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      Lucimara vê Câmara de Aracaju "submissa" a João

      "As discussões e os debates vêm servindo para referendar os interesses do Poder Executivo que não têm representado o interesse da população. Infelizmente os debates são muito superficiais porque o voto da maioria está previamente definido"; a avaliação é da vereadora Lucimara Passos, do PC do B; em entrevista ao 247, ela diz que está vivendo o momento mais difícil da sua carreira política; após discursar segurando uma calcinha, em protesto a declarações do vereador Agamenon Sobral (PP), que defendeu a violência contra a mulher, Lucimara acabou sendo advertida pelo presidente da Câmara de Aracaju, Vinicius Porto (DEM); para ela, a atitude de Porto foi “arbitrária e autoritária”

      "As discussões e os debates vêm servindo para referendar os interesses do Poder Executivo que não têm representado o interesse da população. Infelizmente os debates são muito superficiais porque o voto da maioria está previamente definido"; a avaliação é da vereadora Lucimara Passos, do PC do B; em entrevista ao 247, ela diz que está vivendo o momento mais difícil da sua carreira política; após discursar segurando uma calcinha, em protesto a declarações do vereador Agamenon Sobral (PP), que defendeu a violência contra a mulher, Lucimara acabou sendo advertida pelo presidente da Câmara de Aracaju, Vinicius Porto (DEM); para ela, a atitude de Porto foi “arbitrária e autoritária” (Foto: Valter Lima)
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      Valter Lima, do Sergipe 247 - A vereadora Lucimara Passos (PC do B) avalia que está vivendo o momento mais difícil da sua carreira política. Após discursar segurando uma calcinha, em protesto a declarações do vereador Agamenon Sobral (PP), que defendeu a violência contra a mulher, Lucimara acabou sendo advertida pelo presidente da Câmara de Aracaju, Vinicius Porto (DEM). Para ela, a atitude de Porto foi “arbitrária e autoritária”. Em entrevista ao 247, a vereadora dá nota 4 ao prefeito João Alves Filho (DEM) e diz que o Legislativo Municipal tem uma relação de submissão com o Executivo. Confira a entrevista: 

      Sergipe 247 - O momento atual, com toda esta polêmica, é o mais importante ou o mais difícil no seu mandato como vereadora? A senhora se arrepende de ter erguido a calcinha em plenário?
      Lucimara Passos - Talvez o mais difícil, porque nesse momento tive que me colocar para o julgamento de parcela conservadora da sociedade, mesmo sabendo que muitos teriam dificuldade em compreender o meu gesto. Não me arrependo, tenho convicção que Agamenon não seria punido e o debate sobre a violência contra mulher não teria sido tão ampliado, se eu não tivesse usado a simbologia da calcinha no meu discurso.

      247 - Que avaliação a senhora faz da atual formação da Câmara? É qualificada? Os 24 vereadores de Aracaju representam bem, em conjunto, o povo aracajuano?
      LP – A representatividade é indiscutível. O parlamento em Aracaju representa o pensamento diverso da nossa sociedade, representa machistas e feministas, opressores e oprimidos, intelectuais e analfabetos, ricos e pobres. Às vezes o eleitor se decepciona com o voto dado, mas em geral conhece o perfil do candidato. Acredito que todo voto é consciente, inclusive aquele que foi vendido. Com isso quero dizer que o resultado é responsabilidade também do eleitor e não só dos eleitos.

      247 - Ao longo do ano, vimos com muita frequência a falta de quórum na Câmara, por causa da ausência de vereadores governistas. Este foi um ano improdutivo para a Câmara?
      LP - Apesar de discordar no campo das ideias de alguns colegas, não vejo os vereadores dessa legislatura como improdutivos. Existe um jogo, que nem sempre é percebido pela população, onde aqueles que pertencem à base de sustentação do prefeito utilizam do quórum ou da falta dele para “pressionar” a administração para atender os seus interesses. Essa é a “arma” usada pelos que não se sentem à vontade para fazer críticas.

      247 - Do ponto de vista do debate de ideias e das discussões de projetos, a Câmara de Aracaju desempenha seu papel a contento?
      LP - As discussões e os debates vêm servindo para referendar os interesses do Poder Executivo que não têm representado o interesse da população. Infelizmente os debates são muito superficiais porque o voto da maioria está previamente definido.

      247 - Como a senhora avalia o desempenho da Mesa Diretora?
      LP - No caso específico da punição a mim imposta, considero arbitrária e autoritária a postura do presidente, que decidiu sozinho e sequer consultou os membros da mesa.

      247 - Qual sua análise sobre a relação entre os poderes Executivo e Legislativo em Aracaju?
      LP - É uma relação de submissão, não parecem poderes independentes.

      247 - Que nota a senhora dá ao prefeito João Alves Filho? Por que?
      LP - Se levássemos em consideração tudo que ele prometeu, daria nota 0, mas serei generosa e darei nota 4. Considero a administração do prefeito João Alves abaixo da média, os serviços pioraram e nada de relevante foi feito até agora.

      247 - O PC do B poderá lançar o nome do ex-prefeito Edvaldo Nogueira em 2016? 
      LP - Embora entenda ser cedo para avaliar o cenário para 2016, afirmo que Edvaldo Nogueira foi um excelente prefeito, realizou obras importantes por toda a cidade, saiu da gestão com excelentes índices de aprovação e na eleição desse ano, entre os candidatos a deputado federal da nossa coligação, obteve o maior número de votos em Aracaju, isso o credencia.

      247 - Próximo de encerrar o segundo ano do seu mandato, que balanço é possível fazer da sua atuação parlamentar? Que ações e projetos destacaria?
      LP - Inicialmente é importante destacar que fui eleita no bloco de oposição a João Alves e nele permaneço até hoje. Exerço na plenitude e com muita liberdade o meu papel fiscalizador, faço o debate sobre as questões da cidade com muita responsabilidade, inclusive ressaltando acertos também. Infelizmente somos apenas 5 vereadores na base de oposição e dificilmente conseguimos aprovar projetos, o que torna a nossa voz, o nosso maior e mais importante instrumento de trabalho.

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