para defender a democracia e o socialismo.

Com uma bomba no colo, Maria Augusta Thomaz sequestrou, em 4 de novembro de 1969,  um avião no Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, desviou-o para Cuba, onde fez treinamento de guerrilha com José Dirceu e Franklin Martins.

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Mais: abriu uma dissidência na ALN, ajudou a fundar o Movimento de Libertação Popular (Molipo), retornou clandestinamente para o Brasil, soltou bomba na Esso, atacou o Consulado da Bolívia e foi baleada, em 1971.

Após recuperar-se, retomou o projeto original da ALN e do Molipo com o propósito de deflagrar a guerrilha rural. Com Márcio Beck Machado e a ajuda de Iris Luiz de Moraes, muda-se para o Estado de Goiás, considerado uma área estratégica para as organizações de esquerda.

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Em 17 de maio de 1973, uma madrugada fria, é assassinada. Policiais civis, militares e federais de Goiás, Brasília e de São Paulo participaram da operação, apurou o jornalista.

Sete anos depois, o premiado jornalista Antônio Carlos Fon descobriu o crime. Antes de publicar a reportagem bomba, as ossadas de Maria Augusta Thomaz são sequestradas. Mesmo assim, Fon consegue chegar a um dos suspeitos da morte do casal, na Fazenda Rio Doce, localizada entre os municípios de Rio Verde e Jataí, sudoeste de Goiás: Marcus Antônio de Brito Fleury, então diretor Regional da Polícia Federal, no Estado.

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Meses antes (1980), Marcus Antônio de Brito Fleury havia sido apontado pela assistente social Maria de Campos Baptista como responsável pela prisão ilegal, tortura, morte e desaparecimento do corpo do estudante secundarista Marcos Antônio Dias Baptista.

Mãe do autor, Maria de Campos Baptista morreu em 15 de fevereiro de 2006, após sair de uma audiência com o então ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar, e com o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vanucchi, para cobrar, após sentença da Justiça Federal, informações sobre as circunstâncias da morte de seu filho, o desaparecido político mais jovem do Brasil.

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Perfil

Jornalista formado pela Alfa, sociólogo graduado na Universidade Federal de Goiás, com pós-graduação em Políticas Públicas (UFG) e mestrando em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Renato Dias diz que a história de Maria Augusta Thomaz é tão espetacular quanto a de Olga Benário Prestes (Munique, 12 de fevereiro de 1908 — Bernburg, 23 de abril de 1942), a jovem militante comunista alemã, de origem judaica, deportada para a Alemanha durante o governo de Getúlio Vargas, onde foi executada pelo regime nazista em campo de extermínio. Veio para o Brasil na década de 1930, por determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido Comunista do Brasil. Destacada como guarda costas de Luís Carlos Prestes, tornou-se sua companheira, tendo com ele uma filha, Anita Leocádia Prestes.

Sobre a heroína Maria Augusta Thomaz, o autor Renato Dias afirma: "Thriller político que começa após o golpe de 1964, se desenvolve sob a guerra fria e acaba com assassinato e corpo desaparecido. Um crime ainda sem castigo".

O livro Luta Armada/ALN-Molipo - As Quatro Mortes de Maria Augusta Thomaz (2012), da Editora RD/Movimento, tem 240 páginas e custa R$ 50,00.

Serviço

Livro: Luta Armada/ALN –Molipo  As Quatro Mortes de Maria Augusa Thomaz

Autor: Renato Dias

Design: Carlos Sena

Número de páginas: 240

Preço: R$ 50,00

Contatos com o autor: (62) 8125-6779; renatodias67@gmail.com

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