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Lula vem dizer que Eduardo é adversário

O ex-presidente chega para marcar terreno e imputar ao PSB uma condição inédita, em Pernambuco, de adversário; o maior líder petista sabe que o peso de sua presença na capital pernambucana, casa do governador, é um recado claro de que eles já não têm a mesma sintonia

Lula vem dizer que Eduardo é adversário (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Arlette Pedraglio/BID)
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PE247 - A decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de marcar presença na campanha do senador Humberto Costa (PT) foi vista, nos bastidores do partido, como a melhor resposta que o maior cardeal da legenda poderia ter dado ao governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Apesar do discurso de que os entreveros regionais entre as duas siglas não interferem no seu alinhamento nacional, o rompimento da aliança histórica no Recife e os rachas em Belo Horizonte e Fortaleza incomodam e muito o comando nacional petista, que esperava ver Lula marcando posição contrária (e in loco) ao socialistas. Nesta segunda (30), ele o fez.

O ex-presidente não vem ao Recife apenas para dizer que o senador Humberto Costa é o seu candidato e que o projeto petista, que está à frente da cidade há 12 anos, merece continuar. Lula chega para marcar terreno e imputar ao PSB uma condição inédita, em Pernambuco, de adversário. O maior líder petista sabe que o peso de sua presença na capital pernambucana, casa do governador Eduardo Campos, é um sinal mais do que claro de que eles já não têm a mesma sintonia.

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Em seu último ato de campanha no Recife, na eleição de 2010, Lula arrastara cerca de cem mil pessoas em caminhada/carreata pela Avenida Conde da Boa Vista (Centro), afirmando que Eduardo Campos era seu candidato e que o povo pernambucano não poderia deixar de votar no socialista, seu fiel aliado, para confiar em um dos maiores críticos do seu governo: o senador Jarbas Vasconcelos (PSDB).

E é justamente o fato de Eduardo ter se aliado ao mesmo Jarbas Vasconcelos, para enfrentar o PT no Recife, que mais incomoda o ex-presidente. Segundo publicação do jornalista Ricardo Noblat, no jornal O Globo desta segunda, Campos teria assegurado a Lula que não foi atrás do peemedebista, mas sim que foi procurado por ele e garantido ainda que essa nova aliança não era um indicativo, pelo menos no momento, de que o PSB vá lançar candidato próprio à Presidência da República, em 2014.

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De fato, a celeuma entre PT e PSB é muito maior do que os figurões das duas legendas tentam passar publicamente. Do lado petista, o desconfiometro anda a mil quando o assunto é a pretensão socialista de emplacar o presidente da República em 2014. Já, para os correligionários de Eduardo Campos, o momento é o de fortalecer o partido, com o objetivo claro de fazê-lo chegar o mais próximo de um perfil independente (do PT) numa eleição nacional.

Nos bastidores da campanha de Geraldo Júlio, o candidato de Eduardo Campos no Recife, há o comentário de que o governador estudou todas as possibilidades e prováveis repercussões que rompimento com o PT poderia provocar. Esse cuidado todo do socialista se explica pelo fato de que ele sabe que tomou um caminho sem volta. Se vencer na capital pernambucana, terá derrotado Lula em um dos seus maiores redutos eleitorais no Brasil. Caso perca, a conta a ser cobrada será alta demais. Os velhos amigos, que nunca estiveram tão distantes, podem se afastar de vez.

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