Lula na ONU: reduzir a desigualdade e tributar os super-ricos

Campanha Tributar os Super-Ricos classificou discurso de Lula, que destacou combate à desigualdade, como “apelo ao humanismo” e cobra do Congresso tributos sobre fundos milionários

Lula na abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)
Lula na abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


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Rede Brasil Atual - O retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) foi o destaque da semana. Ele discursou como um dos principais líderes do Sul Global, mas dirigiu seu recado também aos países ricos. Lula aproveitou a reunião dos chefes de Estado para dizer que “o mundo está cada vez mais desigual”. Repetida por 18 vezes, desigualdade foi a mais utilizada pelo presidente Lula.

“Os 10 maiores bilionários possuem mais riqueza que os 40% mais pobres da humanidade”, afirmou. Lembrou ainda que a fome foi tema central de seu discurso há 20 anos e que hoje ela atinge 735 milhões de pessoas.

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Disse que é preciso “vencer a resignação”, que nos faz aceitar “tamanha injustiça” como “fenômeno natural”. E cobrou: “Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo”. Nesse sentido, Lula afirmou que o combate à desigualdade “requer incluir os pobres nos orçamentos nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio”.

A campanha Tributar os Super-Ricos classificou o discurso de Lula como um “apelo pelo humanismo”. “A concentração de renda e patrimônio gera flagelo mundial. Se a riqueza é partilhada, ricos continuariam ricos e miseráveis poderiam ter melhores condições de vida”, afirma o movimento, em postagem nas redes sociais.

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Nesse sentido, a campanha lembra que o Brasil lidera o ranking da desigualdade mundial. Quase metade da riqueza do país (48,4%) está nas mãos de apenas 1% da população, de acordo com o relatório Global Wealth Report 2023 publicado recentemente.

Imposto como instrumento - Assim, defende que os tributos são instrumentos para promover a igualdade. “Mas para mudar as regras, o Congresso tem que aprovar. E lá os mais ricos têm maioria entre os parlamentares que defendem seus privilégios”, alerta a campanha. “Promover a igualdade e proteger o meio ambiente deve ser mantra e regra para salvar a espécie e o planeta. Para isso é preciso vontade política, como apontou Lula. Aqui e em toda parte!”

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Assim, a personagem Niara, uma menina negra criada pelo cartunista Aroeira, que representa a luta por justiça fiscal no país, ressalta o papel do Congresso Nacional no combate às desigualdades. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acompanharam pessoalmente o discurso de Lula na ONU.

No início do mês, Lula assinou uma medida provisória (MP) que prevê a cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos de fundos exclusivos (em que há um único cotista), conhecido como fundos dos “super-ricos”. Também enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que tributa os investimentos de brasileiros no exterior – os chamados fundos offshore. Niara cobra que Lira e Pacheco deem andamento às propostas que tributam os privilegiados que enriquecem às custas de quem paga imposto.

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niara

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